X
Este é o 2º artigo de 9 posts da série Vida e Morte de Arthas Menethil.

” Garoto, ninguém se sente preparado. Ninguém merece isto. E você sabe  o por quê? Porque ninguém merece. É graça, pura e simples. Nós somos hereditariamente indignos, simplesmente por sermos humanos, e todos os seres humanos – sim, e elfos, e anões, e todas as outras raças – são imperfeitas. Mas a Luz nos ama de qualquer forma. Ela nos ama por aquilo que podemos instigar em raros momentos. Ela nos ama pelo que nós podemos fazer para ajudar os outros. E ela nos ama porque nós podemos ajudá-la a compartilhar sua mensagem por nos empenhar diariamente para sermos dignos, mesmo que nós saibamos que jamais o seremos.”

Uther, o Arauto da Luz, para Arthas.

Antes de começarmos a introdução à parte 2, se você ainda não leu, clique aqui para ler a parte 1. 🙂

Verão. Calor. Armadura fechada e pesada. O príncipe de Lordaeron achava que ia cozinhar a qualquer momento. Mas era um dia especial. Aos 19 anos, Arthas seria iniciado como paladino da Ordem do Punho de Prata [Order of the Silver Hand].

A Tabard do Arauto da Luz (Lightbringer) carrega consigo o emblema dos Cavaleiros do Punho de Prata.

Era a primeira vez que visitava Ventobravo [Stormwind] – agora reconstruída. Seu amigo de infância, Varian, era Rei, marido e um jovem pai. O pequeno Anduin Llane Wrynn havia acabado de vir ao mundo.

Arthas cavalgava sobre um cavalo que não era Invincible, ao lado de seu pai em uma espécie de parada conforme se dirigiam para a Catedral. Estavam presentes outras famílias reais, nobres, algumas personalidades.

Ao entrar na Catedral, Arthas olhou a sua volta. Ele reconhecia alguma faces na multidão… Genn Greymane, Thoras Trollbane, Daelin Proudmoore… Jaina. Ela certamente havia crescido nestes anos que eles estiveram afastados. A inteligência e jovialidade que o haviam chamado a atenção anos atrás, estavam presentes em toda sua figura. Ela sorriu para ele e fez uma leve reverência com a cabeça. Arthas percebeu que estava sorrindo para ela e mudou sua atenção para o altar.

Lá estavam os paladinos de sua Ordem e o Arcebispo Faol se encontrava no meio deles. Os pioneiros estavam lá também: Uther, Tirion Fordring, Saidan Dathroran, Gavinrad… Apenas Turalyon não se encontrava ali, o jovem tenente de Lothar havia se perdido entre os portais quando Arthas tinha 12 anos.

Gavinrad, Saidan Dathrohan, Tirion Fordring e Uther  – imagens de Warcraft III, WoW, WoW comics e WoW TCG respectivamente

O jovem príncipe então se aproximou e a cerimônia começou. O Arcebispo condiziu-a.

” – Você, Arthas Menethil, jura defender a Honra e o Código da Ordem do Punho de Prata?
Arthas piscou, momentaneamente surpreso pela falta de título agregado ao seu nome. – Claro – , ele pensou, – Estou sendo iniciado como homem e não como príncipe.
– Eu juro.
–  Você jura caminhar na graça da Luz  e espalhar sua sabedoria para seus semelhantes?
– Eu juro.
– Você jura extinguir todo o mal não importa onde ele se encontre, e proteger os inocentes com sua própria vida?
– Eu j… Pelo meu sangue e minha honra, eu juro.”
– Arthas: Rise of the Lich King. capítulo 5. 

Arthas tremeu, ele quase havia errado. Faol se virou para os demais, e chamando-lhes por irmãos e irmãs, e pedindo a bênção da Luz para o homem que ali se encontrava. Todos apontavam para Arthas, maravilhado e ansioso pelo brilho que o envolveria. Nada aconteceu.

