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A estrada parecia ficar cada vez mais fria e escorregadia conforme Dareon a descia, mas, mesmo assim, decidiu se apressar na metade do caminho, certo de que prejudicaria a todos – inclusive a si mesmo – caso demorasse demais para preparar as diligências e deixar tudo pronto para o êxodo.
Quando finalmente alcançou o portão do Solar dos Greymane, havia mais diligências estacionadas do que antes. Dareon reconheceu diversos vigias do Refúgio do Ocaso andando de um lado para o outro, descarregando os vagões de baús e caixotes, alimentando cavalos cansados e tentando organizar os aldeões recém chegados em um canto isolado.
– O que estão fazendo? – perguntou Dareon a um grupo de três vigias que dividiam o peso de um enorme baú de madeira.
Os (agora ex) vigias do Refúgio do Ocaso deixaram que Dareon andasse ao seu lado até que pousaram o baú no chão molhado, exaustos.
– Descarregando as diligências – respondeu um deles, tirando da cabeça o chapéu encharcado. – Chegamos agora há pouco. Não há muito mais a ser feito, não é? Preferimos unir todos os aldeões e subir juntos, não queremos correr o risco de deixar alguém perdido…
– Vamos subir logo, logo – disse um outro vigia, concordando com a cabeça. – Só estamos aguardando as ordens e…
Dareon ergueu as sobrancelhas e interrompeu-o imediatamente:
– Ordens? – perguntou um pouco mais alto do que pretendera. – De quem?
Os vigias encolheram-se por um momento, assustados, sem saber se deviam se preocupar mais com as garras que Dareon acabara colocando perto demais de seus rostos ou com os dentes monstruosamente afiados que mostrara ao gritar.
– Dela, oras! – o terceiro vigia conseguiu falar, e ergueu o braço trêmulo para apontar na direção de uma das diligências. – De quem mais seria?
Dareon olhou para onde ele apontava e quase não acreditou no que via. Gwen Armstead acabava de pousar os dois pés no chão, saída de dentro da diligência cuja porta havia acabado de ser aberta às pressas; logo depois dela, Krennan Aranas desembarcou também, já puxando seu capuz cinzento para proteger a cabeça da chuva.
Gwen encontrou-o com o olhar imediatamente e abriu um sorriso cansado.
– Vocês me deram um susto e tanto – disse Dareon, aproximando-se dos amigos.
– Quem poderia imaginar, não é? – Aranas meneou a cabeça tristemente. – Na realidade, não fazemos ideia do dano. Já tínhamos saído quando aconteceu o terremoto…
– Não há mais um Refúgio do Ocaso – Dareon informou. Gwen levou as mãos à boca, chocada, e Krennan suspirou pesadamente.
– É realmente triste ouvir isto… – disse o alquimista, e então puxou-os pelo braço para trás da diligência. – Vamos conversar aqui, não quero que muita gente fique sabendo dessa forma o tamanho da tragédia.
Gwen Armstead e Krennan Aranas sentaram-se um de cada lado de um vigia cansado no banco traseiro externo da diligência em que haviam chegado.
– Então, como é que você soube disso? – perguntou Aranas.
– Estava com o Rei no Observatório quando aconteceu – respondeu Dareon, em pé ao lado do banco. – Vimos tudo pelo telescópio…
Um outro vigia parou ao lado de Gwen, afobado, e interrompeu a conversa:
– Podemos subir? – perguntou, apressado. – Os aldeões estão impacientes, querem…
– Vocês não vão subir – respondeu Dareon. Todos olharam para ele, intrigados. – Vamos partir para o interior. Aqui não é mais seguro, precisamos ir embora o mais rápido possível.
Gwen suspirou, esgotada.
– Vocês têm razão – disse baixinho. – Por mais que eu deseje um momento de sossego e um lugar tranquilo para descansar, precisamos pensar na segurança primeiro.
– Exato – concordou Dareon. – Acho que podemos começar com os que já estão aqui. A Rainha está organizando os grupos no Solar, os primeiros aldeões devem descer logo…
– Certo – Gwen se levantou num pulo e ajeitou o vestido. – O que estamos esperando, então? Trabalhando, todo mundo!
Dareon riu diante da disposição repentina da Srta. Armstead, que segundos antes encarava o chão, exausta. Depois da ordem – que ninguém ousou descumprir –, todos montaram uma força-tarefa para organizar grupos e acomodá-los nas diligências de acordo com suas necessidades.
– Idosos, mulheres e crianças primeiro! – gritavam os vigias, enquanto ajudavam senhoras a subir os degraus da cabine ou erguiam crianças para se aconchegarem no colo de suas mães no interior seco e quente da diligência.
