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Este é o 7º artigo de 9 posts da série Vida e Morte de Arthas Menethil.

Lianne traz para a gente a parte 7 do Lore do Arthas! Depois de derrubar a última força que poderia deter o Flagelo e reviver Kel’thuzad como Lich, Arthas e seu Flagelo partem para viver mais um pedaço de seu destino.

“Os seus dias estão contados, Rei Arthas Menethil. E eu… eu sou a ampulheta.” – Sylvana Correventos

Antonidas dispensa a ajuda de Jaina, já que ela tem outros deveres a cumprir. O profeta fora até ela e ela deveria liderar aqueles que queriam se salvar, através do mar, para as terras esquecidas de Kalimdor. Eles conversaram, Antonidas sabia que havia errado em dispensar o profeta (Medivh), e que ela deveria se apressar. A voz de Arthas ecoa lá fora, como um aviso, da mesma forma que fizera em Quel’thalas. Aqui também ele se apresentava como Cavaleiro da Morte, o primeiro no comando do Lich Rei [Lich King] e queria que Dalaran abrisse seus portões e se rendesse.

Jaina não sabia. Antonidas não queria que ela soubesse, ele foi atender o príncipe. Arthas nunca soube que ela estava ali, e ela não o viu. Ela se lembrou de uma conversa com Kael’thas, sua última, não fora nada agradável. Ele estava chateado, irritado, machucado, descontou nela com palavras que machucaram. Quando Antonidas voltou de ter a guerra declarada a Arthas, Jaina insistiu que queria falar com o ex, que talvez pudesse trazer ele de volta a Luz, mas ele não havia escutado em Stratholme, quando ele não estava sob nenhum tipo de influência maligna direta… e agora então?

Era a última vez que ela veria Antonidas. Ele sempre fora imponente, confiante, era como se brilhasse. Agora ele parecia velho, velho e frágil, e o pior de tudo… derrotado. Ela não conseguiu dizer adeus. Apenas uma promessa de que iria cuidar de seu povo, e se teleportou. A guarda de Dalaran subiu os escudos. Nada podia mais sair e entrar da cidade-estado dos Magi.

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Antonidas vai ao encontro do Cavaleiro da Morte, Arthas.

É uma cilada!

Arthas finalmente conseguiu o grimório de Medivh. Ele era muito pesado pelo seu tamanho, sua capa era de couro vermelho, detalhes em dourado. Um corvo de asas abertas se encontrava desenhado na capa e ainda havia o sangue de Antonidas sobre o livro, e o cavaleiro da morte imaginava se isso tornaria o livro mais potente. Seu companheiro, Kel’thuzad parecia uma criança debaixo da árvore de Véu de Inverno – ele folheava o livro com animação e curiosidade de forma que irritava Arthas. Ele apressou o Lich para abrir logo o portal para Archimonde, e Kel’thuzad alertou Arthas de que certamente aqueles que ainda estavam vivos em Dalaran sentiriam a magia sendo conjurada, para que o Cavaleiro da morte o defendesse.

Entrar em Dalaran havia sido fácil – como Kel’thuzad prometera, ele até havia assassinado Antonidas – um líder poderoso que ele jamais imaginaria que tivesse chance. E ele estava tão aliviado de que Jaina não estava ali para enfrentá-lo, confrontá-lo, tentar trazê-lo de volta… e ela não obteria sucesso, ele sabia. O barulho dos portões o trouxe de volta para o presente.

Arthas sabia que Dalaran não tinha um exército treinado, e que muitos de seus magos estavam fora da cidade. Mesmo assim teriam poucas horas para concluir a missão dada por Archimonde. Arthas conseguia reconhecer muitos que apareciam para defender a cidade dos Magi, mas agora eram tão irrelevantes quanto o tempo que fizera ontem, e agora cairiam perante sua espada rúnica sedenta por almas. Finalmente Kel’thuzard concluiu sua conjuração e o orbe verde pulsava de energia, expandindo-se e brilhando cada vez mais forte. A figura de Archimonde se fez presente.

Tichondrius surgiu depois que todo o perigo havia passado, reportando o sucesso da missão. Archimonde logo dispensa o Lich Rei – clamando que ele não tinha mais uso para ele – e coloca os Dreadlords a cargo do Flagelo. É nessa hora que Arthas fica feliz por ter passado horas e horas todo dia meditando com Uther, senão mostraria em sua face toda a insatisfação, fúria e choque. O cavalo percebeu a mudança de humor do seu cavaleiro e se agitou. Arthas o controlou, e ainda muito bravo, ficou pensando “Mas se o Lich Rei não tem mais utilidade pra eles, o que eu sou? Como eu fico? Tá tirando uma da minha cara que vão me descartar depois de tudo o que EU fiz, né? Não pode ser tudo em vão, não VAI ser tudo em vão.”

