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Boa leitura!
Com o resto da disposição que lhe restava, Dareon correu em direção às escadas, sem conseguir deixar de sentir-se culpado por largar o grupo de Lorde Darius no terraço. No último relance que lançou para trás, viu um novo bando de worgens se aproximando ferozmente.
– Vá! – ouviu Crowley berrar, sua voz agora já distante e quase silenciada pelos rosnados das criaturas.
Desceu as escadas pulando dois degraus de cada vez e passou por Broderick com pressa, ignorando seus protestos. Dareon observou as ruas em seu caminho de volta à praça do Distrito Militar e sentiu o desespero abater-lhe cada vez mais profundamente. Era como se todos os seus esforços até o momento tivessem sido em vão. A cidade continuava apinhada de worgens, agora talvez até mais do que estivera antes, e os soldados de Guilnéas pareciam não dar conta de segurá-los.
– Se eu não estivesse vendo esses vestígios de sangue na sua camisa, até poderia pensar que sua missão não foi cumprida – disse Lorde Godfrey com o desprezo habitual quando Dareon apoiou-se em seu cavalo para recuperar o fôlego. – Porque sinceramente, seu trabalho não fez diferença nenhuma no tamanho da matilha. Mas que ótimo que conseguiu ficar vivo para contar a história, rapaz.
– Chega, Godfrey – Greymane revirou os olhos. Pigarreou antes de continuar. – Então, conseguiu encontrar Crowley?
– Oh, sim – Dareon assentiu. – Não está em condições nada boas, se Vossa Alteza quer saber a verdade.
– Eu… – o Rei encarou o chão e apertou as mãos. – … sinto muito – murmurou. – O que foi que ele disse, afinal?
– Disse que seu arsenal está à sua disposição.
Godfrey soltou um assovio baixo. Greymane pareceu verdadeiramente chocado.
– Arsenal? – gritou. – Desde quando ele tem um arsenal? Dentro da minha cidade! O que diabos o Crowley estava armando?
– Isso ele não disse – respondeu Dareon. – Mas nessas condições… Até que foi uma boa notícia, não foi?
Lorde Godfrey bufou.
– E onde é que fica o arsenal do Lorde rebelde?
– Crowley falou algo sobre uma casamata perto daqui. No porão de alguém… Josiah, se não me falha a memória.
– Josiah Avery? – perguntou Greymane. – Fica num prédio a oeste daqui. Bem… é realmente perturbador que o inimigo tenha conseguido esconder um arsenal dentro da minha cidade, mas isso pode mesmo acabar nos salvando. Dareon, encontre o Josiah e solicite a artilharia rebelde. Acredito que podemos dar bom uso a estas armas.
Lorde Godfrey continuava com a boca crispada em desaprovação – Dareon só não sabia bem a quê. Talvez não gostasse da confiança que o Rei estava depositando em um recém-chegado qualquer, ou quem sabe apenas temesse perder seu posto de braço direito de Greymane se ele e Lorde Darius fizessem as pazes. De qualquer forma, Dareon ignorou seus resmungos e abriu um meio sorriso, entendendo a posição que o Rei havia tomado naquela situação. Não era nada pessoal, afinal. Em tempos de guerra, qualquer ajuda deve ser bem vinda.
Dareon tomou as informações de que precisava para encontrar o porão de Josiah Avery e seguiu pela única rua deserta que havia encontrado em toda a cidade até o momento. Chegou ao local indicado, no início da segunda quadra, e rodeou o prédio meio abandonado até que a porta de entrada de um celeiro no chão chamou-lhe atenção. Não abriu-o imediatamente, no entanto. Preferiu estudá-lo cuidadosamente antes, tentando ouvir algum ruído ou espiar por alguma fresta.
Estava quase desistindo de averiguar quando ouviu um gemido baixinho vindo lá de dentro. Aproximou melhor o ouvido e conseguiu distinguir o som de um lamento trêmulo distante.
Bateu levemente duas vezes. Não obteve resposta, mas o choro parou. Ante o silêncio, Dareon puxou com cuidado uma das portinholas, espiou para dentro e então abriu a outra. Só conseguia enxergar uma escadaria de madeira, fracamente iluminada pelos tocos de vela apoiados na ponta final do corrimão.
Pulou para dentro e torceu para que não se arrependesse mais tarde.
– Vá embora! – disse uma voz chorosa.
– Quem está aí? – gritou Dareon em resposta. – Sou amigo!
– Me deixe em paz!
