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Os dias corriam calmos e pacíficos em Tal’doren. Os worgens e elfos pareciam ter se acalmado desde que a Foice fora resgatada e agora o artefato permanecia em segurança, muito bem guardado em um lugar que poucos conheciam. Lorde Crowley não fez questão de contar-lhe, mas Dareon nem chegou a se importar; na realidade, preferia assim. Tudo o que queria eram alguns dias de paz e tranquilidade.
As noites, porém, não foram as melhores da sua vida. Tinha sonhos nos quais só enxergava imagens embaçadas e ouvia gritos misturados a uivos e rosnados constantes. Acordava todas as madrugadas com o sangue fervendo, o corpo todo dolorido, absolutamente aterrorizado. Preferia, por conta disso, deitar-se sozinho, longe dos outros worgens, em um canto onde ninguém pudesse se espantar com o estado em que ficava quando os pesadelos o assombravam. Talvez os outros também sonhem, pensava, mas talvez não. Não podia ter certeza de que o problema era pessoal, a não ser que conversasse com os demais… Mas conversar sobre aquilo era algo que não tinha a menor vontade de fazer.
Foi em uma dessas noites turbulentas que Dareon acordou com uma mão chacoalhando-o suavemente pelo ombro. Depois de recuperar-se do susto que as garras pousadas perto de seu pescoço lhe causaram, Dareon sentou-se rapidamente e cumprimentou Lorde Crowley com um aceno de cabeça irritado.
– Pois não?
Crowley deu um longo suspiro e sentou-se na grama ao seu lado.
– Você não acha que pode se esconder para sempre, acha? – perguntou.
– O que quer dizer?
– Que é óbvio o que está acontecendo com você, jovem. As visões o estão perturbando novamente, não estão? Em sonho?
Dareon fez um movimento rápido com a pata como se afastasse a preocupação do líder.
– Não tenho visões – respondeu. – São só sonhos, nada d…
– Chegou a hora, Dareon – Lorde Crowley o interrompeu bruscamente. – Essa… alquimia que vem contendo a sua fera interior não durará por muito tempo.
Dareon encarou o chão, pensativo.
– Os primeiros worgens amaldiçoados eram druidas noctiélficos como nossos novos aliados – prosseguiu Lorde Crowley, aproveitando que agora o outro o escutava. – Eles, no entanto, abandonaram o equilíbrio que seus pares almejavam e permitiram que a fera dominasse suas mentes.
– Druidas, você diz? – retrucou Dareon de repente. – Suponho então que eles tivessem uma fera interior muito maior do que o resto de nós, não é?
– Não – Crowley girou os olhos. – Bem, talvez… Mas você realmente quer correr o risco? Uma dupla personalidade seria o seu fim, acredite. E o que quero dizer é que é justo que os mesmos druidas agora nos libertem da Maldição.
– E como é que eles poderiam fazer isso?
Crowley quase sorriu.
– Isso é você quem precisa descobrir. Agora vá, beba das águas de Tal’doren e faça as pazes com você mesmo.
Dareon olhou na direção dos elfos noturnos que conhecera quando chegara a Tal’doren e percebeu que eles lhe sorriam saudosamente. Certamente havia interagido um pouco mais com Vassandra Garrevolta, mas a princípio estranhou os outros dois. Com um pouco de esforço, porém, lembrou de seus nomes e sorriu em resposta.
Cada um permanecia imóvel ao lado de um poço, todos com expressão solene, guardando o conteúdo azulado e etéreo que brilhava de dentro das bacias. Dareon aguardou um aceno encorajador de Lorde Crowley e se levantou lentamente, sem fazer ideia do que esperar.
Lyros Velozvento, o elfo mais próximo, fez uma breve saudação e indicou o poço com a cabeça. Deu dois passos para trás assim que Dareon encostou as mãos na bacia e inalou o ar gélido que dali emanava.
Ao olhar mais uma vez para os lados, Dareon notou que inúmeros worgens haviam parado o que faziam para olhar o ritual que estava prestes a se iniciar. Muitos apertavam as patas, apreensivos, aguardando que Dareon tomasse alguma iniciativa, enquanto outros apenas lhe brindavam com breves sorrisos tímidos, talvez um gesto de amizade a outro worgen que sabiam estar em apuros.
De qualquer forma, Dareon parou de prestar atenção no que acontecia ao redor e encarou firmemente o poço à sua frente. Um instante depois, tomou coragem e mergulhou as mãos juntas dentro da bacia, trazendo-a de volta com um punhado de água gelada que levou imediatamente à boca.
Enquanto seu corpo todo ficava frio, Dareon sentiu sua mente sendo limpa e acalmada. Ao abrir os olhos, notou que o exato lugar onde se encontrava parado estava lindamente iluminado por uma luz verde e brilhante.
– Assim como o espírito de Goldrinn abençoou nossos druidas – murmurou Lyros, a luz esverdeada já se desvanecendo aos poucos –, permita que Dareon seja abençoado com a sabedoria da raça dele e a ferocidade do deus-lobo.
Dareon murmurou um agradecimento e caminhou em direção ao segundo poço ao chamado de Vassandra. Repetiu o que havia feito da primeira vez e, novamente, se viu envolto em uma redoma de luz verde enquanto sentia todo o seu corpo ser levemente aquecido e acalentado.
– Assim como Daral’nir tranquiliza os druidas amaldiçoados que cederam à fera e abandonaram o equilíbrio, permita que Tal’doren tranquilize Dareon – disse a elfa.
Por fim, Dareon deixou Vassandra Garrevolta para trás e venceu a distância até o terceiro e último poço, e mais uma vez, ao beber da água que continha, foi envolto pela luz esverdeada e ouviu a prece que Talran das Selvas lhe ofereceu:
– Que a Foice desate o que nunca deveria ter sido atado e que a alma domine a fera para que a fera não domine a alma.
O uivo de Lorde Crowley selou a cerimônia e Dareon foi recebido com um meio abraço acalentador. Talvez se sentisse diferente, mas tinha certeza de que a verdadeira mudança viria com o tempo – por ora, só o que podia fazer era aceitar aquele costume e aguardar pelo melhor.
– Está feito, Dareon – bradou Lorde Crowley. – Agora você é um de nós.