Convenhamos, Arthas perdeu demais nessa “brincadeira” toda, e fez muita gente perder junto com ele, pra ganho próprio. Ele matou um monte de gente que não era pra ter morrido, jogou fora tudo o que ele acreditou a vida toda, largou aqueles que ele amava e que o amavam pra cada um com seu destino, sacrificou o pai, Uther, Muradin, Lordaeron, Quel’thalas e talvez o planeta todo.

Tem que ser piada que vai ser tudo pra nada. E foi exatamente assim que o Arthas se sentia. Kel’thuzad pedia calma, falou que o Lich Rei já havia previsto isso, e que seu grande plano ainda havia de acontecer e que Arthas tinha chances de participar dele. TINHA CHANCES. Ah, não, meu amigo, se ele fez tudo o que ele fez, abandonou tudo – e todos – o que ele abandonou, e matou o tanto de gente que ele matou, não ia ser tudo em vão.

A terra tremeu, e Archimonde colocou Dalaran no chão. – E isso era muito mais do que ele jamais presenciou, era ainda pior do que ver Luaprata cair. Ver um bastião da humanidade cair com tanta facilidade… era vergonhoso depois de tanto trabalho que tivera com os elfos. Arthas coçou o queixo, havia muito no que se pensar.


Archimonde e a Queda de Dalaran. Final dos Mortos-Vivos (Warcraft III: Reign of Chaos)

Fraquezas de um Rei

Arthas observava a lealdade de Kel’thuzad para com o Lich Rei, até convencendo os demônios de que estava a total disposição deles. Kel’thuzad conta para Arthas a verdade por tás do plano da Legião. O que a Legião quer mesmo – o que os atraiu para Azeroth em primeiro lugar – é tomar para si toda a magia e devorar toda a vida deste mundo, e para isso eles deveriam concentrar energias corrompidas na Nascente da Eternidade dos elfos, do outro lado do oceano, em Kalimdor. Para chegar lá, eles precisam destruir aquilo que contém a mais pura e verdadeira essência da vida em Azeroth. Essa coisa é Nordrassil, a Árvore do Mundo. Nordrassil era o que garantia aos Kaldorei sua imortalidade, eles estavam ligados diretamente a árvore.

Arthas estava confuso, ele não conhecia os kaldorei. Kel’thuzad explicou que eles eram a raça original, mas não importaria saber disso agora, o que importava era impedir que a Legião completasse seu plano, e entre os kaldorei havia uma pessoa que os ajudaria. O Lich teleportou a dupla para o continente de Kalimdor, numa colina com uma boa vista da grande extensão de terras. Arthas viu as florestas saudáveis – e também o início da corrupção da Legião ali: animais mortos, tanto quanto árvores e terra. Uma figura surgiu no pé do morro, era a pessoa que Kel’thuzad havia mencionado.

Certamente os Kaldorei, ou os Elfos Noturnos, eram diferentes daquilo que ele conhecia. Sua pele arroxeada, suas tatuagens e cicatrizes pelo corpo, em padrões quase ritualísticos, se não o eram. O elfo tinha uma venda nos olhos, mas aparentemente não tinha problemas de locomoção pelo ambiente. Ele carregava armas que não lembravam nada que Arthas jamais tinha visto, mas que emanavam energia demoníaca. Sim, este elfo já havia lidado com demônios antes.

Illidan Tempesfúria [Stormrage] parecia irritado, e chegou reclamando de como seu irmão lhe tratara depois de passar 10 mil anos encarcerado. Esbravejava que lhe mostaria o poder de verdade, que os demônios não mandavam nele. Arthas viu ali uma oportunidade de manipular o elfo para seus propósitos, e começou a provocar o caçador de demônios. Incomodado, Illidan retruca sobre o cheiro de morte de Arthas e diz que ele se arrependerá de ter ido a seu encontro.

Arthas sorriu, dizendo que talvez eles tivessem forças equivalentes. O cavaleiro da morte galopou com Invencível pela ladeira, indo de encontro a Illidan. De fato, a luta era equilibrada, e como uma dança, ambos destilavam seus golpes até que perceberam a equivalência de suas habilidades.

