A notícia do evento da Blizzard marcado para a semana que vem acabou gerando muitos rumores sobre uma suposta tradução do World of Warcraft para o português. Alguns mal podem esperar, querem começar outro personagem do level 1 e outros já deixaram claro que não simpatizam com a ideia. Vale lembrar que o idioma é apenas uma escolha. Se realmente acontecer, ninguém será obrigado a jogar em determinada língua.
Há algum tempo recebi um email de um leitor que, em anexo, enviou um arquivo pdf de um livro de RPG do World of Warcraft, baseado no sistema do D&D e publicado pela Devir. Por coincidência, no “Ask CDev #2” do dia 23 de junho, foi citado que os livros de RPG não eram considerados ‘canônicos’. Que eles sim traziam elementos do Lore oficial, mas que o objetivo deles era mais proporcionar uma aventura rica no RPG de mesa.
Deixando a Lore oficial um pouco de lado, o interessante é que esse livro de RPG está todo em português, como leva o selo da Blizzard, foi aprovada na época, em 2004. E mesmo tendo sido lançado há anos atrás, a tradução é muito boa. Segue o início do livro, que conta com 248 páginas:
Azeroth, o mundo onde o cenário de campanha de Warcraft é ambientado, foi devastado por conflitos durante eras incontáveis, Anos de luta dilaceraram o tecido da sociedade. De um local distante, surgiram demônios terríveis com planos obscuros. Embora derrotados, seu legado espreita entre as ruinas de civilizações antigas e os sobreviventes cautelosos que lutam para construir um futuro. Nesse momento de conflito, os heróis – seus personagens – são necessários para liderar o povo até um amanhã melhor e lutar contra os vilões que tentam impedir este destino.
História do Mundo
A vida em Azeroth é cruel, brutal e curta. Entretanto, nem sempre este mundo foi afligido pela guerra e marcado pelo conflito. Houve uma época em que ele fervilhava com vida e vitalidade. As pessoas coexistiam em paz e equilíbrio com o ambiente e bestas mágicas magníficas vagavam livremente pelas florestas e pelo céu. Era o tempo anterior à chegada da Legião Flamejante. Dez mil anos antes dos ores e dos humanos se enfrentarem em sua Primeira Guerra, o mundo de Azeroth era composto por um grande continente cercado por mares bravios e infinitos. Essa massa de terra era o lar de diversas raças e criaturas diferentes que lutavam para sobreviver entre os elementos selvagens do novo mundo. No centro do continente, havia um lago misterioso de energias incandescentes. Este local, que posteriormente seria chamado de Fonte da Eternidade, era o verdadeiro centro da magia e do poder natural do mundo. Tirando suas energias da infinita Grande Escuridão Além, a Fonte servia como uma nascente mística, distribuindo suas energias poderosas pelo mundo a fim de nutrir a vida em todas as suas formas maravilhosas. O poder brilhante atraiu a maior tribo da região, uma raça chamada Kaldorei. Esse povo antigo batizou a grande terra de Kalimdor e estabeleceu-se perto do vórtice de energia cósmica. Após várias eras de paz e aprendizado, os Kaldorei tornaram-se mais poderosos e sábios e logo superaram as outras raças humanóides de Azeroth.A Fonte da Eternidade era a chave do avanço dos Kaldorei. Essa ligação não foi construída sem um preço – para o bem e para o mal. Estudando as energias da Fonte, a tribo foi abençoada com seu poder, tornando-se imortal e adquirindo domínio sobre as criaturas da região. Com o tempo, aprenderam a manipular esta energia diretamente. Assim começou o estudo da magia arcaria. Alguns Kaldorei acreditavam que abusar das energias arcanas da Fonte podia levar apenas ao mal, mas seus avisos foram ignorados enquanto seus irmãos se dedicavam intensamente ao estudo da magia. Os magos e feiticeiros mais importantes construíram belas cidades, produziram mecanismos mágicos maravilhosos e remodelaram o mundo para atender melhor às suas necessidades. Um dos maiores feiticeiros era Azshara, uma mulher com um dom e que parecia saber mais sobre magia do que qualquer
outro ser vivo, mesmo sem nunca ter estudado um único tratado sobre o assunto – como se entendesse a magia em seu nível mais primitivo. Logo, Azshara foi coroada Rainha-Feiticeira de Kalimdor. Em sua corte, ela reuniu os Bem-Nascidos, os Kaldorei das classes nobres que mais apreciavam a magia. Eles logo começaram a agir como a seita de escolhidos de Azshara e a veneravam como uma deusa.A Chegada da Legião Flamejante
Os poderosos Bem-Nascidos tornaram-se arrogantes e decadentes conforme adquiriam mais poder. Embora não soubessem, o abuso das energias sobrenaturais da Fonte e sua obsessão por elas atraíram a atenção de uma raça terrível de criaturas que se alimentavam de magia. Estes seres, os demônios da Legião Flamejante, habitavam uma realidade planar chamada de Caos Inferior. Sentindo o súbito florescimento de energias mágicas em Azeroth, os demônios foram atraídos para Kalirndor como moscas para um cadáver. Mas a barreira entre as realidades os impedia de se alimentarem diretamente da energia da Fonte. Para que isso não lhes fosse negado, Sargeras, o titã negro e senhor da Legião Flamejante, passou a exercer uma influência profana sobre os nobres de Kalimdor. Enquanto ele começava suas manipulações sutis, seus tenentes Arquimonde, o Profanador e Mannoroth, o Destruidor preparavam os lacaios infernais para o ataque….
No fim, o livro ainda conta com um glossário, com a tradução dos termos, nomes de lugares e de personagens, feito pela Devir, para ajudar o jogador na campanha.
Claro que essa tradução não tem nada a ver com como seria a suposta tradução do World of Warcraft de verdade, mas serve como uma fonte de curiosidade 😉
Para ver as páginas inicias do livro e ter uma ideia mais ampla da tradução, segue o pdf, enviado por Weaven @Gurubashi, aqui.