Aquele momento parecia uma eternidade.

Arthas começava a se questionar quando a Luz veio e banhou-o em sua graça – o brilho era tão forte que ele foi forçado a fechar seus olhos. O corpo de Arthas relaxou e ele se sentiu profundamente aliviado. Agora ele entendia do sentimento que Uther falava. O ser indigno… mas as palavras de Uther vinham à ele…

“Porque ninguém merece. É graça, pura e simples. Mas a Luz nos ama de qualquer forma.”

A Luz era quente, e o enchia de paz. Ele se sentia sendo purificado por ela. Quando a Luz finalmente brilhava cada vez mais fraca sobre seu corpo, Faol sorriu.

– Levante-se,  Arthas Menethil, paladino defensor de Lordaeron. Bem vindo à Ordem do Punho de Prata.

Ele não se conteve, ele sorriu, segurou seu martelo e se levantou. Logo ele estava cercado por pessoas, seus irmãos e irmãs da Ordem, Varian saudando-o e machucando a mão no espinho de metal de seu ombro conforme fora cumprimentá-lo, e quando Arthas se virava lá estava ela, poucos centímetros de distância um do outro, empurrados pela multidão que os cercava. Jaina sorriu e parabenizou Arthas.

O paladino não estava disposto a deixar essa chance escapar. Ele deslizou seu braço livre e a abraçou. Ele podia ver que ela estava surpresa, mas não descontente. Como ele queria beijá-la naquela hora, só que ele não sabia se podia, se devia… E logo ela o afastou e deu lugar à Calia, que o cumprimentava feliz, e a Terenas – “Eu sou um pai orgulhoso hoje, meu filho.” – o rei de Lordaeron disse e Arthas se sentiu contrariado. Apenas hoje ele era orgulhoso? Ele não tinha orgulho de Arthas todos os dias? Ele se irritou, recapitulando todas as cosas que haviam-no irritado naquele dia. O sol, o cavalo que não era seu cavalo, a Luz demorando para aprová-lo, Jaina se distanciando quando quando ele poderia ter beijado-a, e agora esse comentário infeliz de Terenas.

Ele se esforçou para sorrir. Agora ele era um paladino, tinha 19 anos – na sua idade, Varian já havia sido rei por um ano todo – e ele gostaria de fazer algo que a sua posição, seu poder e suas habilidades poderiam abrir portas para ele.

E ele sabia exatamente o que ele gostaria de fazer.

——

Acabou a introdução da parte 2!! ~ Uma palavrinha minha antes de continuarmos.

Saudações à todos e bem vindos à parte 2 da Lore do príncipe mais amado e odiado e Azeroth!

E com a iniciação de Arthas na ordem dos paladinos encerramos a primeira parte da vida de Arthas, a primeira parte do livro Arthas: Rise of the Lich King, The Golden Boy. Entraremos agora  na vida adulta de Arthas.

Antes eu gostaria de agradecer a todos pela visita e pelo suporte através do próprio site do WoWGirl, do Facebook, da comunidade do fórum, e do whisp a whisp do próprio jogo. Se eu escrevo sobre a Lore hoje, é pra vocês, leitores e curiosos. E é muito legal, mas muito legal mesmo, ver esse esforço reconhecido.

Eu estou seguindo a narrativa que eu acho que deve ser seguida – é importante para quem gosta do personagem entender como ele pensa, o motivo de suas ações, o que ele sente. E esse tipo de coisa é difícil expressar num jogo – ainda mais num RTS como Warcraft III – por isso a leitura do livro é tão importante nesse caso. Eu não me limitarei ao livro do Arthas, pois há outros aspectos interessantíssimos de outros personagens que rodeiam o próprio Arthas que serão tratados aqui.

Novamente eu peço desculpas pela falta de imagens, não há nada retratando essa parte da vida do Arthas além do próprio livro – que não tem imagens. :D~

Vamos então para a próxima parte, referente à parte The Bright Lady da vida de nosso… príncipe.

