Sendo o WoW um jogo em constante desenvolvimento, novas ideias para funcionalidades, cenários e modificações sempre aparecem – seja do lado dos jogadores, seja do lado dos desenvolvedores. Mas existem várias coisas que só não existiram por falta de tempo, ou porque em cima da hora os devs resolveram que não ‘caberia’ dentro do jogo. Hoje já conseguimos compilar uma lista de tudo que poderia-ter-mas-não-tem no nosso amado jogo – ou, pelo menos, das que a gente ficou sabendo. Algumas ainda estão na lista de pedidos de jogadores, outras não foram canceladas (apenas adiadas por tempo indeterminado, digamos), e outras definitivamente não verão a luz dos servidores live. Mas vale a pena conferir, e pensar como o jogo poderia ser se a gente tivesse…
Casinha!
Um pedido constante dos jogadores é a possibilidade de que cada um tenha sua casa em Azeroth, decorando como quiser, recebendo visitas, usando como banco… Bom, em algum ponto do início do desenvolvimento do WoW, as casas para jogadores existiram – ou o projeto delas. Alguns arquivos do WoW Model viewer mostram uma pasta chamada “playerhousing”, que tinha modelos de casas de humanos, que seriam acessíveis por um portal em Ventobravo. Uma blue poster da época chegou a falar o seguinte: “Nossa ideia atual (que pode mudar) é estender as cidades para ter vizinhanças de casas de jogadores. Por exemplo, na área dos Canais em Ventobravo, os jogadores podem ver um portal de instância de cor azul atrás de um grande pórtico; essa é a entrada para as casas de jogadores em Ventobravo“.
Porque não ta no live? A Blizzard já voltou ao assunto várias vezes, com diferentes explicações. Em 2004, a história era “A gente realmente quer as casinhas, mas é uma funcionalidade enorme que precisa de muito tempo pra ser desenvolvida. A gente definitivamente quer fazer isso, mas é algo a longo prazo“. Dois anos depois, a resposta pra pergunta sobre o Minha Casa, Minha Vida Azeroth foi “sem previsão“. Em 2008, Tom Chilton disse que “é algo extremamente complexo para se fazer bem feito, e nós não temos certeza se isso será bom para o WoW a longo prazo. É uma funcionalidade com muitas implicações pro jogo, e eu não diria nunca, mas não está na nossa lista atual de tarefas“. O killing blow veio pouco tempo depois, quando o mesmo Tom Chilton disse que as casinhas viriam “algum tempo depois de nunca“. Meh, adeus prateleira com coleção de canecos da CervaFest 🙁
Sobrevivência!
O beta do Vanilla tinha uma profissão secundária chamada “survival skills“, ou “habilidades para sobrevivência”. Ela incluia a habilidade de fazer fogueiras e tochas, que te ajudariam a se recuperar mais rápido depois do combate, além de cozinhar. Como inicialmente os desenvolvedores previam que o tempo pra recuperar a vida depois do combate seria longo, ter as fogueiras pra recuperação seria algo realmente útil. Nosso amado salve-salve quase warchief Basic Campfire (hoje, Fogueira para Cozinhar), tinha esse nome porque ele era a primeira fogueira que o jogador aprenderia, e seria melhorada depois conforme o up da profissão. A Dim Torch era uma versão móvel da fogueira, que poderia ser equipada como arma secundária, durava uma hora, e nesse tempo acelerava a recuperação de vida do jogador.
Porque não ta no live? Não dá pra saber, mas a gente pode imaginar que a profissão simplesmente não tinha muitos atrativos – tipo, o que a gente faria além disso, conforme a profissão fosse evoluindo?
E aí? A fogueira virou parte de Culinária, e os modelos de tochas são usados em cenários itens pelo jogo.
Só um viu a luz do live
Azshara Crater era um campo de batalha (BG) planejado para ser lançado durante o Vanilla. A ideia era que ele fosse semelhante ao Vale Alterac, as entradas inclusive foram colocadas na área chamada ‘Forlon Ridge’, que hoje são as Minas do Sopé, mas não haviam portais de acesso.
