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A próxima expansão de WoW, Warlords of Draenor, vem trazendo consigo uma história que tem deixado os jogadores com muitas perguntas. Contando com um elenco de personagens dos antigos Warcraft, Warlords mergulha em uma versão alternativa da realidade – uma versão em que os chefes dos clãs órquicos nunca beberam o Sangue de Mannoroth, escolhendo, ao invés disso, se aliarem formando a Horda de Ferro. Nessa versão da realidade – um fragmento de realidade que não deveria realmente existir – os orcs e os draeneis estão em guerra, e tudo isso será conectado à nossa realidade pelo Portal Negro.

Isso tem levantado todo tipo de questão relativa a exatamente quem e o quê veremos do outro lado do portal. E a Azeroth dessa versão da realidade? E Asa da Morte e sua espécie? E o Velen que lidera os draenei nessa linha de tempo, e o Garrosh criança? Existirão duplicatas dos orcs que fizeram de Azeroth sua casa depois da abertura do Portal Negro Original? A Expedição da Aliança será abandonada nessa versão de Draenor? Quem exatamente vamos encontrar lá, e quem não vai dar as caras?

Por enquanto não temos todas as respostas, mas temos informação suficiente pra começar a preencher algumas lacunas.

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Quando?

Primeiro, precisamos entender quando exatamente tudo isso está acontecendo. Garrosh Grito Infernal está viajando no tempo para algum ponto na história antes dos chefes órquicos beberem o Sangue de Mannoroth – e com tempo suficiente para parar a cerimônia e oferecer aos chefes uma alternativa que não envolva aliança com a Legião Ardente (Burning Legion). Por causa disso, existem alguns momentos do tempo que simplesmente deixam de acontecer em Draenor – e pessoas que não veremos por lá, como um resultado disso. Nessa versão de Draenor, essas pessoas simplesmente não tem uma forma de acesso ao mundo, ou nem mesmo existem, ao que tudo indica.

Na linha do tempo original, o Portal Negro não foi construído até depois dos orcs beberem o Sangue de Mannoroth, o que significa que, nessa Draenor, o portal não está exatamente lá – ou se está, ele tem um propósito completamente diferente. Nossa versão da realidade está sendo conectada a essa Draenor alternativa através do nosso Portal Negro, o que quer dizer que existe algo do outro lado. Quer seja uma versão alternativa do Portal Negro em Draenor ou não ainda não sabemos, mas podemos ter certeza que, o que quer que seja, não é o Portal Negro com que estamos acostumados na nossa realidade. Pode se parecer com ele, mas as razões para sua construção e existência são completamente diferentes.

Na nossa realidade, a Aliança, o Asa da Morte, Illidan, Kael’thas, Vashj – todas essas pessoas viajaram pelo Portal Negro, mas ele não existe nessa versão de Draenor. A historia mudou, e nunca houve uma conexão entre essa versão alternativa de Draenor e a versão alternativa de Azeroth correspondente a ela. Não existe um jeito dessas pessoas chegarem a Draenor, ou mesmo saberem sobre a existência de Draenor  pra começo de conversa – então nós não os veremos por lá. Se existe uma versão alternativa de Azeroth voando por aí, nós não temos como acessar ou ver ela, assim como não é possível que ela acesse ou veja onde estamos.

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Várias pessoas?

Obviamente, existem herois orcs em Azeroth que lembram bem os eventos antes da invasão de Azeroth, quando Draenor ainda era um lugar inteiro. Entretanto, já foi avisado que não encontraremos nenhuma duplicada de personagens existentes nessa versão de Draenor. Nós não veremos duas versões de Velen um ao lado do outro, Saurfang não vai trombar com ele mesmo, Drek’Thar não terá a oportunidade de voltar no tempo e visitar uma versão muito mais nova e ativa de si mesmo. Isso foi dito, mas não nos foi dada ainda a razão pela qual isso não vai acontecer.