—-

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=OXajx7l4VxE]

Warcraft 3 Soundtrack – Human

A Dama Brilhante

Arthas escolheu Dalaran como seu destino. Seus argumentos para ir para a bela cidade dos Magi eram de que lá era o melhor lugar para se aprender sobre política, história e demais coisas que ele deveria saber como rei.

Antonidas como visto na história de Kel’thuzad, “Road to Damnation”

Rei Terenas e o arquimago e líder de Kirin Tor, Antonidas, concordaram com o rapaz e lhe foi concedida uma permissão para uma temporada de estudos em Dalaran.

“Um par de mãos cobriu seus olhos.
Ela se assustou, mas pela mera surpresa – ninguém que era uma ameaça conseguiria passar pelas barreiras poderosas colocadas em volta da cidade mágica.
– Adivinha quem é? – uma voz masculina sussurrou, segurando tons perceptíveis de alegria. Jaina, com seus olhos cobertos, pensou por um momento, sorrindo.
– Hm… Suas mãos são calejadas, então você não é um mago. – ela disse – Você cheira a cavalos e couro… – Suas mãos tocaram levemente sobre os dedos, tocando um anel enorme. Ela sentiu o emblema encravado no anel, a forma – o selo de Lordaeron.
– Arthas!”
– Arthas: Rise of the Lich King, capítulo 6. 

Claro que seus argumentos tinham fundamento, mas não era pelos estudos que ele estava ali. Nessa parte do livro Arthas:Rise of the Lich King, vemos as coisas da perspectiva da Jaina. Ela fica surpresa e feliz de Arthas estar em Dalaran, e aos poucos ela percebe que a afeição é mútua.

Numa tarde, Jaina está lendo um livro sobre a natureza do teletransporte quando Arthas surge com a ideia de um piquenique. Que ela estudava demais e que deveria relaxar um pouco. Antes mesmo de saber se ela iria concordar com a ideia, Arthas já havia preparado tudo, inclusive as celas dos cavalos que usariam. Ela sorri, comentando que ele daria um ótimo rei – era impossível negar qualquer coisa que Arthas pedisse com um sorriso.

Eles cavalgam pelos terrenos fora de Dalaran – Arthas sempre se lembrando de que seu cavalo não é Invincible. Jaina adormece sob a sombra de uma árvore enquanto lê um livro. Quando ela acorda, não encontra Arthas em lugar algum. De repente ela leva uma bola de neve na nuca. Reclamando da injustiça, Arthas, que havia cavalgado até as montanhas próximas para recolher neve para as bolinhas, rola algumas para ela jogar nele. Minutos depois, eles estavam abraçados.

“- Eu sabia disso todos esses anos. – Ele disse.
– S-s-sabia o que? – Jaina havia sido acertada com tantas bolas de neve que, mesmo nesse final de verão, estava com frio. Arthas a sentiu tremer a apertou entre seus braços com mais força. Jaina sabia que ela deveria se afastar; um abraço espontâneo e amigável era uma coisa mas ficar abraçados era outra. (…)
– No dia em que te vi, eu pensei que essa seria a garota com quem eu poderia me divertir. Alguém que não ligaria de nadar num dia quente, ou… – ele se afastou um pouco, tirando alguns pedacinhos de neve do rosto dela – ou tomar uma bola de neve na cara. Eu não te machuquei, machuquei?”
– Arthas: Rise of the Lich King, capítulo 6

O beijo foi gentil e doce – o primeiro que Jaina conhecera – e logo ela percebeu que era esse o rapaz que ela queria pelo resto da vida. Ele havia visto como ela era e não como ela se apresentava para o mundo. Ambos estavam felizes, mas resolveram manter o relacionamento em segredo. Arthas decorou os horários das aulas dela para que eles acidentalmente se encontrassem nos corredores, ambos trocavam olhares e sorrisos discretos em jantares formais. Arthas adorava o risco de serem pegos… Até que um dia eles foram, por ninguém menos que um instrutor e príncipe de Quel’thalas – Kael’thas Andassol [Sunstrider].