“O que você quer?”, Illidan finalmente perguntou. Era o momento que Arthas estava esperando. O príncipe caído de Lordaeron contou sobre o exército de Tichondrius e um artefato chamado Crânio de Gul’dan que o Dreadlord controlava, responsável pela corrupção das florestas a volta deles. Eles conversaram sobre Tichondrius, sobre poder, e finalmente Illidan concordou em roubar o artefato. Quando o caçador de demônios foi embora, Arthas esperou Kel’thuzad leva-los de volta para suas terras, enquanto imaginava se Illidan era tão obediente quanto parecia, e era melhor que fosse. Não queria complicações.

Arthas não tinha conseguido espaço para matar Tichondrius, então conseguiu convencer Illidan a fazê-lo, usando sua fome por poder contra ele. Quando Arthas voltou para Lordaeron, encontrou um trio de Dreadlords – Balnazzar, Detheroc e Varimathras desinformados, crentes que seu mestre Archimonde estava vivo e obtendo sucesso em sua missão em Kalimdor. Ele os saudou e disse que não precisaria mais de seus serviços. A legião caiu.


A queda de Archimonde perante Nordrassil: Final dos Elfos noturnos (WarCraft 3: Reign of Chaos)

O cavaleiro da morte ergue sua espada rúnica, mas antes que pudesse acertar os demônios, eles se teleportaram, fazendo com que Arthas atingisse o ar. Kel’thuzad parecia feliz em ver Arthas de volta a Lordaeron e clamando por seu trono. Sylvana não parecia tão alegre, isso era motivo o suficiente para Arthas provocá-la. Porém, enquanto falava, ele sentiu uma dor excuciante e cai de joelhos, perguntou a si mesmo o que estava acontecendo. Depois de poucos segundos, a dor voltou. Arthas não percebe o olhar satisfeito de Sylvana ao vê-lo sofrer, seu corpo precisa descansar. É importante sabermos que Arthas está vivo, seu corpo está vivo e precisa de manutenção. Aproveitando que está em casa, Arthas retira-se a seus aposentos, onde pode descansar.

Nessa perda de poder de Arthas, Sylvana percebe que o auto-proclamado Rei de Lordaeron não possui mais poder sobre sua vontade. Ela aproveita o descanso dele para fazer acordos com os demônios que fugiram dali antes, Balnazzar e Detheroc. Ela arma uma armadilha para Arthas.

Em sua dor ele tem visões, e enquanto ele rola na cama ele pensa nelas…. Ele se vê dentro de uma caverna, seu mestre (primeira vez que ele tem sequer uma imagem do Lich Rei) aprisionado no gelo, e um mensagem. Ele deve ir a seu encontro em Nortúndria o mais rápido o possível, o poder do trono está drenado, o tempo está acabando. Ele precisa servir seu mestre, ele precisa obedecer.

Ele não se sentia tão fraco desde que empunhara Gélido Lamento [Frostmourne] pela primeira vez. Ele se encontra com Kel’thuzad e o informa de que deveriam ir até Nortúndria. O Lich estava a responder quando foi interrompido por assassinos. Arthas estava tão fraco que nem os sentiu chegando. O portão abriu com força, fazendo um enorme barulho, Arthas puxou Gélido Lamento, e parecia que ela estava mais pesada e sem vida, sentia mais como se ela fosse um pedaço de metal mal esculpido do que uma arma com o balanceamento perfeito.

Foi quando ele viu outros mortos vivos lutando contra ele e seu exército. Perplexo, ele não entendia não apenas como eles se moviam, mas por algum motivo se moviam contra ele. Finalmente Balnazzar apareceu para enfrentá-lo, o novo rei de Lordaeron olhou para seu inimigo, ele não morreria ali. Kel’thuzad pediu para que ele fugisse, eles se encontrariam mais tarde. Arthas garantiu que Invencível não seria ferido, e com um movimento de mãos a forma esqueletal do cavalo se tornou fantasmagórica e sumiu. Ele evocaria-o quando precisasse.

Arthas abria caminho pelos mortos vivos, controlados pelo Dreadlord, correndo pelos corredores que um dia foram os aposentos particulares de sua família, onde ele uma vez correra com Jaina, segurando a mão dela com força. Ele quase tropeçou com a lembrança e ela o fez pensar como ele tinha chegado ali… fugindo de seus próprios servos, aqueles que ele havia jurado em proteger, aqueles que ele matou. Traindo seus súditos pelo poder que o Lich Rei oferecera. O poder que agora estava sangrando dele, como uma ferida aberta. Ele começou a pensar em seu pai, em Jaina.