Nesse ponto, tudo que podemos fazer é especular sobre isso. E realmente, a melhor razão que posso pensar pra essa circunstância é que na realidade do universo Warcraft, só pode existir uma versão da mesma pessoa em determinado tempo. Histórias fantasiosas de viagens no tempo, como as que vemos em Doctor Who, lidam com várias versões das pessoas e a natureza do paradoxo – mas Warcraft não é esse tipo de história. Se o Drek’Thar, por qualquer razão, viaja pelo Portal Negro, ele continuará sendo apenas o Drek’Thar, e sua versão alternativa simplesmente não existirá em Draenor. Ou, se ele existir, ele não será encontrado em nenhum lugar.

Como alternativa, a versão atual desses heróis simplesmente não entrarão no Portal Negro. Velen estava listado como um dos heróis dessa expansão, mas não sabemos se é o Velen da nossa realidade ou  o Velen desse Draenor alternativo. A descrição sugere que seja nosso Velen, da nossa Azeroth, mas nós teremos que esperar pra ver como tudo vai acontecer. Por mais que a gente goste da ideia de versões alternativas e duplicadas dos personagens, por mais fascinantes que elas possam parecer, os desenvolvedores afirmaram que é algo que não veremos acontecendo.

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Os Naaru

Porque essa é uma versão alternativa da nossa linha do tempo, existem coisas que estão em Terralém do tempo atual que não veremos também. Bastilha da Tormenta e a maior parte dos naaru em Terralém, incluindo A’dal não chegaram em Draenor até depois de sua destruição. Eles não apareceram no mundo até depois dele ser destruido, bem depois do ponto em que os chefes órquicos beberam o Sangue de Mannoroth. Por causa disso, provavelmente não veremos A’dal ou Sha’tar dando um oizinho pra gente – e também não veremos Bastilha da Tormenta. Nessa versão da realidade, ela nunca veio a Draenor.

Isso não significa que não veremos nenhum naaru. Oshu’gun, o diamante gigante que se projeta de Nagrand, deve estar por lá.  Oshu’gun foi a nave dimensional que os draenei usaram para fugir de Argus. É a nave que eles usaram para chegar em Draenor, e o naaru K’ure foi o primeiro naaru a fazer contato com Velen ainda em Argus, antes da fuga dos draeneis. Na versão original de Terralém, K’ure ficou doente pouco depois que Oshu’gun pousou, e começou a se transformar naquele ser sombrio que encontramos em Terralém. Se nós nos encontrarmos com K’ure, provavelmente o veremos na mesma versão que encontramos em Terralém – sombrio, ou a caminho de se tornar um ser das sombras, e sem muito uso para nossos propósitos.

Da mesma forma, o naaru D’ore ‘morreu’ quando Oshu’gun chegou a Draenor. Em sua versão sombria, D’ore foi o primeiro Naaru a ser sepultado em Auchindoun. Nós veremos Aunchindoun – ele será uma masmorra em Warlords – então talvez nós nos encontremos com D’ore. Mas, se nos encontrarmos, será com a versão sombria dele. Qualquer outro naaru que conhecemos atualmente era um membro do Sha’tar, ou aliado ao Sha’tar, e não vai ser visto em Dreanor.

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Magetheridon e a Legião Ardente

E o Magtheridon e a Legião Ardente? A história da  Legião Ardente em Draenor é bem conhecida – afinal de contas, foi a corrupção da Legião Ardente que causou todos os nossos problemas em Azeroth, pra começar. Nessa versão de Draenor, a Legião Ardente não deixou de existir, simplesmente. Gul’dan ainda aparece com a pele verde nas artes, embora os outros chefes órquicos obviamente ainda não foram corrompidos. Nós não sabemos se vamos encontrar Kil’jaeden, Mannoroth, ou até mesmo Magtheridon nessa versão de Draenor – mas as evidências que temos até agora sugerem que é bem possível.