É nesse período em Dalaran que Kael’thas começa uma rivalidade com Arthas – inicialmente eles têm opiniões convergentes quanto aos campos de Orcs. Os reinos da Aliança pagam impostos cada vez mais caros para manter os campos conforme o tempo passa e a população orc cresce. Arthas defende o ponto de vista de seu pai, que os orcs não merecem uma chacina, mas que não podem ser libertados. O príncipe de Quel’thalas é de opinião de que os orcs deveriam ser exterminados – que eles foram tolos o suficiente para se meter com demônios e sua energia, e deviam pagar o preço. Ah, a ironia, né, Kael?

Quando Kael’thas descobre o romance secreto de Arthas e Jaina, percebe-se que isso o irrita profundamente. Uma bela tarde Kael’thas pegou os dois se beijando na biblioteca. Ele corria atrás de Jaina para devolver um livro que ela havia esquecido em sua aula. Arthas, que tinha lá seu lado inseguro já se encheu de ódio quando descobriu que Kael’thas tinha sentimentos por Jaina. Kael’thas era mais poderoso, mais inteligente, mais bonito, mais velho, mais sofisticado, mais tudo o do que ele, e antes que ele pudesse supor algo, Jaina interveio e disse que Kael’thas fosse o que fosse, ele nunca seria Arthas, e sorriu.

O tempo passou e Arthas retornou a Lordaeron e para seu treinamento com Uther. Era inverno e, tal como Varian, Arthas odiava o inverno – ele sempre acabava pensando em Invincible – e como o acidente o tirara dele (claro, porque a culpa não foi sua,né, Arthas?). Seu pai e o senhor de Kul Tiras, Daelin Proudmoore haviam conversado e Arthas tinha oficialmente permissão para cortejar Jaina, embora não houvesse nenhum anúncio publico do fato. E isso foi um dos motivos para Terenas e Uther enviá-lo cada vez mais para missões diplomáticas. Terenas estava ficando velho demais para cavalgar e Uther estava se retirando para atividades espirituais mais focadas, unindo o útil ao agradável. O futuro Rei de Lordaeron acompanhava mensageiros da Cidade Capital para Dalaran com frequência. Arthas e Jaina combinavam os feriados para se verem. Ele ficaria em Dalaran para o Festival do Fogo do Solstício (Midsummer Festival) – quando os estudantes de Dalaran tinham mais atividades escolares – e ela iria visitá-lo em Lordaeron para a Noturnália (Hallow’s End).

O relacionamento ficava cada vez mais sério, e Arthas só entendeu isso quando eles passaram para um próximo nível. Ela perguntou se ele estava pronto para isso, para esse próximo passo. E ele disse que estava se ela estivesse… Ele pôde ver a expressão de preocupação no rosto dela – “Eu vou fazer com que tudo o que te preocupa ir embora” – ele jurou e depois bateu uma insegurança. Ele a fez prometer que ela nunca o negaria. E assim ela o fez.

Arthas começou a perceber que sua própria família incluía Jaina em suas atividades. Para o baile do Véu de inverno, a Raina Lianne pediu para que ela se juntasse à ela e Calia para a confecção dos vestidos, o Rei Terenas constantemente pedia para que a jovem se juntasse à ele e a Arthas nas audições e petições com súditos e nobres. Arthas sentava à direita e Jaina à esquerda do Rei, colocando ambos na mesma posição. Era esperado que Arthas pedisse Jaina em casamento no baile de Véu de inverno. Ele gostava de tê-la por perto, ela o entendia melhor que ninguém, e o fazia feliz, era lógico pedi-la em casamento.

 Mimblis, Saudações, meu amigo. Eu espero que a Luz o encontre bem. 

