- [Roleplay] Renegada – parte 1
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Halie franziu a testa, desconfiada.
– Você está me dizendo que nós vamos resgatar o cadáver de um dos líderes da armada guilneana e transformá-lo em Renegado – afirmou em tom de dúvida. – É isso?
– Sim! – respondeu Belmonte, animado. Enquanto falava, tirou a adaga da cintura e despejou uma gota de óleo em sua lâmina. – Imagine só como seríamos invencíveis com a ajuda dele! Godfrey será o nosso trunfo. Com o conhecimento dele sobre Guilnéas e os worgens, não vamos fracassar.
– Entendi – Halie pousou a mão no ombro do Comandante. – Mas e se ele se recusar a juntar-se à causa dos Renegados?
Comandante Belmonte abriu a boca em choque.
– Ele jamais recusaria uma oferta dessas! – disse. – É uma honra juntar-se à Rainha Banshee!
Artura soltou um burburinho de escárnio e bateu as asas com força uma vez.
– Mortais… nunca deixam de me surpreender.
Halie revirou os olhos e ignorou-a.
– Entendi – disse, ainda sem muita certeza do que poderia acontecer. – Então, para onde nós devemos ir?
Antes que Belmonte respondesse, todos ficaram alarmados ao ouvir um zumbido fraco. Olharam-se por um instante, tentando identificar de onde vinha, até que Halie enfiou a mão em sua bolsa e tirou lá de dentro a fonte do barulho.
– É um chamado do dispositivo do Comandante Avançado – disse a Belmonte, apertando o D.C.R. nas mãos, sem reação.
– Aguarde – Belmonte sussurrou.
A chama de esperança que crescia entre eles foi apagada alguns segundos depois, quando o zumbido tornou-se mais forte e o dispositivo estalou.
– Aqui é a Comandante Lorna Crowley, da Frente de Libertação de Guilnéas – disse uma voz feminina com hostilidade. – Se você está ouvindo esta mensagem, agora sabe que a Aliança mais uma vez controla Guilnéas. Deponha as armas e se renda. A recusa à esta ordem implicará na sua morte.
Halie encarou o Comandante em busca de alguma ordem sobre o que responder, mas ele parecia tão assustado quanto ela estava. Percebendo a súplica estampada em seu olhar, Belmonte meneou a cabeça, impedindo-a de fazer contato com o inimigo.
– Nossas tropas já se encontram a caminho – continuou a Comandante Lorna. – Resistir é inútil.
A transmissão foi encerrada e Halie teve vontade de atirar o dispositivo de encontro a uma pedra. Esmagá-lo, para nunca mais precisar ouvir a voz dessa nova Comandante novamente e não ter mais notícias sobre o massacre que provavelmente ocorrera na base dos Renegados, que agora era objeto de mil especulações em sua mente.
– Que venham – disse Belmonte após algum tempo. – Todos sucumbirão diante da máquina de guerra da Dama Sombria!
– Precisamos resgatar o corpo de Godfrey primeiro – Artura lembrou. – Não podemos falhar com a Rainha Banshee.
Belmonte concordou efusivamente com a cabeça.
– Precisamos fazer isso agora – disse. Saiu andando rápido, fazendo com que Halie e Artura precisassem se apressar para alcançá-lo. – Com Godfrey do nosso lado, esmagaremos essa insurgência!
Halie correu até chegar ao seu lado.
– E para onde vamos, então? – perguntou.
– Para Tempestária – disse Artura, pairando acima do solo logo atrás. – Precisamos dar a volta por lá e descer até a costa.
– E como você sabe que o cadáver estará lá?
Artura deu uma risadinha.
– A Dama Sombria tudo vê – respondeu, e então bateu as asas para sobrevoar o caminho na frente, deixando o resto para Belmonte explicar.
Halie encarou o Comandante com incredibilidade.
– Nós vamos andando? – perguntou. – Porque é que ela não pode nos levar voando?
– Ela precisa economizar energias, menina.
Halie resmungou consigo mesma durante algum tempo, mas depois que um worgen de Guilnéas os pegou desprevenidos e os atacou por trás, precisou focar mais em sua missão. Mesmo que Artura voasse à frente para observar a estrada, alguns worgens ainda passavam despercebidos e o grupo só percebia sua presença quando já estavam rosnando logo ao lado.
– São bem sorrateiros esse cãezinhos pulguentos, não são? – disse Belmonte a certa altura, quando desviavam de uma onda de worgens que se aproximava pela estrada.
