Hoje iremos dar um pequeno passeio pelo passado dessa personagem do universo Warcraft que volta e meia tem dado as caras no WoW, mas nunca chegou a ganhar muito destaque no jogo. Claro que agora no patch 6.1 isso irá mudar um pouco já que teremos um pouco mais de carinho pra ela, a diva assassina Garona Halforcen.

Que tal começar as coisas na ordem certa? Vamos conhecer um pouco mais dessa grande personagem do universo Warcraft.

Versão TL;DR:
Garona é uma meio-orc, meio-draenei. Assassina e mestre espiã. Durante a primeira invasão dos orcs em Azeroth, ela chegou a ser uma Emissária daquela versão da Horda e uma relutante assassina do Rei Llane Wrynn (pai de Varian). Anos depois, ela e seu filho Med’an se juntaram a outros membros do Conselho de Tirisfal numa batalha contra o culto do Martelo do Crepúsculo e seu lider, Cho’gall.

Desde então, ela não tem sido vista ou mencionada até a chegada do WoD e do filme de Warcraft.

Versão para quem gosta de ler:
Para começar, vamos explicar que a mistura que deu origem a Garona foi uma das safadezas do orc conhecido como Gul’dan, que fazendo experimentos de reprodução, alcançou sucesso ao misturar seus guerreiros orcs com uma draenei – draenei essa que era irmã do nosso não tão bem sucedido jogador de RPG, Maraad.

O resultado desses experimentos proporcionou o nascimento da híbrida meio-orc, meio-draenei que conhecemos como Garona. Com o sucesso alcançado, tio Gul’dan que nem era bobo nem nada, magicamente a fez crescer até a idade ideal para que os orcs já comecem a ser treinados. E claro que, sujeito verde e legal que ele era, ele também alem de a torturar, só por via das duvidas, colocou na mente de Garona alguns controles mágicos para que ela lhe fosse sempre obediente.

Criada junto ao povo de seu pai e sendo odiada por ser diferente, Garona sempre era tratada como uma criatura feia e deformada pois parte da sua mistura de raças ficava evidente em algumas partes do seu corpo, como seus pés, que se pareciam mais como os de um draenei. Contudo, pelo menos para uma pessoa essa mistura não importava pois Maraad, seu tio, descobrindo sobre o seu nascimento, se pos a procurar pela filha nascida de sua irmã.

No decorrer da vida, por ser diferente de todos, Garona nunca chegou a forjar nenhuma grande ligação com os clãs órquicos pois sempre foi considerada uma pária. Mas por permanecer sempre ao lado de Gul’dan ela acabou se tornando uma grande ferramenta assassina e chefe em espionagem para ele.

Ao chegar em Azeroth essa experiência de Garona a ajudou muito a lidar com seu mais novo inimigo, os Humanos.

Garona e Medivh

Garona fez parte da primeira onda de orcs que invadiu Azeroth e uma das poucas que chegaram a enfrentar o Guardião Medivh. Apesar de seu grupo ter sido dizimado, ela foi poupada e enviada para levar uma mensagem para seu mestre, Gul’dan. Depois de um tempo ficando nessa de pombo correio entre os orcs e Medivh, ela chegou a receber o titulo de emissária e ser enviada diretamente a Karazhan.

E foi lá em Karazhan que ela conheceu Khadgar, que nessa época era aprendiz de Medivh e observador de Dalaran. Inicialmente ele reagiu de forma furiosa com a presença de uma orquisa na torre do mago, mas ordenado por Medivh, passou a trata-la com respeito.

Como Karazhan é aquele centro delicioso de coisas loucas, uma certa confiança entre os dois começou a surgir quando um demônio apareceu na biblioteca da grande torre e os dois tiveram de se unir para poder vence-lo. Garona e Khadgar ficavam sempre se alfinetando sobre as coisas que a raça do outro fazia, enquanto defendiam a sua própria. E foi no desenvolver dessa amizade que eventualmente, Garona acabou contando ao aprendiz que os orcs estavam chegando a Azeroth através do Portal Negro.

“In your histories, there are continual justifications for all manner of hellish actions. Claims of nobility and heritage and honor to cover up every bit of genocide, assassination, and massacre. At least the Horde is honest in their naked lust for power.”  The Last Guardian, capítulo 12

“Em suas histórias existem justificativas contínuas para toda e qualquer ação diabólica. Justificativas como nobreza, herança e honra encobrem cada traço de genocídio, assassinatos e massacres. Pelo menos a Horda é honesta em sua busca desenfreada por poder”

Garona passava bastante tempo com Medivh, e foi passando esse tempo junto ao mago que se criou nela um grande senso de respeito por ele ao ponto de ela começar a questionar suas lealdades. Mesmo sabendo que ela era uma espiã, um laço de confiança havia se formado entre eles. Ela até chegou a afirmar que tal laço a fez se sentir mais “humana”, e que ela sentia que Medivh tinha um grande sonho de trazer algo melhor para esse mundo. [modofofocaON] Pode ter sido por esse período que Medivh se tornou o pai de Med’an. [modofofocaOFF]

Em certo ponto Medivh começou a ter uma série de comportamentos bizarros, o que fez com que Garona e Khadgar começassem a investigar alguma conexão entre esse comportamento e a chegada dos orcs a Azeroth. Usando um encantamento para chamar uma visão do passado, eles descobriram que foi Medivh a pessoa responsável por trazer os orcs para Azeroth, revelando assim seus planos de assassinato e mentiras. Isso a chocou profundamente e inicialmente Garona acreditou que havia sido uma visão errada, mas eventualmente ela aceitou a verdade. Após uma pequena batalha contra Medivh, onde Khadgar usou uma visão de Aegwynn para distrair o mago, eles conseguiram fugir da torre em direção ao Reino de Azeroth.