O jovem Arthas me enche de esperança. Recentemente ele se tornou um paladino por completo, e é quase tudo o que eu esperava em um Cavaleiro do Punho de Prata. Ele é forte e poderoso, com uma devoção ao seu povo que chega à nível de zelo. Ele é um bom paladino e será um ótimo rei quando nosso amado Terenas nos deixar. Arthas tem que crescer um pouco, então eu espero que o Rei Terenas fique conosco por algum tempo.

A única coisa que me incomoda sobre Arthas é que ele tem essa qualidade perturbadora.  As vezes, no treino, eu o vejo indo um pouco além quando treinando. Ele é tão dedicado a vencer a disputa que ele esquece que é só um treino. Falta controle; Eu suponho que seja um senso de crueldade debaixo de seu exterior honroso. Eu tenho total confiança de que ele usará essa dedicação para lutar pelo seu povo, e eu estou ansioso para testá-lo. Uma vez que ele matar, eu posso começar a ensiná-lo sobre controle. Eu não quero para controlar seu poder ainda, até que eu possa ver o que ele é capaz.

Arthas ama muito seu povo. Nós recentemente visitamos algumas das vilas mais pobres fora de Lordaeron, curando aqueles que precisavam. Eu queria testar seus poderes de cura, e também como ele interagia com seu povo além dos nobres ricos da cidade. Ele teve dó das pessoas, chorando por uma mulher cuja a perna havia sido perdida em um ataque de lobos. Depois de curar sua dor, ele cavalgou atrás do lobo. Ele matou três, e trouxe suas peles para a mulher, para que servissem de cobertor. Eu me comovi, mas novamente, fiquei um pouco alarmado por sua obstinação. Ela ficou agradecida, e como estávamos lá para curar os doentes e os machucados, nosso trabalho havia sido completado.

Seu relacionamento com Jaina Proudmoore é um para eu ficar de olho. Lordaeron nunca teve uma maga como rainha, mas se ela e Arthas casarem, é essa a situação que teremos de encarar. Talvez será uma boa união de magia e política, ou pelo menos aproximará magos e paladinos. Eu os observarei com cuidado. Uma coisa boa sobre Jaina é que ela amolece a cabeça dura dele. Enquanto ele ataca seus obstáculos com uma mente firme e persistente, ela é mais diplomática e inteligente em sua abordagem, enquanto Arthas pode simplesmente martelar alguma coisa até ela desintegrar. Eles farão uma união forte: Ele é a lâmina nua de uma espada, e ela é um punho em uma luva de veludo. Eu tenho certeza de que eles receberão suporte do público, eu eu darei meu suporte a eles também. Eu vejo Arthas treinar nos campos, ele aguenta qualquer coisa. Ele ataca com uma determinação que eu sei que ele aplicará a tudo na vida, seja um confronto físico ou político. Rei Terenas tem um bom filho. Eu tenho total confiança em Arthas. Sim, ele tem muito a aprender, mas não temos todos? Ele vai superar suas fraquezas e se tornar um rei sábio, no seu devido tempo.

Estou ansioso pela nossa viagem à Stratholme

— Uther 

Mas isso não aconteceu.

A neve caía lá fora calmamente, Arthas observava enquanto seus campos ficavam cobertos por uma crosta fofa branca. Ele sentiu uma mão macia tocar seu braço, e Jaina estava ao seu lado, e ele paralisado pela beleza da dama. Ela parecia uma dama de gelo que respirava e sorria. Ele alcançou um de seus cachos loiros.

” – Você parece .. uma vela branca. – Ele disse – Toda branca e dourada.
Ela sorriu – Sim – Ela riu e roçou uma mecha do cabelo dele. – As crianças com certeza serão loiras.
Ele gelou.
– Jaina … Você esta…
-Não, ainda não. – Ela riu – Mas não existe motivos para pensar que não poderemos ter filhos.”

