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Boa leitura!
Dareon desviou do corpo inerte do Capitão e correu para o cais do navio, que continuava vazio, assim como antes. Foi fácil saltar na água e nadar alguns metros até alcançar o solo em um ponto sem vigilância, e então finalmente deixar para trás os sons insuportáveis da batalha contra os Renegados.
Correu o mais rápido que pôde até os fundos da pequena casa dos Allen e pulou para dentro do porão.
– Ei, olha quem voltou! – gritou um dos vigias quando Dareon desceu as escadas em dois saltos e fez um barulho estrondoso ao pousar no chão.
Dareon abriu seu sorriso canino e recebeu de bom grado o abraço de Melinda Hammond, a pobre mãe que havia sido separada de seus três filhos, que correra ao seu encontro assim que o vira.
– V-você foi incrível – disse ela. – Meus filhos estão bem! O que você fez foi maravilhoso, Dareon. E-eu nem sei como lhe agradecer…
Permaneceu imóvel durante alguns instantes, com medo de machucá-la. Melinda largou-o, fungando, e Dareon seguiu-a até onde estava Lorde Godfrey, que estampava no rosto a mesma expressão de zombaria de sempre.
– O-ho, veja só você – disse Godfrey, olhando-o de cima a baixo. – Voltou inteiro, foi?
Dareon rosnou brevemente. Lorde Godfrey fechou o sorriso e ajeitou a cartola no topo da cabeça.
– Não me leve a mal, Dareon – pediu. – Você anda fazendo realmente um ótimo trabalho por aqui. Oh, como é difícil dizer isso para um worgen…
– Godfrey! – Melinda repreendeu-o. Dareon rosnou novamente, dessa vez mais alto.
– Está certo, está certo – Godfrey ergueu as mãos na altura dos ombros em sinal de rendição. – Mas, de fato, Dareon… Nada mal. Que bom que está do nosso lado.
Dareon alarmou-se quando Godfrey encostou levemente a mão em seu ombro.
– Você pode até ser uma fera sanguinária, mas é a nossa fera – concluiu em tom brando, e ao final até ofereceu-lhe um sorriso sincero.
– Então, você realmente se lançou para dentro dos navios dos Renegados? – quis saber um dos vigias.
Dareon riu brevemente e virou-se na direção do rapaz. Por um momento, todos prenderam a respiração abruptamente, e Dareon só notou o que tinha acontecido quando notou Melinda, que precisara se atirar contra a parede para evitar ser atingida pelo machado que carregava na cintura.
– Oh – Dareon se afastou alguns passos. – Me desculpe… Eu não…
Eu não o quê?, pensou, empurrando a arma para trás. Eu não consigo me controlar? Eu não tenho noção do meu tamanho? Preferiu não concluir a frase e limitou-se a desprender o machado do cinto.
– Dareon, quer trocar de arma? – perguntou o mesmo vigia que quisera saber como fora sua missão no navio. – Nós temos algumas sobrando por aqui… Não que eu ache que você precise de uma arma para lutar, não é, porque olha só esse tamanhão, mas…
– Já entendemos, querido, pode parar de falar – Melinda cortou-o, e em seguida virou-se para Dareon. – Talvez seja uma boa ideia.
– De fato, não deve ser nada confortável para você usar um machado… – Godfrey correu até uma salinha escondida nos fundos do porão e voltou alguns segundos depois com uma adaga brilhante nas mãos. – Veja se gosta dessa.
Dareon segurou-a pelo cabo e prendeu-a à cintura. Adaptou-se à mudança de peso imediatamente, sentindo-se mais livre do que antes.
– Ótimo para todos – Godfrey deu uma risadinha. – Dê aqui esse machado, vamos limpá-lo e guardá-lo lá dentro. Enfim, voltando ao que interessa, agora que você não corre o risco de acidentalmente matar mais ninguém nessa sala… Se bem que…
– Godfrey, por favor – disse Melinda mais uma vez.
