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Ainda oculto nas sombras da floresta de Guilnéas, Dareon analisava o acampamento montado pelos Renegados na Vila da Pedra Incandescente, outrora povoada por aldeões guilneanos que, em parte, haviam fugido da desgraça trazida pelos mortos-vivos.
Dareon bem se lembrava de um evento recente em que precisara resgatar dezenas de aldeões que haviam sido escravizados e mantidos cativos em uma caverna, sob o comando de um chefe Renegado extremamente impiedoso. Apesar do sucesso obtido na missão, Dareon ainda sentia o peito arder quando se recordava de que ainda existiam mais aldeões sob a tirania dos mortos-vivos e, no que dizia respeito àqueles que haviam sido capturados e retidos na própria Vila, a situação não era nada boa.
Dois Renegados de alto escalão comandavam o acampamento e – Dareon sentia o sangue ferver somente com a ideia – utilizavam alguns aldeões em experimentos com métodos (e finalidade) muito questionáveis.
Dareon tinha as armas prontas, ambas embebidas no veneno mortal que trazia sempre consigo. Num primeiro momento, chegara a cogitar a possibilidade de retornar e pedir reforços à Lorna. A Vila estava realmente lotada de vigias Renegados, estrategicamente posicionados nas entradas e em torno de um dos Comandantes – que, durante todo o tempo em que Dareon o observou, seguia olhando uma infinidade de mapas, imerso no que pareciam ser planos e alheio ao que ocorria ao seu redor.
Depois de uma análise melhor, no entanto, Dareon decidiu que tinha condições de cumprir a missão sozinho. Já enfrentei coisa muito pior, disse a si mesmo. Necessitava apenas de planejamento. E… garras.
Aguardou até que alguns soldados da Infantaria Renegada estivessem próximos e escolheu uma pedra grande – o que não foi difícil, uma vez que o solo naquela região era todo cheio de pedregulhos. Logo em seguida, a atirou com força contra uma árvore na direção certa e pronto, havia conseguido chamar a atenção de boa parte dos vigias.
O Executor Cornélio, que também havia percebido alguma perturbação, apenas ergueu a mão e ordenou que os outros mortos-vivos fossem verificar o que havia ocorrido. Dareon o encarou por um instante, antes de se preparar para enfrentar os cinco Renegados que corriam em sua direção, mesmo que sem saber.
Dareon riu baixinho. Um dia (provavelmente em um dos poucos momentos de consciência que tivera na época em que fora transformado), ouvira alguém dizer que um worgen furioso valia por cinco. Talvez seja verdade, pensou, e ainda com os enormes dentes à mostra tomou impulso para saltar sobre os mortos-vivos.
Acertou desde logo três deles. Os outros dois, surpresos, demoraram alguns segundos para reagir e pegar suas espadas. Dareon não deixou. Um instante depois, se encontrava em pé em meio a um círculo sinistro formado por corpos cinzentos despedaçados e armaduras tombadas.
O comandante, absorto que estava em seus afazeres, não procurou seus vigias. Dareon duvidava que ele sequer havia percebido a ausência de sua guarda e percebeu que poderia utilizar isso a seu favor. Nas outras pontas da Vila, os mortos-vivos não tinham como saber o que acabara de acontecer. Se agisse rápido, Dareon tinha chance de repetir a tática e acabar com todos eles aos poucos.
E foi assim que aconteceu. Quando se deu conta, Dareon havia limpado – literalmente, pela concepção que tinha dos mortos-vivos – a Vila da Pedra Incandescente de todos os vigias Renegados. Agora, tinha os dois comandantes sem qualquer proteção, distraídos e vulneráveis. Em algum lugar da Vila, estariam os pobres aldeões que haviam sido mantidos reféns daquela tirania, que, mal sabiam eles, estavam a um passo de serem finalmente libertados.
Valnov, o Louco permanecia ocupado com seus experimentos. Em um canto afastado, mexia incansavelmente em diversos frascos fumegantes distribuídos sobre uma bancada de madeira posta ao lado de – Dareon tremeu – uma gaiola claramente destinada a prender humanos. O Executor Cornélio, por sua vez, seguia examinando seus mapas sob a luz vacilante de uma vela, vez ou outra erguendo a cabeça para a Vila com um olhar distante, sem sequer notar que se encontrava estranhamente vazia.
Dareon deu de ombros. Melhor assim, pensou, se dando conta ainda de que os dois não podiam se ver de onde estavam. Suas tendas eram separadas pelas inúmeras colunas das casas da Vila e era visível que um não conseguia enxergar o outro sem deixar seu posto – e, ao que tudo indicava, nenhum dos dois planejava parar o que estava fazendo tão cedo.