A mente de Arthas viajou para um futuro onde ele era rei, estava feliz e casado com ela, os filhos no palácio, seus pais já falecidos. Parte dele queria aquilo desesperadamente… mas … E se…? E se ele não fosse um bom pai, e se ele não fosse um bom marido, um bom rei. Ele amava tanto aquilo que ele tinha medo de arruinar tudo.

Do nada ele fala que não está pronto. Jaina aperta a mão dele e fala que tudo bem, eles não precisam ter filhos logo de cara, mas ele a solta e ela vai ficando cada vez mais confusa. Ele começa a dizer que ambos são muito jovens, que ela tem uma carreira pela frente, e muitos estudos e que ele tem atrapalhado e que ele tem os problemas de Lordaeron para resolver e ele tem o treinamento com Uther para concluir. Ele começou a tremer por dentro – ela não falava, ela só olhava para ele, em choque – foi quando ele entendeu o que ela estava perguntando naquele Hallow’s End, se ele estava pronto pra isso. Ele se sentiu culpado, ele achou que estava pronto, ele realmente achou que estava, mas ele não estava preparado. (Não resisti à piada.)

Ele perguntou se eles podiam continuar amigos, eles sempre haviam sido bons amigos, ela o entendia tão bem, por que ela não poderia entendê-lo agora?

Os lábios de Jaina estavam brancos, ela os partiu mas nenhuma palavra foi ouvida. Arthas suplicava por dentro, para que ela entendesse. Ele não queria perdê-la para sempre. A resposta começou em um tom sem emoção… “Claro. Sempre seremos amigos, você e eu.” O rosto e a compostura dela mostravam a dor e o choque, mas ao invés de ver isso, Arthas preferiu tomar as palavras dela como consolo. Ele ainda adicionou que isso não era pra sempre, que ela deveria estudar, que ele atrapalhava. Ela não respondeu. Ele continuou falando, e a abraçou. Ela estava dura como uma pedra, mas lentamente ela foi relaxando. Ele não queria que terminasse, ele não queria.

O resto da noite foi horrível. Jaina conseguiu fingir bem e eles conseguiram superar aquele baile, mesmo com Terenas olhando feio para Arthas sempre que tinha oportunidade. E o príncipe de Lordaeron ficava tentando se convencer de que tudo iria ficar bem enquanto se perguntava porque tudo de ruim acontecia no inverno.

A Praga

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=dVAw-NIB-LA]

Intro dos humanos, Warcraft III, legendada por Pastormaxx em 2008

Thrall escapa de Durnholde em um incêndio e fora prestar contas com Terenas. Arthas sempre imaginou quão inteligente era treinar um orc para ser tão bom em combate corpo a corpo e educá-lo, e agora que ele estava a solta, era uma questão de tempo até que ele chegasse em outros orcs e os ensinasse o que havia aprendido com os humanos. Terenas perguntava a Aadelas Blackmoore mais ou menos a mesma coisa – Já era ruim o suficiente treinar um orc para lutar nos ringues, agora treiná-lo em estratégia militar, ensiná-lo a ler e a escrever? Isso era burrice. Apesar de Aadelas prometer a remendar o caso Thrall, Arthas parte atrás dos orcs antes que Thrall chegue neles. Ele não queria fazê-lo por diversão, ou por dever. Tudo o que ele queria era esquecer o rosto chocado de Jaina quando ele a deixou. Todos os dias ele acordava pensando nela, e a falta de seu sorriso lhe causava dor e agonia. Talvez matar alguns orcs levasse esse pesar embora.

É nessa época que, em Dalaran, um profeta visitava o arquimago Antonidas e lhe falava sobre o destino da humanidade, sobre o fim, e que ele precisava fazer alguma coisa. O profeta fora ignorado por Antonidas, mas Jaina observara seu mentor e o profeta conversando, invisível, e imaginava se o misterioso homem não estaria certo. Antonidas tinha outras coisas na cabeça – coisas demais, com Thrall a solta e montando uma organização que fora nomeada “Nova Horda”, que era indício de uma possível Terceira Guerra. Uma informação adicional: 5 anos antes, o mago louco Kel’thuzad fora expulso da ordem dos magos de Kirin Tor e banido, e outra, uma nova praga apareceu em terras humanas. Antonidas achava o profeta apenas mais um eremita louco que levou toda essa praga muito a sério.