– Claro, desculpe – Lorde Godfrey pigarreou. – Como eu ia dizendo, você tem feito um excelente trabalho, Dareon. Nossos batedores identificaram a líder do ataque terrestre dos Renegados. É uma patrulheira de confiança de Sylvana, que anda supervisionando o front de batalha a partir da casa dos Walden, perto da costa. Se chama Thyala.
Godfrey tateou o colete até que pousou a mão sobre o que procurava. Retirou de um dos bolsos um pequeno objeto prateado e o estendeu na direção de Dareon.
– O que…
– Um apito – Godfrey tratou de explicar logo. – É um apito. Para você usar perto da patrulheira. Não é uma boa ideia atacá-la sozinho.
Dareon encarou o apito mais uma vez, então olhou para Godfrey e chacoalhou a cabeça.
– E como é que um apito vai…
– É um apito para cachorros, Dareon – Lorde Godfrey revirou os olhos. – Você apita quando estiver perto e os mastins correm na direção dela. Será que eu preciso explicar tudo?
Dareon guardou o apito para mastins e mais uma vez se expôs à chuva incessante que caia sobre os arredores de Guilnéas. Caminhou pelos cantos, alheio à batalha que ainda se desenvolvia perto dos navios, apenas torcendo para que nenhum canhão atirasse uma bomba para aquele lado.
Avistou a Patrulheira Sombria Thyala de longe, montada em seu cavalo descarnado e rodeada de vigias Renegados. Atrás dela, a porta da pequena casa dos Walden permanecia aberta, vazando uma réstia de luz dourada no sombrio entardecer daquele dia.
Saltou sobre a pequena parede de pedras e, agachado, continuou aproximando-se cautelosamente. A líder do bando continuava em seu cavalo, examinando alguns pergaminhos rabiscados que tirava da bolsa, deixando a vigilância por conta dos soldados.
Dareon revirou o apito na palma da mão algumas vezes antes levá-lo à boca. Precisou de três tentativas para poder soprá-lo sem mastigar a ponta, e quando finalmente conseguiu fazê-lo, ouviu um som tão agudo e irritante que precisou parar imediatamente e encolher-se por um momento, com as orelhas protegidas sob as enormes patas.
Ouviu o som dos passos dos mastins antes de enxergá-los, correndo desenfreadamente na direção de Thyala. Ela também pareceu sentir que algo estranho acontecia, pois, apesar de não ter ouvido o alerta do apito, havia arrumado a postura e seu olhar estava preso na estrada. A última coisa que Dareon viu antes de atacar o primeiro soldado e ser engolido pela loucura da luta foi a espada flamejante da Patrulheira Sombria sendo desembainhada, no exato momento em que os mastins alcançaram as patas de sua montaria.
Assim que foi atacado, Dareon atirou os três soldados restantes para longe. O cavalo de Thyala estava caído ao chão, relinchando, enquanto a Patrulheira se arrastava para recuperar a arma caída, tentando livrar-se de um dos mastins, que não desistira de puxá-la para trás pelo calcanhar.
Dareon chutou a espada para o outro lado e atirou-se sobre a morta-viva, ao passo que mais dois mastins atacaram-na quando estava imobilizada, chacoalhando-se inutilmente na tentativa de se livrar do peso exercido sobre si. Dareon esforçou-se para tirar a adaga da cintura e viu a Patrulheira erguer-se com dificuldade, puxando as pernas do ataque dos mastins.
Com um único golpe, Dareon atirou-a no chão com força e prendeu-a pelo pescoço. Permaneceu imóvel durante alguns instantes, encarando-a, e percebeu que rosnava como um animal, enquanto suas garras se fincavam na garganta cinzenta da morta-viva. Sem hesitar mais, cravou a lâmina da adaga nas costelas de Thyala e depois ergueu-se, apoiando o pesado joelho no tórax da agora frágil Patrulheira Sombria.
Guardou a adaga no cinto e rosnou uma última vez em sua direção, deixando-a caída no solo, rodeada de mastins. Deu-lhe as costas enquanto prendia a adaga novamente ao cinto, e pensou ter ouvido um último grito, mas não virou-se para olhá-la. Alguns passos depois, tudo o que escutava eram latidos e o tranquilizante som da chuva.