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Dareon coçou a orelha e olhou para Liam, preocupado.
– Vou me meter em confusão, não vou? – perguntou.
– Provavelmente – Liam Greymane deu de ombros. – Mas nós precisamos fazer alguma coisa. Os Renegados estão nos nossos calcanhares, e agora os ogros tentam nos atacar pelos flancos…
– E eles nem combinaram – Dareon riu.
– Os ogros obedecem a um monstro que anda aterrorizando por aí – prosseguiu Liam. – Já deve ter ouvido falar nele. É um gorjala…
– … De cinco metros de altura, duas cabeças, um pouquinho lento, que anda arrastando um pedaço de árvore por aí? – quis saber Dareon, e Liam assentiu. – Não só ouvi falar, como já o vi de perto. Até salvei uns cavalos dele. Maníaco esquisito…
Liam olhou-o com uma expressão contida.
– Não devia subestimá-lo dessa forma – disse ele. – Se chama Koroth, esse gorjala. E é a força mais malévola e destruidora de toda Guilnéas.
Dareon chacoalhou a cabeça de um lado para o outro energicamente.
– Eu não vou matá-lo sozinho, pode começar a providenciar uma equipe…
– E quem disse que nós queremos que ele morra? – Liam o interrompeu.
– Ah – Dareon estava confuso. – Não queremos?
– Não. Ele vai nos ajudar.
– Oh. Vamos recrutá-lo para o nosso lado, então? Acho que como agradecimento ele nos recrutaria para sermos o jantar.
O Príncipe riu sem querer, então tentou se recompor rapidamente para explicar o plano.
– Vamos fazer com que Koroth ataque a Linha de Frente dos Renegados. Assim, podemos proteger nosso refúgio e ainda ganhamos algum tempo – disse ele, então fez uma breve pausa e prosseguiu. – Mas…
– Ah, o que vem depois do “mas” é a minha parte preferida – Dareon murmurou.
– … Precisamos deixá-lo furioso – concluiu Liam. – Não basta matar os lacaios dele. Temos que pegar o bem mais precioso que ele possui: um estandarte de pele de tigre.
Dareon encarou-o por um momento, desconfiado.
– Como é que você sabe de tudo isso? – perguntou.
– Meu pai pesquisou sobre os ogros há algum tempo – respondeu Liam. – Eu acabei ajudando em algumas coisas. Acabou que os Renegados desviaram nossa atenção e os ogros ficaram em segundo plano, mas agora podemos unir o útil ao agradável e acabar com dois problemas de uma vez. Topa?
– Topo – Dareon respondeu. – Mas acho que não devia…
O Príncipe Liam ainda ria quando Dareon o deixou na estrada e partiu em direção ao covil de Koroth, no alto de um morro escondido pelas árvores, embrenhado em algum lugar ao sul do Solar dos Greymane.
Assim que conseguiu enxergar os ogros que rondavam a subida, Dareon parou e avaliou suas possibilidades. A seu favor, tinha a falta de organização e inteligência dos monstros. Contra si, tinha… Bem, um gigante desprovido de emoções que podia arrancar uma árvore com a mão e atirá-la em sua direção.
Ou talvez ele me guarde para o lanche, pensou por um momento, então decidiu qual seria sua estratégia e guardou nos bolsos a maior quantidade de pedras que encontrou no chão. Depois, aguardou até que o primeiro ogro lhe desse as costas e saiu detrás da grande rocha que havia encontrado para se esconder.
Tchau, idiota número 1, disse mentalmente ao passar por trás do ogro, que nem notou um worgen gigantesco subir correndo na direção de seu líder. Mas depois não foi tão fácil. Logo acima, havia uma dúzia de ogros, reunidos em pequenos grupos, balbuciando resmungos incompreensíveis, ou sozinhos, andando de um lado para o outro, arrastando suas túnicas imundas pelo chão lamacento.
Dareon engatinhou até um arbusto de folhas úmidas e caídas. Os ogros mais próximos até olharam em sua direção, mas tudo o que puderam ver foi uma juba escura e disforme que podia muito bem ser confundida com a folhagem de aparência sombria daquele arbusto inofensivo.