Sobre a praga, ele pretendia investigar e julgara Jaina a mais capaz de lidar com a investigação. O responsável pela investigação, enviado por Lordaeron seria Arthas. E ele contava com que Jaina fosse enviada como o reforço de Kirin Tor para a operação. Ele estava ansioso, e ele não poderia deixar seus homens saberem disso. Ele parecia calmo e confiante quando Falric perguntou se ela viria mesmo.

Desde criança, Arthas já sabia que Jaina não era a pessoa mais pontual do mundo – ela demorou pelo menos uma hora para descer e irem para Dalaran, mais de 10 anos atrás – mas for fim ela chega. Por um momento, o clima fica esquisito, mas os dois estão felizes de estarem trabalhando juntos… O prospecto deixava Arthas feliz e ele já tinha em mente o que dizer à ela quando tivesse oportunidade.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=ZJ47Mu9zpro]

Campanha de Warcraft III – gravada por Cimno

Considerações Finais

E esse é o fim da Parte 2! \ 😀 /

Arthas cresce, mas ele nunca vai esquecer o bendito cavalo. O juramento que ele faz a si mesmo com a morte de Invincible vira um código de conduta para Arthas e ele o assimila naturalmente. Uther percebe que Arthas tem um lado cruel dentro de si, porém ele o ignora e acha que essa determinação toda que ele possui devido ao seu orgulho e ao voto por Invincible, podem levar Arthas por um caminho bom e se tornar um bom rei. E poderiam de fato tê-lo levado para um bom caminho se o rapaz tivesse usado a cabeça com mais sabedoria. Vendo de fora é fácil julgar Arthas pelas ações dele, mas dentro da cabeça dele, ele está fazendo o certo e o necessário para um bem maior. Caçar Orcs por exemplo.

Um ponto interessante sobre a narração do ponto de vista do Arthas – principalmente  na sua iniciação – é que um jogador interessado no roleplay de Paladino, se aprofunda mais no que se é conhecido sobre a Luz, a iniciação na Silver Hand, os conceitos. Outra coisa bastante legal é que este livro – Arthas: Rise of the Lich King – também narra os Eventos de Warcraft III, os quais estamos entrando agora. Mas a escritora não simplesmente copia o jogo, ela adiciona o ponto de vista dos personagens, a emoção e seus pensamentos, coisas que não são claras ou representadas no jogo.

O relacionamento do Arthas com a Jaina também é algo tratado com bastante carinho. Há vários detalhes que eu não passei no texto – principalmente da parte da Jaina, cujo ponto de vista é bastante presente na segunda parte do livro, the Bright Lady, que alias eu não acabei de relatar. Eles se amam muito, maaaaaaaaaaaaaaaaas… Sério, eu fico com dó na Jaina nesse baile de Véu de Inverno [Winter Veil], cara…

Na parte 3 veremos o Scourge [Flagelo] agindo em Lordaeron, Stratholme e finalmente Frostmourne. Me desculpem, eu simplesmente não consigo me habituar aos nomes traduzidos. lol

Semana que vem não publicarei pois estarei viajando, mas no dia 2 eu já devo estar de volta às atividades normais.

Fontes utilizadas para a elaboração deste artigo:

Warcraft III – por Blizzard Entertainment
World of Warcraft – por Blizzard Entertainment

Arthas: Rise of the Lich King – por Christie Golden (2009)

Warcraft Legends – Comic

http://www.wowwiki.com/Arthas_Menethil#Uther_Lightbringer_to_Mimblis_Evermorne