– Eles não são páreo para o poder da Dama Sombria – rebateu Artura sem olhar para trás. – São só algumas criaturinhas transformadas.
Oh, Halie teve vontade de dizer, e nós somos o quê?
Quando chegaram a Tempestária, Artura logo apontou para a estradinha que descia até o nível do mar. Deixou que Halie e Belmonte caminhassem à sua frente e continuou pairando vagarosamente logo atrás.
– Ali está! – gritou Belmonte de repente, esticando o braço na direção de um barquinho quebrado, encalhado na areia. Ao seu lado, um corpo jazia no chão, molhado e em farrapos. – Está um pouco decomposto… mas ainda podemos usá-lo.
O Comandante olhou para os lados rapidamente e agachou-se ao lado do cadáver.
– Precisamos nos apressar – continuou –, antes que a Aliança nos encontre.
– Vão ressuscitá-lo aqui? – Halie perguntou. – Não acham que seria melhor se…
– Não vamos ressuscitá-lo aqui, menina – respondeu Belmonte. – Precisamos fugir daqui. O objetivo da nossa missão era encontrar o cadáver – o Comandante levantou-se com dificuldade. – Apesar de termos perdido Guilnéas, conseguiremos retomá-la em pouco tempo com Godfrey e seus tenentes nos ajudando.
– Oh – Halie assentiu. –, entendi. Então vamos, os worgens devem estar tomando conta de…
– Halie – Belmonte interrompeu-a –, você voltará com Artura e o cadáver de Godfrey para a Linha de Frente dos Renegados, na parte sul da Floresta de Pinhaprata. A Rainha Banshee espera sua chegada.
– Vou me encontrar com a Rainha mais uma vez? – perguntou Halie. – E… e você? Não vai junto?
– Eu tenho… algumas coisas para resolver.
Artura agitou as asas nervosamente.
– Como você vai voltar? – questionou.
– Eu vou ficar bem, Artura – Belmonte tranquilizou-a. – Os worgens perderam nosso rastro. Duvido que eles sequer saibam que estamos aqui.
– Não acho que nos separar seja uma boa ideia – disse Artura.
– Não se preocupe – insistiu o Comandante. – Nos veremos daqui a pouco. Agora vá, você não deve deixar a Dama Sombria esperando!
– Que seja – a val’kyr ergueu o corpo de Lorde Godfrey do chão e prendeu-o com um braço, depois segurou Halie pela cintura e levantou-a da mesma forma. – Adeus, Belmonte.
Belmonte balançou a cabeça em despedida e acenou com a mão amigavelmente para Halie. Artura bateu as asas violentamente e levantou voo, mantendo Halie e o corpo de Godfrey seguros nos dois lados de seu corpo frio.
Quando sobrevoaram Tempestária, Artura fez uma breve pausa para observar a matilha de worgens que subia a estrada naquela direção. Já estavam alto demais para conseguir enxergar a figura de Belmonte, mas Halie permaneceu o resto da viagem com os olhos fechados, desejando que ele tivesse saído dali imediatamente e conseguisse despistar os worgens que vinham logo atrás.
A grande fuga não demorou muito, afinal. Em pouco tempo, Halie foi gentilmente pousada em frente à Rainha Banshee, que a encarou de cima de seu cavalo. Artura largou o cadáver no chão e parou ao lado das outras duas val’kyren de Sylvana.
Halie olhou para o lugar onde o corpo de Godfrey pousara e notou que ao seu lado estavam outros dois cadáveres, mas ela não sabia de quem eram. Desviou o olhar e prostrou-se diante da Dama Sombria.
– Eu não tinha dúvidas de que você conseguiria, Halie – disse a Rainha, sorrindo brevemente. – Espero que você entenda o motivo de eu ter preferido manter o real objetivo de sua missão em segredo até o último momento… Se Crowley e Dentessangue tivessem descoberto nosso plano, teriam chegado até Godfrey antes de nós e destruído o corpo.
Halie assentiu rapidamente com a cabeça.
– Fiquem todos preparados – disse Sylvana. – A hora do renascimento se aproxima.
Fez um aceno para as val’kyren, que posicionaram-se em frente a cada um dos corpos. Após alguns instantes, um brilho azulado emanou dos cadáveres e Sylvana Correventos fez sua voz ressoar abertamente por todo o acampamento:
– Erga-se, Godfrey! Renasça como um instrumento da minha vingança.