Um grupo relativamente grande de vigias desceu após algum tempo, pronto para substituir os que haviam trabalhado até aquele momento. Gwen mandou que os guardas ensopados entrassem em uma das diligências e seguissem viagem, então combinou com os novos ajudantes que, a partir dali, eles tomariam conta da organização e enviariam os últimos aldeões nas diligências.
– Só faltam mais alguns aldeões lá em cima – disse ela a Dareon. – Eles estão descansados, me garantiram que dão conta de tudo. Acho que podemos ir. Fizemos uma longa viagem até aqui…
Dareon seguia preocupado com a segurança dos aldeões, mas não podia negar que se sentia verdadeiramente cansado depois de toda aquela tormenta. Observou quando Gwen puxou Aranas e os dois sentaram-se no banco de trás de uma das diligências, uma vez que todas as cabines estavam lotadas, e, vencido, caminhou até eles.
– Estamos lotados – avisou o vigia sentado ao lado de Gwen, olhando para Dareon com uma careta de desgosto.
– Há um lugar aqui na frente! – uma voz feminina gritou, e Dareon correu descobrir a quem pertencia.
Era a mesma jovem de cabelos vermelhos que vira ao chegar, sentada no banco da frente da mesma diligência. Dareon bateu a cabeça nas lamparinas ao pular para o assento ao seu lado e, assim que se acomodou, sua atenção foi desviada por outro grito apressado:
– Espera aí! – Lorna Crowley saiu correndo do meio de uma roda de aldeões e escalou a diligência com destreza até conseguir saltar para o teto, de onde puxou sua carabina e se equilibrou em pé.
– Estamos prontos agora – disse ela após alguns segundos. – Pode ir.
A jovem ruiva soltou as rédeas e os cavalos trotaram em direção ao portão. Depois que o atravessaram, saindo do Solar dos Greymane, ela notou a expressão de confusão no rosto de Dareon e riu baixinho.
– Lorna prefere ir lá em cima – explicou ela, sem precisar ouvir a pergunta. – Para nos proteger, sabe, se houver algum… Ataque.
Dareon assentiu com a cabeça, tenso. Apesar da sobrecarga de passageiros, a viagem seguiu tranquila pela estrada lisa, visto que a diligência era relativamente confortável e espaçosa o suficiente para que, mesmo na difícil situação em que se encontravam, todos se sentissem seguros e confiantes par a chegar ao novo abrigo.
Depois de algum tempo, as crianças que antes choravam dentro da cabine haviam se aquietado, e até as conversas foram diminuindo de intensidade até se finalizarem por completo. O que há para ser falado, afinal?, pensava Dareon, imerso naquele silêncio melancólico, interrompido somente pelo som calmante e contínuo dos cascos batendo no chão e das rodas de madeira sendo arrastadas sobre a estrada irregular.
A viagem parecia estar se encaminhando para um fim sem imprevistos quando algo chamou a atenção, um pouco mais à frente na estrada. De longe, não conseguiam ver exatamente o que havia acontecido, mas assim que chegaram perto o suficiente, os cavalos diminuíram a velocidade até parar por completo em frente a uma diligência caída, praticamente destruída.
Quando Dareon pulou de seu lugar com pressa, a figura conhecida de Liam Greymane saiu detrás do veículo acidentado e acenou para que se aproximasse, então continuou a carregar algumas malas caídas na estrada e empilhá-las ao lado de uma grande pedra na grama úmida.
– Nossa diligência foi gravemente atingida – disse o Príncipe, cansado. – A que seguia na nossa frente ficou ainda pior…
Dareon suspirou, cobrindo o rosto com as enormes patas. De relance, viu rostos curiosos aparecendo por um vão na porta da diligência, as bocas especulando sem parar sobre o motivo do acidente. Krennan Aranas e Gwen haviam se levantado e olhavam a cena de longe, discutindo com Lorna sobre as providências a serem tomadas, seus rostos novamente estampados pela expressão de preocupação que de repente se tornara tão comum.
Por um momento, Dareon lembrou-se dos dias de calmaria em cidades desconhecidas, das manhãs passadas à beira de lagos, quando não havia nada no mundo que lhe preocupasse, e desejou poder sair correndo em busca de paz novamente. Cada vez mais, sentia que os problemas vinham encontrá-lo onde estivesse. Não se pode ter um segundo de paz nesse lugar?, perguntou a si mesmo, indignado, então olhou para Liam e utilizou sua voz mais confiante para perguntar:
– O que foi que aconteceu aqui?