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“A terra tremia sob a marcha e o ribombar dos tambores; tambores que, em batalhas passadas, fizeram tremer o inimigo antes mesmo que vislumbrassem a poderosa Horda. A Aliança gostava de pensar nos membros da Horda como “primitivos” e de pensar em si próprios como “civilizados” e portanto, superiores. Mas que anão, seguro em seus salões de pedra, sabia o que era refestelar-se na carne do inimigo tal como um Renegado? Que humano, em toda a sua complacência, conseguiria perder-se no ardor da batalha de forma tal que, minutos depois, se encontraria com os olhos em sangue, a voz rouca de tanto urrar, erguendo-se sobre os cadáveres de seus inimigos? Que mísero gnomo conhecera a alegria de lutar ao lado dos espíritos dos seus ancestrais, num eco fantasmagórico da batalha em carne e osso?
Nenhum.
Esta era a Horda. Esta era a sua glória.”

Trecho retirado do romance “Marés da Guerra”, por Christie Golden, pág 180 e 181.

Me prendi neste trecho do livro Marés da Guerra, que terminei de ler nesse feriado (enquanto alguns pulam carnaval, outros jogam e leem não é verdade? :P) e decidi que meu tema desta quinta seria baseado nele. Eu sou Horda com muito orgulho, e também já fui Aliança como muitos de vocês sabem, e pode até parecer meio tendencioso esse tema, mas tentarei ser o mais imparcial possível.

Pra jogadores e bons entendedores de World of Warcraft, nós sabemos que não há a facção dos mocinhos e a facção dos bandidos. No entanto, há algumas características que vistas por olhos leigos provoquem uma impressão assim.

A Horda por exemplo possui seres grotescos, com expressões na maioria das vezes maliciosas, onde a destruição e a desordem são características de seus cenários. A bandeira já é toda rasgada, sua cor é o vermelho sangue, suas cidades estão sempre parcialmente destruídas ou repletas de elementos mais rústicos, como construções em madeira e em terra batida. Seu lema? “Força e Honra!” Nas próprias cinematics, a Horda é sempre mostrada como aqueles que possuem um ódio irrestrito e procuram qualquer coisa pra descontarem ele, como o Orc alucinado dando porradas ao vento, o Morto-Vivo que destrói tudo o que toca, e a Elfa Sangrenta que embora muito bela possui uma expressão de sarcasmo. Não vou nem colocar na discussão a atual gestão da Horda, com Garrosh Grito Infernal e o seu intendente Malkorok, que respondem com grosseria qualquer tipo de instauração de ordem e paz pelos demais líderes da Horda.

Já a Aliança possui muito mais elementos que inspiram ordem, justiça e tranquilidade, e a natureza por si própria é um importante elemento nessa caracterização. Temos castelos bem construídos, ruas e vegetação, saneamento básico, tudo muito mais organizado – aonde até os NPC’s desejam-lhe “que a luz esteja contigo”, ou “que a paz te acompanhe”, além das cores azul e dourado de sua bandeira que demonstram até uma pacificidade maior e um senso de honra muito mais aceitável. Até os modelos das raças são muito mais bonitos e com características bem mais humanas. Nas cinematics, sempre temos apresentadas as belas Elfas-Noturnas, o Humano imponente e os Draeneis sempre tão sábios. Varian aparece sempre como um rei que toma suas decisões sabiamente, mas que tem seu filho Anduin e seu povo acima de todas as suas decisões.

Então podemos dizer que a Horda é o bandido da relação, e a Aliança são os mocinhos? Não. Ainda existirão personagens como o Arthas e o Thrall para desmentirem essas classificações, existirá a honra e a espiritualidade dos Taurens, os Elfos Sangrentos que sofreram com as imprudências de Kael’thas, Elfos Noturnos erraram com Illidan, e outros infinitos elementos que provam que dos dois lados, o objetivo é o mesmo: Horda e Aliança querem manter sua honra para instaurar a paz e a justiça em Azeroth. E temos que lembrar daquela velha frase: Quem vê cara não vê coração. Conheça primeiro a história das raças do jogo, de ambas as facções, e poderá determinar se realmente aquela raça é digna do modelo que possui, ou não.

E aí? Acha que sua facção carrega alguma máscara para provar sua honra?

E claro, leiam Marés da Guerra! É um livro maravilhoso para entender essas características de cada facção que nos passam despercebidas ingame. Até quinta que vem e muito obrigada! /kiss