Depois de alguns minutos, os ogros voltaram a caminhar sem rumo pelo morro molhado, escorregando – Dareon perdeu as contas depois da décima segunda vez que um deles caiu de costas no chão – pelo terreno inclinado e esburacado.
Quando achou ser o momento certo, tirou do bolso uma pedra grande e atirou-a por cima das cabeças dos ogros. A pedra aterrissou ruidosamente do outro lado e fez com que todos os ogros parassem o que estavam fazendo por alguns instantes para encarar o nada, procurando pela fonte do barulho repentino. Então, como se fossem um só, todos se amontoaram numa fila desordenada e começaram a correr para investigar o barulho.
Dareon revirou os olhos, entediado, e passou por trás dos ogros ainda agachado. São tão burros que devem diminuir a inteligência de todos os seres num raio de 5 metros, pensou, já pulando para trás da próxima rocha. É melhor ficar longe…
Nenhum deles virou-se na sua direção ou percebeu, mesmo que minimamente, a presença de um invasor que corria em direção ao topo do covil de sua tribo. Tranquilamente, Dareon subiu o que restava do pequeno morro e avistou, já de longe, o estandarte de Koroth, um pedaço de pele sujo e rasgado, cujo alaranjado forte destacava-se em meio aos tons cinzentos do ambiente.
Dareon completou o restante do percurso rapidamente, os olhos fixos no objeto que facilmente pegaria. Sua animação, no entanto, foi destruída segundos depois, junto com todo o solo pelo qual Koroth caminhava. O chão tremia no ritmo das enormes passadas do gorjala, que havia acordado e agora caminhava na direção do estandarte.
Dareon apressou-se em se ocultar atrás de um tronco para observar os próximos movimentos do gigante. Koroth chegou perto do estandarte, fungou e deu alguns passos para trás com uma expressão de poucos amigos, de modo que podia vigiar seu precioso bem e ainda cuidar de todo o morro.
Droga, Dareon resmungou baixinho. Precisaria atravessar a pequena estradinha para chegar até o estandarte, completamente à vista de Koroth, e as chances de conseguir cumprir sua missão estariam oficialmente zeradas. Instintivamente, passou as patas sobre os bolsos da calça e os esvaziou na terra. Escolheu uma das pedras e, torcendo para que o gorjala fosse tão estúpido quanto grande, atirou-a bem longe. Vai, seu idiota, olha para lá!
Mas Koroth não olhou. Nem sequer parecia ter escutado qualquer barulho, a julgar pela falta de reação. Então Dareon segurou outra pedra e a atirou um pouco mais perto, de modo que ele pudesse escutar o barulho. Só um segundinho…
Dessa vez, Koroth ouviu o barulho e grunhiu, irritado. Olhou para onde a pedra havia batido por alguns momentos, e Dareon aproveitou a oportunidade para cruzar o curto espaço que o separava do estandarte.
– QUEM… ESTAR… AQUI? – perguntou Koroth, demorando dez segundos para pronunciar cada palavra. – EU SENTIR CHEIRO!
Dareon começava a se desesperar. O gorjala sabia que estava ali, e não demoraria a encontrá-lo – e, mesmo que não o fizesse por conta própria, seus ogros subiriam assim que os chamasse, o que seria ainda pior. Cautelosamente, saiu de dentro do vinco na rocha em que estava escondido e, esforçando-se o máximo que podia para não mostrar o corpo todo, esticou os braços compridos até alcançar o pedaço de madeira que prendia a pele de tigre, precariamente fincado no chão lamacento.
Koroth ainda bufava quando Dareon conseguiu arrancar o estandarte do chão. Puxou-o para si com cuidado, lentamente, desejando profundamente que o gorjala não percebesse que alguém estava prestes a levar embora seu bem mais precioso… Até que ouviu um urro furioso que só podia significar uma coisa: fora descoberto.
