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“…Estávamos eu, o guerreiro Chico Rei e a maga Morgana conversando com os Guardas do Morro da Sentinela em Cerro Oeste, à procura de vestígios dos Defias. Quando, de repente, fomos enviados no caminho das Minas Mortas. Era uma entrada sombria, num sobrado aparentemente abandonado. O ambiente exalava um cheiro abafado, difícil de respirar até para mim, uma elfa acostumada a todo tipo de ambiente. Como sempre, Chico ia à frente, com seu escudo reluzente e uma espada média. Morgana produzia pequenas faíscas mágicas para iluminar o caminho, cada vez mais escuro. De repente, senti uma fisgada no meu braço direito e olhei assustada, reconheci a face de um kobold, muito surrado pelo árduo trabalho nas minas, mas com olhar hostil. Imediatamente, Chico saltou sobre ele e com um grito, desviou sua atenção, dando tempo suficiente para que Morgana o colocasse para dormir, num sono congelante…”

Vamos lá, chega mais e acomode-se junto à fogueira, pois hoje vamos contar histórias. Sim, vamos falar de RPG.

RPG, coisa do “esquisita”, coisa de doido, coisa de nerds malucos…

Pode ser, mas de fato, RPG (Rolling Playing Game) ou IP (Interpretação de Personagens) nada mais é que colocar o elemento da interpretação durante um jogo qualquer.

Na narrativa acima, fiz um breve descritivo do que seria uma pequena aventura dentro das Minas Mortas, onde poderíamos ter entrado para investigar as ações dos Defias, conseguir um determinado material ou mesmo eliminar Vanessa VanCleef.

Interpretação de personagens não é uma exclusividade de jogos RPG ou no nosso caso, MMO-RPG (Massive Multiplayer Online Role-Playing Game). Mais do que a grande maioria imagina, o RPG está presente na maioria dos jogos, mesmo que não de forma explícita ou declarada. Por exemplo, quando se joga Banco Imobiliário, interpretamos banqueiros, especuladores imobiliários e até mesmo trapaceiros. No War, somos generais e presidentes de nações em busca de conquistas de objetivos e mesmo em jogos clássicos como xadrez, nós nos transformamos em comandantes e estrategistas.

Ok, existem jogos mais interpretativos. Em Minas Gerais, em um tempo não muito distante, havia um jogo de rua popular, chamado polícia e ladrão. Alguns moleques eram policiais e outros bandidos. A missão dos bandidos era fugir dos policiais, que armavam várias peripécias para prender seus inimigos. Durante as partidas, era comum os policiais comunicarem entre si, como o fazem os policiais de verdade, simulando terem rádios. Este jogo era essencialmente interpretativo e a encenação era grande parte da graça.

Os chamados jogos de RPG surgiram na década de 70 com o famoso Dungeons & Dragons, obra baseada em Tolkien. Este universo, recheado de criaturas fabulosas como elfos, anões e orcs (oops, já vi um universo assim…) traz a oportunidade de criarmos personagens, muni-los de habilidades diversas e entrarmos em aventuras, guiadas sempre por um mestre que ajuda a dar o fio da meada e zelar para que sigamos as regras básicas do jogo e sejamos fieis a nós mesmos como personagens.

Em um jogo de RPG, parte da diversão é criar um personagem, suas características de personalidade, sua linguagem e origem, seu alinhamento (o que define a crença de como este personagem vai agir) e tentar jogar com estas características.

Bom, já que o WoW é um MMO-RPG, como jogar RPG ou IP no WOW?

Simples meus caros, basta interpretar!

Embora a Blizzard disponibilize reinos RP voltados para esta modalidade, não precisam estar num reino deste tipo, nem mesmo numa guilda RP: basta um pequeno grupo de amigos, criar uma história com pano de fundo e seguir em frente, utilizando toda a potencialidade do jogo, seus mapas, sistema de classes e colocar uma personalidade no seu personagem.

Vou dar um exemplo:

No grupo da narrativa que coloquei no início, temos uma Elfa Noturna Druida, que decidiu ser curandeira por não acreditar na violência, tenta sempre utilizar o caminho da sabedoria ancestral e da natureza e da dádiva da deusa Eluna para resolver os problemas. Outro personagem é uma maga, que aprendeu tudo que sabe na escola de Dalaran e se dedica a explorar o Mundo em busca de conhecimentos maiores de magia. Por fim, temos um guerreiro, que decidiu ser guerreiro, pois acredita apenas na força das armas, negou-se a virar paladino, pois renega qualquer tipo de magia, mesmo a da luz, age movido pelo ouro e não segue ordens, embora seja leal e confiável quando está numa jornada em grupo.

Montado o time e cada qual sabendo suas características, vem uma motivação, que pode ser entrar em uma Raide antiga, participar de uma batalha contra a facção rival, matar um personagem que é um inimigo comum ou ainda buscar um determinado artefato numa missão dada por um PNJ (NPC).

Obviamente que a coisa funciona melhor (eu diria até que é essencial) que se utilize um sistema de comunicação como team speak e, preferencialmente, que exista um observador que faça às vezes de um mediador, ajudando a policiar as condutas. No exemplo acima, a Elfa jamais poderia utilizar um Fogo Estrelar no trabalhador da mina, a não ser que tivesse um motivo muito forte.

Bom, dito isto, cabe ressaltar que, se você estiver numa guilda  ou mesmo num reino RP fica muito mais fácil encontrar pessoas dispostas a fazer RP, criando personagens com boas fichas e já acostumados com o sistema, ficando mais fácil entrar no clima. Lembro que ainda não existem reinos RP na região do Brasil, teria que ser na região dos EUA, portanto, exige-se o inglês. Quem sabe não ganhamos  um servidor exclusivo para RPG também?

E aí? Alguém anima se aventurar pelas terras de Azeroth?