Não. De novo ele percebeu que as memórias estavam atrapalhando-o. Ele se fechou e focou em sua fuga. Lembrou de uma passagem secreta em seu quarto, todos tinham uma passagem secreta em seus cômodos – Calia, e seus pais – que apenas eles conheciam, eles, Uther, e o bispo. Certo que todos estavam mortos – embora não haja evidências da morte de Calia canonicamente – ele entrou pela passagem em seu quarto, correndo pelo corredor até que saísse em segurança nas Clareiras de Tirisfal.

Arthas observa confuso mortos-vivos lutando contra eles mesmos. Ah, mas é claro, alguns ainda estão sob o comando dele. Eles são ferramentas, armas… não seus súditos. Ele começou a reparar em suas carcaças mórbidas, repugnantes, os vermes e as necroses. Não importava quem os controlava, eles eram imorais. Ele percebeu um espírito vagando timidamente, um dia era foi uma garota adolescente, Ele a matou, diretamente ou não. Ele pediu para que ela o ajudasse, afinal, era era um de seus lacaios. Ele evocou mais delas e foi a luta. Aqueles mortos serviriam seja lá quem fosse mais forte, então ele tentou demonstrar poder. Ele não morreria sem lutar.

Missão em WarCraft III: The Frozen Throne

Um dos corpos que estava atacando-o congelou por um momento e se voltou contra os inimigos do Lich Rei. As banshees vieram a seu regaste – em pensar que Sylvana o odiava tanto que não o ajudaria, ou pior, que suas banshees estariam servindo seus inimigos. Com a ajuda das Banshees, o jogo virou rapidamente. Arthas agradeceu as damas, e confiou nelas para que ele fosse transportado em segurança até seu destino. Ele chamou seu cavalo e exigiu que fosse levado até a líder e Kel’thuzad.

Elas assim o fizeram, levando-no para uma clareira aberta. Elas o deixaram ali. Arthas ficou confuso, e irritado, se perguntando onde estariam seus servos, quando a dor atacou de novo. “Você foi enganado!” a voz do Lich Rei gritava em seus ouvidos, e demandava que ele fosse para Nortúndria imediatamente. Sylvana sai da floresta em seu próprio corpo, que estava apodrecendo em Quel’thalas, e não mais como um fantasma. Arthas percebeu ela sorrir quando ela puxou a flecha.

A flecha acertou seu ombro perfurando a armadura como se fosse papel. Confuso por conta do tiro não tê-lo matado, Arthas logo percebeu seus membros ficando fracos, ele se agarrou ao pescoço de seu cavalo. Irritado, ele a chamou de traidora, e percebeu que ela estava feliz. Enquanto ela se aproximava, explicava que a flecha continha um veneno especial para ele. A paralisia seria uma fração pequena do sofrimento que ele causou a ela. Ela se negou a dar-lhe uma morte rápida como ele pedira, afinal, ele também não deu isso a ela.

Agora Arthas só conseguia mover os olhos, observando inutilmente enquanto ela levantava o braço com a adaga para matá-lo.

"Dê meus cumprimentos ao inferno, filho da ..."

Por dentro, Arthas tremia, impotente e paralizado, ele não queria morrer assim, ele não podia, e só um nome aparecia em sua mente… Jaina…

Mais uma vez, suas memórias eram interrompidas, Kel’thuzad aparecera ali para salvá-lo no último intanste, com um exército que colocou as banshees para correr. O veneno era apenas para paralizá-lo, disse Kel’thuzad, o efeito passaria com o tempo. Arthas estava realmente agradecido de ter Kel’thuzad ao seu lado. O lich não era um súdito, não era uma ferramenta… era quase um amigo.

E agora… iriam para Nortúndria, selar seu destino.


Espero que tenham gostado dessa parte 7 de Arthas. Existem outros artigos relacionados que podem interessar:

Illidan: O elfo noturno conhecido como o Traidor
Kel’thuzad: O fiel servo do Lich Rei e conselheiro de Arthas que um dia foi um grande mago de Kirin Tor

Até a próxima! 🙂

 

Fontes para a realização deste artigo:

Arthas: Rise of the Lich King – Chirstie Golden
WarCraft 3: Reign of Chaos
WarCraft 3: Frozen Throne

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