Dareon acabou de descer as escadas e observou com cautela a sala cheia de sombras. Viu canhões, bombas, munições e armas de fogo, algumas das armas empilhadas em montes bem organizados enquanto outras jaziam largadas em algum canto do chão.
– Você é Josiah? – perguntou calmamente, andando em silêncio na direção do homem que se escondia no final do porão. – Não vou machucá-lo, foi Lorde Crowley quem me mandou. O que foi que aconteceu com você?
– Não… não olhe para mim! – ele fungou, cobrindo o rosto com os braços. – Por favor, me deixe…
Dareon chegou perto e pousou a mão em seu ombro.
– Se acalm…
Sua tentativa de conversar com o pobre sujeito foi interrompida por uma força descomunal que o atirou à parede mais distante do porão, fazendo com que atravessasse a sala pelos ares até cair pesadamente na base das escadas. Dareon sentia uma queimação descomunal no ombro direito, e, com a visão embaçada depois da pancada na cabeça, conseguiu identificar a figura gigantesca de um worgen, que caminhava em sua direção vestindo a mesma roupa azul de Josiah – agora em farrapos – e rosnava ruidosamente, exibindo os enormes dentes enquanto gingava pelo porão com as garras estendidas.
Ouviu um tiro repentino seguido de latidos e, em um segundo, o worgen caiu de joelhos no chão, deixando o corpo pender para a frente logo depois. Dareon bateu a cabeça novamente devido ao susto e ergueu os olhos, apavorado, para encontrar um cão de proporções alarmantes cheirando sua perna esquerda. Ao seu lado, uma mulher segurava uma carabina, apontada para o fundo do porão, e mais dois cães a acompanhavam, latindo sem parar.
– Mas que… – Dareon murmurou, sentando-se mais rápido do que devia. Segurou a cabeça com as mãos e sentiu o ombro arder novamente.
– Você tem mais sorte do que juízo – disse a mulher, olhando-o de cima. Estendeu uma mão para ajudá-lo a levantar-se. – Conheceu meu pai hoje – sorriu. – Sou Lorna Crowley, ao seu dispor.
– Você… – Dareon apontou para o local onde o worgen permanecia caído, sentindo-se perdido e idiota. – O que…
– Ele virou um deles… – disse ela. – Como lutar contra um inimigo que consegue fazer isso? O arsenal de meu pai é um bom começo, mas… Vamos precisar abrir caminho se quisermos subir com esses canhões. Há worgens escondidos nas vielas adiante. Eu vou por um lado e você cobre o outro, certo? – ela puxou a coleira de um dos cães. – Aqui, leve um dos meus mastins para ajudá-lo.
Eu estou bem, obrigado por perguntar.
– Ah… certo – Dareon murmurou. – Mas…
– Rápido, precisamos fazer isso agora! – ela apressou-o, empurrando-o para as escadas.
Dareon subiu as escadas seguido pelo mastim de Lorna. Ao sair para fora do porão, deu de cara com Lorde Godfrey encarando-o de cima de seu cavalo, encostado na parede do prédio.
– Problemas lá dentro, rapaz?
Dareon massageou a cabeça.
– Um pouco.
Lorna saiu de dentro do porão logo em seguida e correu para a direita com seus cães. Dareon levou o mastim na direção contrária e deixou que ele farejasse os becos e vielas da cidade para encontrar worgens escondidos.
Achou que seriam mais. Conseguiu abater meia dúzia de criaturas, todas de porte pequeno, nem de longe tão assustadoras quanto os worgens que precisara combater no terraço da prisão ao lado de Lorde Crowley. Ou talvez eles sejam menos apavorantes quando estão sozinhos, pensou.
– Excelente – disse Lorna quando voltaram a se encontrar. – Vou começar a reunir ajuda para posicionar os canhões – ela sorriu. – Obrigada por tudo, Dareon. Nós assumimos daqui por diante. Ah, se puder… por favor, leve uma mensagem para Greymane. Diga a ele… diga que nosso arsenal está à sua disposição. Temos poder de fogo suficiente para acabar com os worgens daqui até o Mar do Norte.
– Direi – Dareon sorriu. – Até mais, então.
– Adeus… – Lorna esticou a mão até o ombro de Dareon. – Você está ferido.
Dareon notou o tom de censura em sua voz. Afastou o braço da moça com o seu e deu dois passos para trás, tentando não olhar para o próprio ombro coberto de sangue.
– Não é nada – mentiu. Sorriu novamente e girou o corpo. Acenou uma vez antes de deixar Lorna para trás, encarando-o fixamente com uma perfeita expressão de terror estampada em seu olhar.