Iniciando uma série de posts sobre as raids antigas e seus momentos marcantes. Decidi começar por Karazhan, uma das minhas favoritas. Quem teve a chance de ir no level 70, com certeza vai se lembrar de muitas coisas. E quem não foi, vai ficar com vontade!
E ty Douglas por ajudar a refrescar minha memória nas lembranças!
Vamos voltar ao início da Burning Crusade? Todos aqueles bonecos level 60, equipados em seus poderosos tiers 1, 2 e – os mais sortudos – tier 3. Nascia toda uma geração de paladinos blood elves e de draineis shamans. Ao dingar 70, era em Karazhan que começava a corrida pela gear!
O attune – necessário na época – começava com as quests Restless Activity e Arcane Disturbances dadas pelo Archmage Alturus na porta de Karazhan e terminava ao obter The Master’s Key. Tendo a chave, o player poderia abrir a porta, e tentar fugir do PvP desenfreado que rolava solto na porta da instância. E era essa chavinha, a única razão pela qual os players iam para Arcatraz e saiam depois de pegar o quest item. Hoje, isso só serve para as quests do Loremaster.
Um pouco de história: Karazhan fica em Deadwind Pass, do lado de Swamp of Sorrows em Eastern Kingdoms. O castelo existe há muito tempo. Bem antes de ser moradia de Medivh. Não se sabe quem construiu o castelo. Durante a Primeira Guerra, a torre foi habitada por Medivh, Moroes seu fiel mordomo, seu cozinheiro Cook e seu então aprendiz Khadgar. Garona também residiu aqui como uma emissária, durante o periodo de aprendizagem de Khadgar. Sargeras permitiu que Medivh explorasse Karazhan livremente. Diz-se que o local é assombrado, com visões estranhas e perturbadoras que se escondem dentro da torre. Por isso, Moroes era conhecido por usar antolhos (aquelas peças com que se cobre os olhos dos animais lateralmente, forçando-os a olhar para frente) para evitar vê-las.
Uma run inteira dava ao todo, 22 Badges of Justice – a queridinha emblem da época. Porém, no início, não era nada fácil entrar em grupo que conseguisse matar Nightbane, Prince Malchezaar e Netherspite. E olha que na época, praticamente não existiam PUGs.
Além disso, Kara – pros íntimos – era necessário pro atune de Magtheridon e logo de Serpentshrine Cavern e Tempest Keep e seus Trial of the Naaru.
Os bosses, por sua vez, trouxeram momentos memoráveis…
Attumen & Midnight
Apesar de explicar que tinha que ficar colado no boss pra não levar charge, alguns players (cof, cof) insistiam em ficar no max range 70yd e tome-lhe charge, fora que pros Mages era uma chateação ficar decursando praticamente a luta toda. Era um dos bosses mais disputados, pois dava neck, gun e muitos itens bons pra melees, e claro o cavalo Fiery Warhorse’s Reins como montaria, que poucos tem.
Depois do Attumen liberava o acesso pro repair no NPC Koren . Mas, se você não fosse Honored com Violet Eye, so sorry, ele nem te dava ideia.
Moroes
Talvez uma das coisas que mais marcaram o Moroes, foi a escada que dá acesso, muita gente wipava ali, pois puxava mob demais, a maioria deles era fácil de matar, mas tinha alguns elites que batiam forte, fora que, no começo de KZ, a escada tinha um problema de lag bem intenso… Minha maior lembrança do boss que dropava o desejado enchant Moongoose era o general chat. Quem é do Warsong, deve lembrar de “Comofas o Moroes?” ou o famoso “Oh Noes Moroes” – Um dos bosses que deu mais trabalho pras guildas, pois necessitava de um determinado CC, DPS e heal intenso, já que a galera levava Garrote. Quantas vezes aquele Paladino dava Turn Undead pra mandar os adds do Moroes correr pela sala e eles saíam da mesma, resetando o evento, ah que delícia… E quando os healers levavam Garrote? Wipe na certa.
Maiden of Virtue
No caminho pra Maiden, tinha uma escadinha, um grande salão e do outro lado da parede, o corredor que levava pra Maiden.
Sempre, mas sempre, um warlock usava Seed of Corruption e agroava não só todos os trashs da sala, mas os do OUTRO LADO DA PAREDE também. Wipe. Nos trashs. Isso qdo não aggroava todos os santos mobs do corredor e aí rolava um AoE e o tank não conseguia gerar aggro suficiente nos mobs e wipe. De novo.
Muitas guildas tinham uma extrema dificuldade em fazer a Maiden devido ao Repentance e ao posicionamento maluco que cada um inventava.
Opera Event
O palco do Opera House, era gerenciado por Barnes . Ao falar com ele, ele anunciava a apresentação da noite. Eram três opções. E para identificar qual era, ele soltava uma frase que dava ideia do que estava por vir. Ao descobrir qual seria, Era a hora da raid deslogar em peso, loucamente, para discutir a estratégia antes do evento começar!
E o mais engraçado era depois da discussão no ventrilo, conseguir coordenar de todo mundo logar de novo no mesmo instante.