Mesmo passando por algumas dificuldades durante o percurso ambos conseguiram encontrar com Lorde Anduin Lothar. Eles contaram sua historia para Lothar e o Rei Llane Wrynn, que se recusou a acreditar na verdade daquelas palavras. Apesar da descrença do Rei, foi Lothar quem primeiro aceitou que o mago estava de fato insano e por sua sugestão um pequeno grupo foi enviado para confrontar o mago (Really? Um bando de guardinha de Ventobravo contra o mega OP Medivh, pff). Mais tarde nesse mesmo dia Garona vestiu as cores de Azeroth, pegou um grifo e foi se juntar ao grupo que havia ido em direção a torre.

Após vasculharem toda a torre atrás de Medivh eles acabaram encontrando uma passagem escondida que os levou a uma versão alternativa da Torre, onde a “sombra” oculta de Medivh habitava. Que adivinhem quem era? Tio Sargeras!

Foi nesse momento que Garona e Khadgar testemunharam uma nova visão que iria mudar para sempre a meia-orc. Karazhan a “presenteou” com uma visão do seu futuro, que ela foi forçada a assistir em horror, pois ela via a futura Garona assassinar o Rei Llane durante um cerco a Ventobravo. Ela ficou um tempo paralisada com a visão daquilo que ela sabia que poderia vir a acontecer. Llane fora uma das poucas pessoas na sua vida que a tratou com bondade e ela não queria sua morte.

Khadgar a retirou desse estado de paralisia e a lembrou que eles tinham uma missão mais urgente naquele momento, e que se aquilo era realmente uma visão do futuro isso queria dizer que eles iriam conseguir sair de lá vivos. E bem, caso eles não saíssem de lá, aquele futuro nunca iria acontecer e ela não trairia o Rei Llane. (Khadgar, seu Poliana!)

Como o passeio deles por lá não era muito direcionado a ficar bisbilhotando o futuro e sim a preserva-lo, eles continuaram a busca por Medivh e acabaram por encontra-lo e, vejam só, ele havia liberado todos os poderes conferidos a ele por sua mãe Aegwynn e o Lorde demoníaco Sargeras. Imagina o tamanho da treta?

Garona, tomada por raiva da traição de Medivh e talvez esperando morrer para não viver a visão que acabara de ter, atacou o Mago no ímpeto da fúria apenas para ser atingida por uma poderosa magia que a derrubou. Medivh então expressou profundo desapontamento com ela, pois de todos ele acreditava que justamente ela iria entender e não se opor a ele.

Sentindo remorso pela meia-orc, ele a tocou o fronte e utilizou uma segunda magia, inundando a mente dela com duvidas e divisões que ele mesmo carregava. Com isso ela caiu incapacitada no chão.

Pouco depois, após muitos conflitos, Medivh foi finalmente morto por Khadgar e Lothar (nesse momento, Gul’dan estava tão ligado a mente do Mago que isso o induziu a um coma – e foi aí que Khadgar foi atingido pelo envelhecimento precoce), e depois disso Garona desapareceu.

Garona e Llane

Logo depois desse conflito em Karazhan Garona se tornou uma confidente de confiança do Rei Llane, mas por conta da confusão mental que o mago colocou em sua cabeça ela não conseguia criar alianças reais. Ela informava ao rei todos os movimentos da Horda, permitindo que ele conseguisse aproveitar todos os pontos em seu favor. Contudo, nesse tempo, ela havia sido ordenada pelo Conselho das Sombras a assassinar o Rei Llane.

Percebendo que a sua visão iria se tornar realidade mas impossibilitada de ir contra o comando mental implantado nela desde pequena por Gul’dan, ela seguiu sua tarefa com muita tristeza e relutância, cortando a cabeça do Rei Llane na presença do então pequeno Varian, que assistiu a tudo com confusão pois a meia-orc tinha lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Nesse tempo Garona já estava grávida de seu filho Med’an.

Gul’dan ainda se encontrava em coma nesse período, então Orgrim Doomhammer usou essa situação toda a seu favor e, assassinando o corrupto Mão Negra tomou o manto de Chefe Guerreiro da Horda. Seus espiões encontraram Garona e a torturaram até que ela revelasse onde era o local secreto do Conselho das Sombras. Com isso o Conselho foi destruído e quase todos os Bruxos foram mortos.

