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Este é o 33º artigo de 46 posts da série Entre Homens e Lobos.

Depois da cerimônia, Dareon foi aclamado como se fosse um herói. Bem, de acordo com a opinião de praticamente todos, ele era um herói. Em Tal’doren, mal podia passar uma hora completa sem escutar algo constrangedor. “Minha nossa, você é o Dareon!”, eles diziam. “Ei, Dareon, você poderia nos contar de novo como foi que recuperou a Foice?”. Dareon acenava, envergonhado, o olhar imediatamente desviado para o chão.

Eu sou só o Dareon, queria responder. E não a recuperei sozinho, vocês estavam lá, pelo amor de… Mas Lorde Crowley o incentivava a ser simpático e então uma roda se formava à sua volta novamente para ouvir a mesma história pela décima vez.

– Dareon – chamou Lorde Crowley, interrompendo uma nova rodada de bajulação bem a tempo –, uma palavrinha?

Dareon agradeceu-o mentalmente por tirá-lo do aglomerado de worgens e seguiu-o até um canto reservado.

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– Você não deveria se incomodar tanto com a atenção que está ganhando – disse o líder. – É um bom sinal. Todos confiam em você.

– Talvez – Dareon deu de ombros. – Mas a responsabilidade aumenta. Eles fazem parecer como se eu tivesse feito tudo sozinho, todos sabemos que não é verdade… Já não sou tão novato aqui, não é? Me sinto na obrigação de lutar por mim e… por nós. Nunca tive alguém depositando essa quantia de confiança em mim.

– De fato – Crowley sorriu. – É o que eles esperam que faça. E eu também.

A sentença deixou Dareon paralisado por um instante.

– Por que diz isso?

Lorde Darius Crowley sentou-se em uma pilha de toras amontoadas e juntou as patas no colo. Em seguida, olhou-o com um ar tão paternal que Dareon quase se sentiu comovido.

– Levará muito tempo para que nossa nação se recomponha, você sabe – disse Crowley. – Os antigos conflitos políticos… Dareon, eles não são nada perto do que agora enfrentamos. Nunca foi tão premente que nos uníssemos contra um inimigo em comum. E você, meu amigo, você provou que pode ser a ponte entre as facções do nosso povo.

Dareon sentou-se ao seu lado, muito sério.

– Está na hora, não está? – concluiu. – Por mais que todos evitem falar sobre isso, haverá uma batalha final…

Lorde Crowley assentiu, resignado.

– Sim, muito provavelmente. Estamos nos preparando para quando o momento finalmente chegar (e ele parece estar muito próximo, não é?), mas nunca podemos ter certeza… Nosso plano imediato é nos unirmos, antes de tomar qualquer medida.

– Quer que eu volte ao Vale Tormenta e os tire de lá – concluiu Dareon, sem questionar.

– Precisamente – confirmou Lorde Crowley. – Mas não quero que fique preocupado. Podemos proteger nosso povo. E você é a pess… O worgen em quem todos confiam, tanto eu quanto nossos amigos. Precisamos manter os guilneanos, sejam humanos ou worgens, todos unidos… Você sabe…

– Para onde? – Dareon rendeu-se num suspiro.

– Tempestária. Vá até o Vale Tormenta e avise-os de que já é seguro atravessar a Floresta Negra. E antes que você pergunte, nós cuidaremos de qualquer Renegado que apareça no caminho.

Tempestária. O nome ecoou nos ouvidos de Dareon durante alguns segundos, o plano mirabolante de Lorde Crowley automaticamente traçando-se em sua mente. Lembrou-se das formas da vila, tão nítidas como se tivesse acabado de partir. Sentia-se contente pela iminência de rever os amigos, mas de qualquer forma…

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– Greymane irá ajudá-lo – disse Darius, levantando-se conclusivamente. – Já deve ter falado com Gwen sobre o esquema, então você provavelmente não precisará perder muito tempo dando explicações… Sugiro que parta já, antes que sua falta seja muito sentida. Há um cavalo o esperando lá fora.

– Certo – Dareon desanimou-se ante a enxurrada de ordens, mas mesmo assim concordou com a cabeça. – Espero que dê tudo certo… Nos vemos em Tempestária, então.

Lorde Crowley acenou em resposta.

– Espero que sim. Até lá.