Chegamos ao penúltimo capítulo do Diário da Kinndy.
Espero que vocês tenham gostado de acompanhar uma das personagens mais doces que já conheci.
Para ter uma melhor noção do que acontecerá no próximo capítulo, sugiro que leiam o livro Marés de Guerra.
Boa leitura!
Cheguei em Dalaran num piscar de olhos, ainda estava cedo e corri para casa, antes que papai me visse pelas ruas e perguntasse onde estara.
– Óh, meu browniezinho! Você voltou!
Revirei os olhos e suspirei, mamãe era tão dramática.
– Sim mãe, estou de volta e como pode ver voltei inteira!
Acho que ela não acreditou muito em mim, limpou as mãos no avental e apertou minhas bochechas, logo depois meus braços.
– Ai, isso dói!
Os olhos dela encheram d’água e me abraçou forte. Como ela era dramática.
– Mãe, chega. Eu tô bem.
Desfez o abraço e fez um gesto para sentarmos à mesa.
– Conte-me tudo. Como foi?
Coloquei uma mão no queixo e lembrei-me de tudo que havia vivido. Nossa, até parecia mentira que fui para outro continente.
Contei tudo com detalhes e fui para meu quarto. Amanhã eu iria atrás de um…
– Kinndy, você está aí?
Papai bateu na porta e já foi entrando.
– Se eu dissesse que não, você iria embora?
Ela sorriu e acenou a cabeça negativamente. Foi logo sentando na cama ao meu lado e esfregou as mãos, isso era sinal de que ele tinha algo bom pra me contar.
– Andei conversando com um velho conhecido meu e gostaria que você o conhecesse.
Olhei-o um pouco desconfiada.
– Quem é ele?
Ele sorriu e foi caminhando em direção à porta.
– Amanhã você vai conhecê-lo.
Quase morri de ansiedade, mas amanhã já era hoje e antes mesmo do sol nascer já estava de pé. Fui para cozinha e vi que ninguém havia acordado ainda, voltei para meu quarto e tentei dormir um pouco.
– Minha nossa já é tarde!
Me vesti e sai correndo procurando papai, mas ele não estava em lugar algum.
– Bom dia, Senhor Macieira. Por acaso o senhor viu meu pai?
O Senhor Macieira era um druida que adorava ficar em sua forma de arvoroso. Ele dizia que vendia mais suas frutas assim.
– Ora, ora! Quem está dando o ar da graça por estas bandas é a pequenina Kinndy! Veio comprar frutas?
Sorri e balancei a cabeça negativamente. Frutas não eram meu forte.
– Hoje não, eu só quero saber onde está meu pai. O senhor o viu hoje?
Ele colocou um dos galhos no queixo e fez um ar de pensativo.
– Se não me engano ele estava naquele castelo conversando com o…
Não deixei que terminasse e fui correndo até o castelo indicado.
– Mas você não me deixou terminar!!
Subi as escadas correndo e olhando para trás para poder respondê-lo.
– Não precisa!! Eu me viro sozinha aqui!!
De repente trombei em algo muito alto, quando levantei vi que era um homem.
– Cuidado onde anda, seu poste! Tá achando que só porque é grande pode ficar no caminho dos outros?
Papai estava do lado do tal homem e me olhava surpreso.
– kinndy, minha filha. Deixe-me apresentar este senhor. Ele é…
– É um folgado, isso sim! Onde já se viu ficar no meio do caminho assim? Qualquer dia desses eu ainda acabo me machucando de verdade!
Papai colocou a mão no rosto e pareceu estar impaciente.
– E não ache que só porque você é grandão e usa essa roupa toda chique que eu vou me intimidar, viu?! Eu sou uma moça muito destemida! Se não gostar do que digo é só me falar que eu e esses seus amiguinhos pomposos vamos resolver isso lá fora!
Papai colocou a mão no meu ombro e disse bem baixinho:
– Esse cara pomposo aí é o Rhonin, o Líder o Kirin Tor!
Não sabia onde esconder minha cara! Santa Eluna das Gnomidas desmioladas! A vontade que tinha era de sair correndo dali.
– Não se preocupe, Guido. Sua filha realmente é muito espirituosa.
Rhonin disse sorrindo pra mim, parece que ele não estava chateado comigo.
– Desculpa, Senhor Rhonin. Eu não sabia que você era tão importante assim.
Ele gargalhou e se ajoelhou para poder me ver mais perto.
– Então se eu não fosse tão importante assim você me daria a surra que há pouco estava prometendo.
Sorri sem graça e abaixei a cabeça.
– Acho que sim. Mas precisaria de ajuda, já que o senhor é tão alto quanto um poste.
– Kinndy!!!!
Papai me olhou com ar de reprovação. Abaixei a cabeça novamente.
– Pequena Kinndy, seu pai me contou sobre suas aventuras para escolher sua classe. E eu conheço uma moça que poderia te ajudar.
Olhei pra ele suspeitando que isso tinha um dedo do meu pai. Será que ele descobriu que andei viajando por aí?
– Hum, e quem é esta moça?
Ela se levantou e fez um sinal para que alguém entrasse na sala.
– Kinndy, quero que conheça Jaina Proudmore. Ela é uma maga muito poderosa.
A tal Jaina entrou na sala toda confiante de si mesma. Não fui com a cara dela.
– Hum, e o que eu tenho a ver com isso?
Ele sorriu novamente. Eu devia estar com a cara suja ou algo assim para ele rir tanto de mim.
– Rhonin pediu para eu treinar você, Kinndy.
Ela respondeu se aproximando de mim. A olhei de cima e baixo. Como é que as pessoas tomam as decisões por mim?
– Agradeço a generosidade, mas não quero ser uma maga.
Saí e comecei a caminhar em direção a porta. Tomei um susto quando ela apareceu na minha frente.
– Como você fez isso? Você estava lá trás com todo mundo!
Ela sorriu e fez um gesto, um bolo de chocolate apareceu na mão dela com num passe de mágica.
– Posso me teletransportar, ir para outros lugares e até continentes diferentes. Faço minha própria comida e sei transformar pessoas em ovelhas.
Abri a boca e os olhos maravilhada!
– Você disse comida?
Ela sorriu e me entregou o bolinho.
– Sim.
Comi e realmente estava uma delícia.
– Acho que vou deixar você ter a honra de ser minha treinadora.
Todos riram novamente. O que era tão engraçado?