Porque não ta no live? O desenvolvimento do Vale Alterac foi bem conturbado, por causa da dificuldade em se balancear um campo de batalha com uma área tão grande, e com tantos jogadores. Essa quantidade de problemas levou ao atraso no Azshara Crater – e esse atraso provavelmente foi o fim desse BG.
E aí? Com o Cataclysm, os Goblins transformaram a área em uma mina – mas a Blizzard ainda considerou lançar o BG em Mists of Pandaria. Na BlizzCon 2011, foi anunciado que o Azshara Crater seria um dos 3 campos de batalha da nova expansão, com uma jogabilidade estilo DOTA – os arquivos, inclusive, estão no jogo ainda, mas em 2012 eles anunciaram que decidiram lançar outros dois BGs, e o AC foi novamente adiado.
Voar, voar, subir, subir, e… matar 😛
Uma das funcionalidades anunciadas para o Wrath of the Lich King seria o combate aéreo. Foram mencionados, inclusive, dois tipos de aviões que poderiam ser usados em Invéria: um modelo menor e mais rápido, e um bombardeiro lento, e na defesa, estariam abrigos no estilo de construção Goblin com canhões anti-aéreos. Um vídeo demonstrando o combate foi divulgado, e a caixa da expansão anunciava “Entre em lutas aéreas com montarias voadoras e novos aviões desenhados por gnomos”, mas a funcionalidade nunca apareceu, e Invéria foi lançado como uma zona de combate em solo.
Porque não ta no live? Em um episódio do BlizzCast, Tom Chilton disse que faltou detalhamento na funcionalidade. Segundo eles, os voos estavam muito mecânicos, sem naturalidade nos movimentos, e não era em nada parecido com a forma como um avião voaria de verdade. Por isso, eles decidiram não lançar nada do tipo até que tudo estivesse desenvolvido da forma que eles gostariam.
E aí? Provavelmente, parte da programação desses aviões foram usados nas missões de bombardeio de dragões do Ermo das Serpes, assim como as missões do Harrison Jones em Uldum e da área inicial de Goblins no Cataclysm. O BG com aviões não apareceu, mas o trabalho não foi perdido 😉
Just Dance!
Desde o anúncio dessa funcionalidade, na BlizzCon de 2007, junto com o lançamento de Wrath of the Lich King, muito já foi dito sobre o estúdio de dança do WoW. Na BlizzCon, foi dito que “novas danças” estariam chegando, depois, a Blizzard mencionou um “estúdio de dança” – o estúdio seria um sistema que ensinaria ao seu personagem danças além das básicas da sua raça/gênero.
Porque não ta no live? Antes mesmo do lançamento do WotLK, os devs falaram em uma entrevista que o estúdio de dança seria atrasado para uma expansão futura. Logo depois, Zarhym disse que os animadores estavam programando novas danças em 2009, e o estúdio sairia “quando tivesse que sair”. Logo depois, completaram dizendo que novas danças requerem uma quantidade enorme de trabalho em animação, e que a Blizzard só lançaria quando tudo estivesse perfeito, mas sem data prevista (essa historia não me é estranha… novos modelos de raças, digam oi!).
E aí? No início de 2010, com o lançamento de WotLK, a Blizzard disse que o estúdio ainda estava na lista de coisas a fazer. Talvez eles só estejam esperando que os novos modelos das raças fiquem prontos pra trabalhar nisso… ou não 😛
Gibe moar raids!
Na história do WoW, várias zonas e raids foram anunciadas, começaram a ser desenvolvidas, e depois foram canceladas ou adiadas indefinidamente. O Sonho Esmeralda é, provavalmente, a mais falada e conhecida delas – os arquivos da zona ficaram por muito tempo junto dos arquivos do jogo, e se você soubesse como, podia inclusive acessar a zona. Um funcionário inclusive disse, em 2003, que o Sonho Esmeralda era uma zona muito legal, e enorme – mas nada iria ser mostrado pra não estragar a surpresa. Em Wrath of the Lich King, Azjol-Nerub foi planejado pra ser uma zona completa, com possibilidade de raid, e não apenas um conjunto de masmorras.
