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Depois de uma reestruturação (também conhecida como ‘demissão de metade do staff’) ano passado e uma suspeita fortíssima que isso aconteceria desde o início da semana, hoje tivemos a confirmação oficial de que o WoWInsider vai deixar de existir. Ainda não sabemos se o site ficará no ar como arquivo ou se tudo vai ser varrido da interwebz pra sempre, mas de qualquer forma, é uma notícia triste.

Não é o caso de “WoW tá morrendo” ou de que ele estava em decadência, não. A AOL, conglomerado que é dono do site, fechou toda a divisão de blogs deles incluindo o Joystiq (games) e o Massively (mmos), que apresentavam crescimento constante de audiência nos ultimos anos, por… razões que ninguém sabe com certeza. Foi uma decisão totalmente vertical: demitir mais de 150 pessoas, fechar tudo, vender as marcas, adeus. Não sei se isso torna o caso mais ou menos pior, mas é fato que hoje foi dia de uma perda enorme para o jornalismo e conteúdo de games.

Eu acompanho o WoWInsider desde, pelo menos, 2010. Os artigos deles me inspiraram a escrever sobre o jogo que eu tanto amo, e quando a chefia do WoWGirl caiu no meu colo a minha maior inspiração era ele, e é até hoje. Os textos escritos com cuidado e com o coração, por gente que claramente amava World of Warcraft e amava seu trabalho me faziam querer sempre ser uma jogadora melhor, uma escritora melhor, uma editora melhor. Eles me inspiraram a tentar melhorar a comunidade através do meu trabalho aqui no WoWGirl, a mostrar que todo mundo tem um cantinho pra chamar de seu dentro da comunidade de World of Warcraft, e que cada um pode sim fazer a diferença. Acho que não vou conseguir expressar exatamente o quanto estou triste por saber que a partir de terça feira não teremos mais conteúdo por lá. É muito, podem acreditar.

Acho, inclusive, que grande parte da minha tristeza vem do fato de conseguir me colocar exatamente no lugar deles, de imaginar o WoWGirl, que eu tanto amo, que dedico todos os meus dias, que cuido com tanto amor, sendo tirado de mim assim, do nada. A situação deles é ainda pior porque o site era, de fato, o emprego deles – então além de sem amor, eles também estão sem saber como vão pagar as contas. O WoWGirl ainda está longe de virar o meu trabalho, apesar de estar correndo atrás disso, mas consigo me visualizar completamente sem chão se isso fosse tirado de mim.

Engraçado que eu sempre pensei que uma das formas de ~financiar~ o site seria atrelar ele a um grande portal, que sabe lidar com a parte comercial do negócio de conteúdo e assim tornar a monetização algo viável. Agora vejo o quanto isso pode, também, ser perigoso: entregar o que você tem de mais valioso – seu conhecimento, sua dedicação, sua paixão – nas mãos de alguém que não te vê mais do que números (e no caso deles, não importa muito se bons ou ruins, aparentemente). Já me falaram que o WoWGirl não anda com as próprias pernas porque a gente não sabe vender – e realmente não sabemos, sonho ter alguém de mídia dando mãozinha pra gente – mas quanto mais eu penso mais eu acredito que o caminho certo é a gente se manter independente, mesmo que isso signifique passar a noite fazendo freelas pra poder cuidar do site durante o dia. E infelizmente, da forma mais triste possível, o WoWInsider me deixou mais essa lição.

Vou acompanhar cada post novo de lá até o último, e provavelmente meu fim de semana vai ser passado inteiro salvando os artigos de lore  e editoriais de lá, meus favoritos, pra poder reler sempre que bater a saudade. Se você lê em inglês, recomendo muito que você passe por lá pelo menos uma vez. Vale a pena.