Então, na linha de tempo original, o que acontece é o seguinte:  Kil’jaeden descobriu Draenor, e também os draenei – e ele queria vingança contra Velen e os que fugiram com ele de Argus tempos atrás, recusando a oferta de Sargeras. Ele também tinha a missão de achar um exército mortal que poderia ser usado pra conquistar mundos, e Draenor não só tinha os orcs, guerreiros fortes e capazes de destruição, mas também oferecia a vingança contra o Velen de bandeja. Kil’jaeden se disfarçou e procurou Ner’zhul, fingindo ser o espírito de sua companheira morta, Rulkan, e convenceu o Ner’zhul de que os draenei estavam tramando contra a raça órquica. Isso fez com que a guerra entre os orcs e os draenei tivesse início – mas os espíritos Ancestrais não estavam mais conversando com Ner’zhul, e isso fez com que ele eventualmente descobrisse a trama toda de Kil’jaeden em Oshu’gun.

Foi nesse ponto que os poderes de Ner’zhul foram arrancados dele por Kil’jaeden, e Gul’dan recebeu a liderança dos orcs. E foi algum tempo depois disso que os chefes órquicos receberam a oportunidade de beber o Sangue de Mannoroth, e um tempo depois disso Gul’dan foi contatado por Medivh e construiu o primeiro Portal Negro. Sem saber precisamente em que ano Garrosh chegou à Draenor em Warlords, nós podemos definitivamente dizer que foi em algum ponto durante a guerra entre os orcs e os draenei, mas antes da traição de Gul’dan, antes de Ner’zhul ter descoberto a trapaça, e antes até do Sangue de Mannoroth ter sido oferecido. Então os draenei e os orcs estão lutando, sim – mas a influência da Legião sobre os orcs foi quebrada, na maior parte. Pelo que sabemos, Medivh nem chegou na história ainda. ,

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Tudo muda

Essa é uma lista provável do que poderemos ver ou não em Draenor, mas tenha em mente que nada disso é garantido. É óbvio que o time de desenvolvimento da Blizzard pode mudar a história conforme achem necessário, ou trazer personagens que nós não esperávamos encontrar. Quem sabe, talvez A’dal e seu time de naarus apareçam em algum ponto pra conferir o que tem de errado com Draenor – ou algum portal estranho em lá pode acabar linkando Draenor dessa realidade com Azeroth. Não é provável, mas pode acontecer – só não sabemos o suficiente ainda pra realmente especular mais a fundo, então é melhor falar do que realmente sabemos até agora.

Por enquanto, o que sabemos é: nós vamos encontrar os chefes órquicos antigos. Eles foram de alguma forma ludibriados por Garrosh Grito Infernal, que aparentemente unificou todos na Horda de Ferro e pretende atacar nossa versão de Azeroth com as forças órquicas. Mas além disso, as competições e lutas entre os orcs e draeneis por Draenor devem acabar. Em Draenor, a raça draenéica ainda não foi aniquilada como vemos em nossa linha do tempo. Shattrath está em seu auge, o Templo de Karabor (que vai vir a ser o Templo Negro) ainda é uma estrutura draenaica, e o Auchindoun ainda não virou ruínas.

E, no fim, nós não precisamos mesmo nos preocupar com linhas do tempo e realidades alternativas. O perigo que está sendo apresentado aqui é muito claro, e é algo que deve ser parado. Assim que acabarmos com a ameaça da Horda de Ferro, depois que salvarmos os draenei da destruição pelas mãos dos orcs, será o momento de nos afastarmos e avaliar exatamente o que está acontecendo, e como isso muda as linhas do tempo e a realidade. Mas esse momento ainda está longe de chegar – até lá, nós devemos nos sentar e aproveitar o passeio. O que sabemos até agora é que as repercussões dessa viagem a esse mundo alternativo serão sentidas no futuro, o que quer dizer que estamos no início de uma baita história – mesmo que a gente ainda não saiba o que esperar dela.

Fonte: WoWInsider.