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Dareon notou de longe que a situação em Refúgio do Ocaso também não estava nada boa. Portas e janelas abertas batiam, as cortinas dançando conforme o vento, enquanto os aldeões se amontoavam na entrada do vilarejo para especular sem parar sobre aquela quantidade assustadora de água que se aproximava cada vez mais.
– Vão para casa! – Dareon gritou, mas ninguém pareceu ouvi-lo.
Caminhou apressado pelas ruelas meio abandonadas da cidadezinha até avistar a prefeita Gwen Armstead, tentando equilibrar-se em um baio enquanto arrumava o chapéu na cabeça.
– Oh, Dareon, até que enfim! – ela gritou, esbaforida, assim que o viu. – As pessoas estão enlouquecendo, eu nem sei mais o que fazer.
Dareon parou ao seu lado e sem querer notou que era mais alto do que o cavalo. Pigarreou e tentou não se sentir desconfortável.
– Precisamos agir – disse. – Rápido. Liam quer que…
– Liam? – Gwen interrompeu-o. – Você o viu?
– Vi, está ajudando os sobreviventes lá em baixo. Por pouco não foi engolido pela água também…
– Oh – a prefeita juntou as mãos na boca, os olhos arregalados.
– Está tudo bem agora, Gwen – Dareon revirou os olhos. – Enfim, Liam quer que evacuemos o Refúgio. Precisamos sair daqui.
Gwen Armstead olhou para o chão, cabisbaixa, e suspirou profundamente.
– De fato, precisamos – concordou. – Acho que Liam está certo. O melhor que podemos fazer por enquanto é levar o povo para um terreno mais alto. Obrigada por avisar, Dareon. Acho que vou começar por aqui, há muito trabalho a ser feito…
– Há algo que em que eu possa ajudar?
Gwen encarou-o durante alguns instantes, pensativa, então estalou os dedos de repente e sorriu.
– Na verdade, há sim – respondeu. – Precisamos avisar três amigos sobre a evacuação, só que eles vivem um pouco longe… Talvez, enquanto eu cuido dos preparativos aqui, você possa ir até lá e…
– É claro que eu posso. Só me diga quem.
– Todos moram ao sul daqui – Gwen começou. – Bem, você se lembra da filha de Lorde Darius Crowley, a Lorna?
Dareon assentiu. Olhou para baixo por um momento, tentando não se lembrar da falta que Lorde Crowley fazia por ali.
– Pois então, Lorna nunca se recuperou completamente após a morte do pai, na cidade de Guilnéas, e virou… ehh, uma ermitã – a prefeita parecia um pouco constrangida. – A única pessoa que entra na casa dela é o Krennan. E ele não vai falar nada sobre a situação.
– Mas então…
– Só vá até o Horto dos Crowley e a avise sobre a evacuação. Então vamos torcer para que ela ainda tenha algum juízo e venha para cá – Gwen arrumou mais uma vez o pequeno chapéu no topo da cabeça. – Bem, além dela, há também os irmãos Hayward, que vivem na Colônia de Pesca há anos. Eles não costumam vir à cidade, a não ser para vender peixe.
Dareon concordou com a cabeça, memorizando o nome dos lugares que precisaria encontrar para avisar Lorna Crowley e os irmãos Hayward que a evacuação havia começado.
– Por último, há a Vó Wahl. Vive na Cabana dos Wahl. Me desculpe por mandá-lo até lá, Dareon… Não vai ser nada fácil fazer com que ela venha conosco – Gwen suspirou, cansada. – Mas você precisa fazer de tudo para convencê-la. E, por favor, tenha paciência com a pobrezinha… Ela já não é muito lúcida.
A estradinha que descia do Refúgio do Ocaso estava lisa devido à garoa que insistia em cair. Pelo menos a terra não está mais tremendo, Dareon pensou, pisando com cuidado enquanto seguia na direção sul. Se eu cair, pelo menos será em chão firme.
Ao longe, a luz de uma lamparina iluminava a entrada de uma modesta casinha escondida entre as árvores. Ao lado da porta, uma mulher empilhava barris cheios de maçãs recém-colhidas, tentando sem sucesso espantar os pássaros que se aproximavam. Lorna Crowley, Dareon concluiu, apesar de não poder distinguir seu rosto. Não a via desde Guilnéas, e isso já fazia… Algum tempo.