Espiões de facções desconhecidas continuaram a procurar Garona mesmo após a segunda guerra. Ela conseguiu evitar a todos e, no devido tempo, deu a luz a seu filho Med’an. Nisso ela saiu em busca do seu amigo, o mago morto-vivo Meryl Winterstorm, e contando a ele sobre o assassinato do Rei Llane ela disse que seria uma ameaça à vida da criança, e confiou a guarda do pequeno ao mago. Após revelar o nome da criança a ele, ela também pediu para que ele nunca revelasse ao pequeno nada sobre quem era ela.

Desejando boa sorte a eles Garona desapareceu, embora sempre tivesse mantido um olho sobre o seu pequeno filho.

Garona no pós guerras

Bem, isso tudo são coisas acontecidas antes do que conhecemos dentro do WoW. A historia de Garona começa a sincronizar com as nossas aventuras a partir desse ponto, pois é aqui que muito mais coisas dela são mostradas nas revistinhas em quadrinhos do WoW que foram lançadas uns anos atrás e que mostram a história da época do final da Burning Crusade, em que o Rei Varian era um Gladiador sem memória e outras coisinhas assim aconteciam por ai.

Foi nessa época que seu filho, já um jovem, foi atacado por um grupo de agressores, e ao ficar encurralado, mamãe Garona OP surgiu das sombras e sentou o pau em todo o grupo – mas ela acabou sendo capturada e levada à força para Ahn’Qiraj.

Chegando lá ela se deparou com o Ogro Cho’gall, que havia sobrevivido ao massacre do Conselho das Sombras e que, vejam vocês, conhecia a palavra de comando que controlava Garona e a forçava a fazer as coisas para Gul’dan. Sendo assim, ele a ordenou que fosse até Theramore para assassinar o recém retornado Rei Varian Wrynn, que havia passado poucas e boas por conta da velha cheia de dotes Onyxia, e destruir qualquer chance de que fosse forjada uma aliança entre humanos e orcs.

Ela também foi incumbida de alvos secundários, como o filho do Rei, Anduin Wrynn e o Chefe Guerreiro Thrall, mas a prioridade era Varian.

Esse ataque falhou e ela foi capturada por Jaina, enquanto seu filho, Med’an, que havia aparecido por lá no meio da bagunça, acabou sendo capturado pelo culto do Martelo do Crepúsculo (a galerinha do Cho’gall).

Nisso Jaina e Aegwynn descobriram que a meio-orc tinha um feitiço em sua mente e que não poderia ser removido sem muito sofrimento e possivelmente mata-la. Em um acordo que Garona fez com Valeera, ela iria enfrentar a dor se a informação conseguida fosse usada para salvar o seu filho levado pelo culto.

Enquanto Valeera e Meryl foram resgatar seu filho, Garona foi secretamente resgatada pelo seu tio Maraad durante um ataque do Flagelo a Theramore (Lich King manda beijos). Foi então que Maraad finalmente encontrou a filha de sua irmã e contou a Garona que sua mãe havia sido irmã dele. Após uma breve confusão, Garona segue para Ahn’Qiraj atrás de uma chance de matar Cho’gall, e Med’an fica aos cuidados do seu tio-avô, Maraad, pois não seria seguro ele estar por perto enquanto Cho’gall pudesse controla-la.

Garona falhou em matar Cho’gall, porém conseguiu um artefato que deu a Med’an a possibilidade de restaurar um item de grande poder e, com ele, derrotar Cho’gall. Como Garona ainda era considerada uma fugitiva de Ventobravo ela jurou continuar a caçada pelo resto dos membros do Culto do Martelo do Crepúsculo, e deixou que Valeera explicasse todo o resto da situação para o Rei Varian.

Não foi dito diretamente se Garona conseguiu se livrar do feitiço de controle de sua mente, mas Cho’gall e Gul’dan eram os únicos que conheciam a palavra de comando usada para controla-la; logo, com a morte deles, ela estaria livre.

Garona e suas aparições:

Warcraft I:
Garona aparecia em uma missão onde ela era resgatada de Abadia de Vila Norte (Northshire Abbey). Lembra lá aquela parte em que ela fazia parte da primeira onda de orcs a invadir Azeroth? Ver mais.

Wrath of the Lich King:
Na época da expansão do Lich King, uma das visões que você tem ao enfrentar Yogg-Saron é justamente a da morte do Rei Llane. Lá podemos ver nossa querida Ladina.

Cataclysm:
Apesar de no quadrinho Med’an ter matado Cho’gall não é bem isso que vimos na época do Cataclismo, já que encontramos com Garona em Planalto do Crepúsculo em sua empreitada contra o Ogro safado. Lá os jogadores da Horda podem ajuda-la em algumas missões.

Warlords of Draenor: (Contém spoilers)
Mesmo não sendo a nossa Garona, em Draenor podemos encontrar a versão alternativa da Garona. Ela aparece no final de uma missão em Serra Fogofrio atacando Khadgar e o seu herói, fugindo logo em seguida. No patch 6.1 ela será adicionada as fileiras da sua Guarnição, como uma seguidora Lendária.

Filme:
Garona é uma das personagens que vão aparecer no filme do WoW.

Cosplays na Blizzcon:

Fontes: