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Hoje trazemos um conto enviado por um de nossos leitores, o Xoxua@Nemesis.


– Mim acreditar em Murlocs, elas existem. Disse o Warrior de forma extremamente confiante.

– Ora pois! Se Murlocs existem, porque diachos nunca alguém viu um, ó gajo? Indagou o Priest de forma assustadoramente filosófica.

– As Murlocs existem sim, elas estão em nossa volta. Estão em todos as lugares. Nossa mente sabe disso, mas não acredita, ou não quer acreditar, por isso ela apaga a imagem de suas olhos para parecerem que não existem na verdade.

O Priest ficou ligeiramente perturbado. Olhou em sua volta, com uma cautela desconfiada, voltando seu olhar de volta ao Warrior.

– Ráaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! Gritou o Warrior com os olhos esbugalhados num tom rubro–negro.

O Priest pulou e soltou um grito vertiginosamente afeminado com o susto. O susto por sua vez se apaixonou pelo grito e ofereceu–lhe um anel de casamento.

– Mim ser uma Murloc! Falou o Warrior já com babas escorrendo pelos cantos de sua boca. – Ráaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! Gritou com uma convicção que convenceria um poço de águas cristalinas a aparecer no meio de um deserto infernalmente escaldante.

Tudo aconteceu de forma muito inesperada. Aquilo gelou o sangue de todos. Ouvir sobre os Murlocs gelaria o sangue de qualquer um. Acreditar que poderia ver um Murloc poderia gelar o sangue de qualquer um. Saber que um Murloc estava com eles gelaria o sangue de qualquer um. Sentir o seu sangue gelar gelaria o sangue de qualquer um. Um vampiro que passava por perto viu aquilo e sentiu vontade de se refrescar, sangue gelado assim não se encontrava sempre e o calor estava insuportável. Vampiros são muito calorentos, por isso não gostam de ficar no sol, eles queimam rápido de mais.

Aparentemente, o Mage parecia não ter sido afetado. Com certeza o seu sangue também havia sido gelado. Bom, alguns acreditam que seu sangue sempre fora gelado. Talvez a ocasião tenha feito com que seu sangue tenha ficado ligeiramente menos gelado, pois seu sangue era tão frio que até transformaria um Warrior em um Murloc.

– Warrior, você NÃO é um Murloc! Disse o Mage em letras garrafais, quase que como um out–door interativo em 3D.

Por um instante, todos se sentiram melhor. A sensação de frio já deixava seus corpos.

– Mim ser uma Murloc simmmmm! – Ráaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!

A sensação de frio que ainda estava por perto voltou rapidamente a se instalar em todos.

– Warrior, confie em mim, você NÃO é um Murloc! O Mage parecia agora um pouco irritado em ser contrariado por alguém com uma inteligência ligeiramente superior a de uma banana. Felizmente não havia nenhuma banana por perto, pois com certeza ela teria ficado ofendida com tal comparação.

Aquela sensação ficou em dúvida, decidiu procurar um dicionário ou uma enciclopédia e se dirigiu para a biblioteca mais próxima. Aquele ir e vir de sensações frias já estava incomodando a todos com aquela desagradável sensação de choque térmico, que só um daqueles pratos, que vai direto do freezer para o micro-ondas, conhece de perto.

– Ráaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! – Ráaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!

– Chega Warrior! Falou o Mage levantando uma de suas sobrancelhas. Definitivamente aquilo não era um bom sinal.

– Mim ser uma Murloc!!!

– Você é um Warrior!!!

– Ráaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! – Mim ser uma Murloc!!!

– Você é um CACHORRO!!!

– Au, au, au, arf… arf… arf. Grrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr! Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu.

– Amigos! – falou o Mage enquanto lustrava suas unhas em seu luxuoso manto roxo. Aparentemente o problema de dupla personalidade do Warrior foi resolvido. Vamos em frente – apontou para uma direção qualquer estalando os dedos. Seu hábito de estalar os dedos de forma peculiar em situações como essa gerava sempre uma expectativa de que seus dedos caíssem ou então pulassem em sua garganta e o asfixiasse.

O Warrior não prestou muita atenção, estava preocupado em morder e puxar o seu rabo. Não se lembrava exatamente o que tinha acontecido, mas aquele rabo era seu principal suspeito em relação ao sumiço de seu machado.


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