No Cataclysm, Abyssal Maw foi uma zona planejada como contraponto à Firelands (água e fogo… esperto, não? :P). Tudo indica que seria uma raid, mas poderia ter sido uma masmorra também – e foi descrita como 3 chefes dentro de Nespirah. Além disso, a Blizzard também chegou a anunciar uma raid nas Cavernas do Tempo, para mostrar a War of the Ancients.
Porque não ta no live? Na maioria dos casos, podemos imaginar que as zonas simplesmente não ficaram prontas a tempo do lançamento. No caso de Abyssal Maw, o pensamento deles foi que, como a zona usaria vários elementos de Vash’jir, ela ficaria desinteressante perto da quantidade de novos elementos que Firelands trouxe.
E aí? O Sonho Esmeralda é parte da história do WoW, mencionado sempre e a gente ja até vez uma visita – na luta da Valithria em Cidadela da Coroa de Gelo. Mas as áreas que chegaram a ser desenvolvidas no alpha do jogo nunca foram lançadas como zona ou raid. Quanto a Azjol Nerub, a zona virou duas masmorras em Ermo das Serpes: Azjol-Nerub e Ahn-Kahet: O Velho Reino. Abyssam Maw nunca apareceu no live de forma nenhuma, apesar de que seus cenários chegaram a ser começados (e o fato do Ghowstcrawler dizer que a zona não foi cancelada, apenas adiada, e Dark Below reforçarem um possível aparecimento da zona), e a War of the Ancients virou uma masmorra para 5 jogadores, ao invés de uma raid.
Caminhos não tomados
Essa poderia ser uma das maiores mudanças na forma como jogamos WoW. O Path of the Titans, anunciado na BlizzCon de 2009, seria uma forma de desenvolvimento end-game além de reputação ou equipamentos – você escolheria um “caminho” de um dos Titãs, que te possibilitaria escolher novas habilidades e receber bônus em status e aumento de poder do personagem. Segundo a Blizzard, chegar ao final dos ranks do caminho escolhido por você resultaria em um personagem 20% mais poderoso, e qualquer caminho poderia ser escolhido por qualquer raça/classe.
O sistema seria bem complexo, e seu progresso seria através da Arqueologia – você teria que procurar e encontrar artefatos titânicos, e as novas habilidades e bônus viriam de um novo tipo de glifo, chamado “Glifo Antigo”. Entre os bônus, estariam redução de dano, resistência contra debuffs, e melhora na eficiência das bandagens, e as habilidades incluiam um cooldown de aumento de 10% de DPS e 10% de redução de dano.
Porque não ta no live? Segundo a Blizzard, o novo sistema não se diferenciou muito do atual sistema de Glifos – então, eles decidiram simplesmente melhorar o sistema que já existia, ao invés de mudar tudo pra algo que não seria completamente novo e diferente. Assim, eles investiram tempo na melhora do sistema, e não no desenvolvimento de algo novo que não seria tão revolucionário quanto imaginado, no fim das contas.
E aí? Arqueologia foi lançada como profissão secundária, mas sem as recompensas trazidas pelos Caminhos dos Titãs, ela não ficou tão atraente. Os glifos tiveram uma melhora significativa no seu funcionamento, mas o Caminho, em si, nunca foi ao ar – mas não foi completamente descartado. A Blizzard diz que gosta da ideia de uma progressão endgame que traga uma maior customização dos personagens, e esse sistema ainda traz o bônus de ser ligado à história de Azeroth – então, pode ser que um dia ainda apareça, em uma nova expansão.
Alguém tem um palpite de como o jogo estaria se alguma dessas funcionalidades tivessem ido ao ar como foram planejadas? Ou, o que vocês gostariam de ver no WoW?
Via WoWInsider