Não quis olhar para cima para ver o estrago acontecer. Abraçou o estandarte com força e correu para o fim do morro. Não havia outra maneira de descer senão se jogando, e, depois de cinco segundos tomando coragem, com o gorjala em seu encalço, foi o que Dareon fez. Durante a queda, bateu as costas e os braços nas pedras por tantas vezes que, ao aterrissar, achou que não seria mais capaz de se erguer. Logo depois, descobriu que um gigante furioso se aproximando era um ótimo incentivo e, num pulo, levantou-se, com o estandarte sobre o ombro, para correr como não se lembrava de ter corrido alguma vez na vida.
– Ei, ei, ei, calma lá! – Liam gritou para Dareon, assim que o viu em sua fuga desenfreada. – Me dá isso aqui…
Dareon entregou-lhe o estandarte e largou-se no chão molhado, exausto.
– Você não poderia ter vindo em melhor hora – disse o Príncipe, sorrindo, enquanto alisava a pele de tigre manchada e tentava deixá-la reta no cabo. – Os Renegados estão chegando.
– Mas o gorjala também está! Acho que o despistei por um tempo, mas ele não vai demorar a chegar aqui! – disse Dareon, alarmado. – Precisamos ir emb…
– Não vamos a lugar algum. Era exatamente esse o plano.
Dareon encarou-o.
– O quê? – perguntou. – Nos matar? Porque se for, vai dar muito certo. Acho que até vamos poder escolher por quem…
– Dareon, preste atenção! Vamos usar isso a nosso favor.
O chão tremeu mais uma vez e um rugido distante ressoou. Do outro lado, os gritos dos Renegados começavam a ser ouvidos, vozes agitadas misturadas à sons de metal e passos apressados.
– Quem tocar no estandarte de Koroth? – o berro enfurecido veio de trás, ecoando cada vez mais perto. – LADRÃOZINHO MISERÁVEL! KOROTH VAI ACHAR VOCÊ! KOROTH VAI AFUNDAR SUA CARA!
– Esconda-se atrás da diligência – Liam sussurrou para Dareon e fincou o estandarte de Koroth no chão, um pouco à frente na estrada.
Um minuto depois, a caravana de Renegados chegou e parou em frente ao estandarte. Os mortos-vivos desceram e encararam o Príncipe Liam Greymane, as armas em punho, e um deles deu dois passos à frente.
Liam ergueu a voz, altivo, e os enfrentou abertamente.
– Vocês não avançarão, escória de Renegados! – disse ele, ao que os Renegados reagiram com resmungos raivosos. Liam apontou para o estandarte fincado no chão e se aprumou antes de prosseguir. – Pelo estandarte de guerra do antigo clã Greymane, eu os expulso de nossas terras ancestrais!
O Renegado à frente riu roucamente, e todos os outros o imitaram. Em seguida, arrancou do chão a pele de tigre e a ergueu no ar na direção de seus companheiros, como um troféu de guerra.
– Vira-latas desprezíveis! – gritou o morto-vivo. – Eu vou mandar limpar nossas latrinas com esse trapo que você chama de estandarte!
Os Renegados riram ainda mais alto, vitoriosos. Cautelosamente, Liam foi se afastando de costas, enquanto os inimigos comemoravam a facilidade da conquista. O que os despertou foi a pisada gigantesca e o grito de Koroth, que, irado, fitava o estandarte nas mãos dos mortos-vivos.
– HOMENS-DEFUNTO PEGAR ESTANDARTE DE KOROTH! HOMENS-DEFUNTO SER ESMAGADO EM PEDACINHOS!
Quando o gorjala partiu para cima dos Renegados, Liam estava escondido atrás da diligência caída ao lado de Dareon. Os mortos-vivos tentaram, durante alguns segundos, explicar que não haviam pegado seu estandarte, mas logo desistiram, visto que Koroth avançava com toda sua força contra o relativamente indefeso exército de mortos-vivos.
Dareon sorriu por um momento e precisou reconhecer o quão engenhoso fora o plano de Liam.
– É isso aí – murmurou, admirado. – Os facínoras que se entendam.