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Este é o 40º artigo de 46 posts da série Entre Homens e Lobos.

O grupo que Dareon reuniu era formado por vinte e cinco refugiados com muita empolgação e pouca armadura. Eram homens e mulheres que haviam se voluntariado para procurar os aldeões capturados e, quem sabe, enfrentar o temido Brothogg – mas Marcus havia falado tanto sobre o sujeito que a vontade de matá-lo acabou crescendo mais em seus corações do que o medo.

Pelo pouco que Dareon sabia, os Renegados tinham tomado conta de uma mina na direção nordeste das cocheiras. Sem maiores diretrizes, Dareon ordenou que era por lá que começariam a caçada.

Shh! Querem ficar quietos? – teve de gritar pela milésima vez durante o caminho, porque Marcus não parava de questionar os métodos de busca e incitar os demais a tomarem outro caminho. – Por acaso você tem outro plano, Marcus?

– Não exatamente, mas seria muito óbvio, não é? Eu não acho que as minas…

Dareon bateu com uma pata em seu peito e com a outra apontou para a frente. O grupo inteiro parou, encarando a entrada da grande caverna que era utilizada para extração de minérios, agora com duas enormes bandeiras dos renegados fincadas no chão para demarcar território.

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Os pelos de Dareon se eriçaram só de sentir o cheiro dos dois mortos-vivos que faziam a ronda. Pensou que seria mais adequado se não esperassem um ataque – quem sabe quantas centenas de Renegados haveria lá dentro? – e, numa ordem silenciosa, mandou que três rapazes armados acabassem com aquilo de uma vez.

– É para já – sussurrou um deles, tomando posição ao mesmo tempo em que os outros dois cuidadosamente apontavam suas miras na direção dos inimigos.

Os três dispararam ao mesmo tempo e um dos mortos-vivos caiu imediatamente. O outro precisou de quatro tiros e uma flechada para ser combatido, mas ao final de alguns instantes, Dareon e seu grupo encontravam-se novamente sozinhos à entrada da mina…

… à exceção de um rapaz que os encarava boquiaberto detrás de uma pilha de rochas que estivera minerando momentos antes.

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– Bem, olá para você aí – resmungou Dareon. De repente, uma ponta de esperança acendeu em seu pensamento: é um humano. Um humano!

– Ehhh… Olá – respondeu ele, deixando cair a picareta de mineração que segurava. – Não vão atirar em mim, vão? Por favor, eu sou prisioneiro, não…

Dareon correu até o rapaz – que se encolheu até quase sumir atrás das pedras – e segurou as correntes que o prendiam.

– Somos guilneanos! – disse alegremente.

– Oh, eu nem posso acreditar! – o rapaz levou as mãos ao rosto. – Eu sou aldeão da Vila da Pedra Incandescente… Os Renegados nos escravizaram e nos obrigaram a trabalhar na mina. Vocês por acaso ficaram sabendo dis…

– Ah, ficamos – Dareon sorriu. – E estávamos exatamente procurando por vocês.

– Será que você poderia… Sabe… Me soltar?

O rapaz apontou com a cabeça para os corpos dos Renegados e Dareon imediatamente procurou as chaves em seus bolsos, após o que retirou as correntes dos pés e braços do pobre homem.

– Sabe quantos Renegados há lá dentro?

O rapaz pensou durante alguns segundos, saindo detrás das rochas para se juntar ao grupo.

– Não muitos – disse por fim. – O problema é aquela coisa asquerosa, o Bor… Bror… Alguma coisa assim, não me lembro direito. Se conseguíssemos entrar e soltar mais aldeões, com certeza teríamos gente suficiente para acabar com a raça desses malditos.

Dareon atirou-lhe uma chave e mostrou a outra que segurava nas patas.

– Pois então comemore, amigo, porque hoje é o dia da libertação!