Num ímpeto, Dareon decidiu agir logo. Se aproximou de mansinho do Executor Cornélio e tranquilamente recostou-se a uma árvore próxima.
– Ocupado destruindo algumas vidas? – perguntou, talvez alto demais.
O Renegado assustou-se e o encarou firmemente, primeiro com dúvida, depois com ódio.
– Muito inteligente da sua parte – disse ele calmamente, balançando o cutelo que tinha nas mãos –, se meter numa Vila tomada. Se acha que pode lutar contra todos nós, é tão animal quanto aparenta.
Dareon puxou uma das adagas da cintura.
– Todos vocês… quem?
O Comandante Renegado girou a cabeça com força para trás em busca de seus vigias. A preocupação que tomou seu rosto de repente o denunciou.
– Onde estão meus guardas?
Antes que terminasse a pergunta, Dareon havia saltado sobre ele e o derrubado no chão molhado. O cutelo que Cornélio havia se preparado para usar foi arremessado para muito longe e o barulho do metal se arrastando nas pedras ainda não tinha cessado quando Dareon respondeu:
– Pergunte para eles quando os encontrar no qualquer-lugar-que-seja para onde você vai quando morre pela segunda vez.
O Executor Cornélio soltou um ruído estranho quando Dareon cravou a adaga em seu crânio – de dor, talvez? Dareon não tinha certeza se aquelas criaturas podiam sentir dor, mas desejava que pudessem. Ou quem sabe o barulho fora apenas de frustração. De qualquer forma, a cabeça do Renegado agora jazia em algum lugar da floresta, pelo que Dareon a arremessara com toda a força que possuía numa direção qualquer.
Dareon limpava as patas na calça quando ouviu um grito de fúria logo atrás de si. Valnov, o Louco o encarava com uma expressão que misturava raiva e medo. Dareon não se moveu. Nos instantes que se seguiram, o Renegado baixou os olhos para o corpo despedaçado de Cornélio, depois passou para o machado largado no chão a muitos metros de distância.
Valnov passou as mãos – ou o que sobrara delas – pelos esparsos fios de cabelo podre que lhe saíam da cabeça e ajeitou o monóculo no rosto. Um segundo depois, virou as costas e iniciou uma corrida de volta para sua tenda. Dareon girou os olhos, entediado. Para onde ele pensa que vai?
Num salto, Dareon parou na frente do morto-vivo. Com as presas à mostra, prendeu-o entre as patas e o atirou com força dentro da gaiola que o próprio Valnov utilizava para fazer experimentos com os aldeões, trancando a entrada logo em seguida.
– VOCÊ VAI SE ARREPENDER – berrava o Renegado, se atirando contra as grades, as mãos agarrando todas as barras de metal enquanto tentava freneticamente chacoalhar a gaiola. – VOCÊ-NÃO-SABE-COM-QUEM-ESTÁ-SE-METENDO! BESTA! ESCÓRIA!
– Claro, claro – Dareon murmurou, certificando-se de que a gaiola era segura.
Dareon deixou Valnov falando sozinho e, em meio aos gritos distantes, entrou em todas as casas da Vila. Uma por uma, descia até o porão e procurava as chaves das prisões, geralmente penduradas em alguma parede. Então, abria os cativeiros e libertava os aldeões fracos e sujos que corriam escadas acima em busca de liberdade.
Quando havia aberto todos os portões e se certificado de que todos os cativos haviam sido resgatados, Dareon os chamou até a parte reservada da Vila em que Valnov se encontrava preso. As expressões dos aldeões se modificavam e a curiosidade aumentava conforme os gritos do Renegado se tornavam mais audíveis.
– Vocês estão livres – disse Dareon em um tom audível, em meio aos vivas e agradecimentos vindos dos aldeões. – Logo pedirei a Lorna que envie homens para limpar e proteger a Vila para que vocês possam voltar a viver em segurança. Mas antes…
A figura enlouquecida – e agora aterrorizada – de Valnov entrou no campo de visão dos aldeões. Dareon tomou nas mãos o cutelo que antes pertencera ao Executor Cornélio, que ainda jazia esquecido no chão, e o entregou a um dos aldeões.
– … Acho que vocês têm algumas contas para acertar.
Dito isso, a figura enlouquecida de Valnov entrou no campo de visão dos aldeões, que, depois de um breve instante de incredulidade, correram em direção à gaiola aos berros.