Os três eventos possíveis eram:
The Little Red Riding Hood – A chapeuzinho vermelho tem uma frase imortalizada pelo addon Deadly Boss Mode: “Runaway Little Girl, Runaway…”. Aqui o desafio era fugir do Big Bad Wolf – o lobo mau. Pra isso, o dito cujo transformava um player (sempre o mais noob, claro) em chapeuzinho, e ele tinha que correr pelas bordas da sala, para que não fosse pego. Claro, que sempre morriam na hora de fazer as curvas. Era achava divertido demais ver aquele gnomo correndo do boss, aliás uma das poucas raids que me faziam rir, de tão divertido que era.
The Wizard of Oz – Dorothy, seu cachorro Tito, Homen de Lata, Espantalho e o Leão, além da bruxa.
Tirando o mage frost que tinha que kitar o homem de lata, até que não era dificil… Algumas guildas faziam com um Fire Mage sozinho no Espantalho e o Hunter kitando o homem de lata, bom de qualquer maneira, uma luta muito simples.
Romulo and Julianne – Romeu e Julieta, faziam um encontro meio complicado. Sempre que tem que controlar o DPS de alguma forma, algo pode dar errado. E os dois pombinhos tinham que morrer ao mesmo tempo, romântico não? “OH ROMULO I’LL DIE FIRST…” – “NO JULIANNE I’LL FIRST…” – NO ROMULO I’LL FIRST…” Imagina uma briga pra ver quem morre primeiro? Poderia, literalmente ser o fim de um romance.
The Curator
Outro boss com várias armadilhas no caminho. A escada que levava pro andar do Curator tinha um buracão. Quem nunca caiu ali? E o mais legal é que no fim da escada, no caminho pra sala do curator, havia 2 mobs, que davam um debuff em um player que ficava explodindo os outros, de propósito, ou não, matar as bolinhas de energia, era bem chato. Enquanto se via seu damage subindo absurdos 200%, você tinha que matar aquelas malditas bolinhas, o primeiro boss que dropava T4.
Chess Event
O encontro mais fácil de toda a instância. Onde ninguém queria ficar com os peões. Era Free-loot. Mas, eu não tenho vergonha de falar: EU JÁ WIPEI NO CHESS! Eu não sabia que seria possível, até de fato wipar e com uma run de alts de uma guilda grandona aí.
Terestian Illhoof
Como era terrível esse boss, por um lado fácil, por outro dificil, já que tinha N maneiras de matá-lo. Se o tank fosse um Pally, era tranquilo, o tank aggroava todos os mini-imps e você só curtia bater no boss e bater no alvo da Chain. Ou então algum shaman enhancement, tankava facilmente o Kil’rek quando matavamos ele, descíamos a porrada no Terestian, detalhe, ele dropava outra recipe de Enchanting, Soulfrost que por sinal, nunca vi dropar.
Shade of Aran
O Shade era o boss favorito da maioria das guildas, já que, não havia necessidade de tanta estratégia, o lance era apenas não se mexer durante o fogo que ele soltava. Coisa que era difícil de ser entendida por alguns players! Algumas pessoas na raid nunca entendiam que, ele escolhe um número determinado de pessoas pra não se mexer e o restante, pode continuar a bater, correr, pular, dançar enfim, fazer o que quiser, normalmente uma luta divertida, já que todo mundo podia bater, menos nós healers =( – Outro boss que dropava uma recipe bastante desejada, Sunfire.
Netherspite
Netherspite era uma confusão. O pessoal passava horas setando quem ia ficar nos portais e na hora a raid se confundia toda. Muitas guildas pulavam esse encontro.
Nightbane
O pesadelo de muitas e muitas guildas, pra summona-lo, havia um pequeno attune, onde você conseguia um osso que o chamava. O maior problema desse boss era que poucas guildas sabiam como realmente fazer, já que numa de suas fases ele voava e causava um certo dano em área, o que complicava a vida dos healers. Muitas guildas também pulavam essa luta, pra preservar a vida do raid lider, de não ter um ataque do coração de tanto gritar “SAI DO BURACO PRETO!“.
Enquanto esperavamos todos voltarem do corpse run, a diversão era escalar a parede…
Prince Malchezaar
Era o mais marrento dos bosses. Sua voz, gritando “You face not Malchezaar alone, but the legions I command!” era t-u-d-o. Minha boss-quote favorita até hoje.
No começo de KZ, ele era um pouco bugado, digo, quando ele summonava aqueles malditos Infernais, eles caíam aleatoriamente no mapa e isso tinha que ser visto, e adaptado para que a raid não wipasse, após algumas semanas, eles meio que corrigiram, fazendo com que os adds que vinham, não caíssem em spots próximos, isso gerou uma série de teorias malucas de onde tankar porque ali era uma safe spot e onde não tankar porque ali era a área com mais chance de cair, mas nada era verdade.
O mais legal da luta era ver o povo desesperado na hora do Enfeeble, com 1 de vida. Maldito boss que nunca, eu disse NUNCA, dropou minhas armas: Nathrezim Mindblade e Light’s Justice.
Pra se ter uma idéia, conheço pessoas que tiveram experiências de tankar o Prince offline, levou um d/c no meio da luta e continuou tankando e um outro caso mais “sortudo” de uma guilda que praticamente wipou, sobrando o tank, um healer e um DPS, com 5% de life, o DPS morre, com 3% o healer morre e o tank (Warrior) consegue mais que milagrosamente, matar o boss.
Bom, eram outros tempos. Tempos em que o healer conseguia puxar o aggro, tempos em que os DPS tinham que ficar de olho no KTM – não existia Omen na época – e esperar o tank dar 5 Sunder Armor pra começar a bater…