Não teve tempo de fazer uma apresentação adequada. Ainda estava longe quando Lorna o avistou e, furiosa, puxou uma carabina detrás da trepadeira que subia na parede da casa.
– WORGEN! – ela gritou. – Saia daqui já! Não me obrigue a…
– Não, não, não! – Dareon ergueu as mãos e parou onde estava, encarando a arma apontada diretamente para sua cabeça. – S-sou eu, Dareon! Se lembra? Nos conhecemos em Guilnéas.
Lorna Crowley permaneceu impassível. Dareon deu um passo em sua direção, ainda com os braços erguidos.
– Lorna, abaixe isso, você sabe que eu não vou lhe fazer mal. Sou civilizado, olhe bem… No porão! – explicou rápido, quando ouviu o barulho do gatilho sendo destravado. – Nos conhecemos no porão. Quando eu fui arranhado por um worgen. Você chegou exatamente na hora e me ajudou a…
– Santa luz! – Lorna abaixou a arma e o olhou melhor. – É você! Então aquele arranhão deu resultado, hein? Eu sinto muito…
– Lorna, você precisa sair daqui – Dareon disse de uma vez. – As terras estão sendo inundadas, e não sabemos quanto tempo mais podemos resistir à força dos tremores.
– Oh – Lorna assentiu. – Certo… Mas se fugirmos à pé, os Renegados vão nos alcançar em dois tempos.
– E por que fugiríamos à pé?
– Porque nossos cavalos estão nos estábulos. Acredito que temos um problema, Dareon. Existe o gorjala Koroth, que vive no topo das montanhas… Mas esse tremor deve tê-lo espantado e, quando ele desce, vai direto aos estábulos.
– Nós precisamos dos cavalos! – Dareon se transtornou. – Eu… eu vou até lá tentar salvá-los. Enquanto isso, arrume suas coisas. Eu volto logo.
Dareon saiu correndo em direção ao estábulo dos Crowley, torcendo para que não encontrasse o gorjala faminto no caminho. Não sabia muito sobre essas criaturas, mas o pouco que ouvira era o suficiente para desejar jamais cruzar o caminho de uma delas.
Já conseguia avistar os cavalos nos estábulos e começava a se sentir esperançoso quando uma árvore ao seu lado se chacoalhou violentamente com o movimento de dezenas de corvos levantando voo, alvoroçados. À sua frente, os cavalos relincharam e se amontoaram, pateando o chão sem parar, e foi então que Dareon compreendeu o que acontecia antes mesmo de ver.
O ogro gigante de duas cabeças arrastava-se pesadamente em torno de um pequeno lago há alguns metros dos estábulos, grunhindo sons guturais e balançando os enormes braços animalescamente. Dareon permaneceu completamente imóvel durante alguns segundos – não porque quis, mas porque simplesmente não conseguia se mover – até que decidiu que precisava se apressar se quisesse salvar os cavalos.
Koroth, como Lorna havia dito que se chamava o gorjala, estava distraído com algo na ponte e não prestava atenção nos estábulos. Dareon aguardou que ficasse de costas e correu até um dos cavalos. É pequeno, mas terá de servir, pensou enquanto o desamarrava. O animal reclamou quando Dareon pulou em suas costas, mas o obedeceu mesmo assim.
O gorjala continuava à beira do lago, mas aproximava-se cada vez mais dos cavalos. Dareon recolheu todos as cordas que encontrou pelos estábulos e fez alguns nós; depois, atirou os laços sobre as cabeças da maior quantidade de cavalos que conseguiu e os levou até Lorna Crowley.
Com a montaria, conseguia ir e voltar rapidamente, o que foi de grande ajuda, uma vez que precisou de quatro viagens para resgatar todos os cavalos. Na última delas, voltou com os dois últimos entregou-os a Lorna. Depois, desceu do pobre animal que aguentara seu peso durante toda a missão e lhe deu uma maçã.
– Já estou pronta para partir – disse Lorna Crowley, alisando a crina de um dos cavalos. – Tomarei as providências para que os cavalos cheguem ao Refúgio do Ocaso para ajudar na evacuação. Obrigada por vir até aqui, Dareon. Foi bom revê-lo.
– Poderia ser melhor – Dareon riu. Acenou e caminhou na direção da estrada novamente. – Preciso ir, ainda tenho trabalho a fazer. Essa evacuação está exigindo um empenho realmente grande de todos… Obrigado pela ajuda. Se cuide, Lorna. Nos vemos por aí.