- [Lore] – Arthas Menethil – Parte 1
- [Lore] – Arthas Menethil – Parte 2
- [Lore] – Arthas Menethil – Parte 3
- [Lore] – Arthas Menethil – Parte 4
- [Lore] – Arthas Menethil – Parte 5
- [Lore] – Arthas Menethil – Parte 6
- [Lore] – Arthas Menethil – Parte 7
- [Lore] Arthas Menethil – Parte 8
- [Lore] Arthas Menethil – Parte 9
“- Como Mal’ganis, eu sou um dreadlord. Mas eu não sou seu inimigo. – Tichondrius o assegurou. Os lábios se torceram em um sorriso que parecia mais uma zombaria. – Na verdade, eu vim te parabenizar. Matando seu próprio pai e entregando esta terra para o Flagelo, você passou no seu primeiro teste. O Lich Rei está satisfeito com seu… entusiasmo.
– Sim, – Ele disse, mantendo sua voz firme na frente do demônio. – Eu condenei todos e tudo o que eu já amei em seu nome, e ainda assim eu não sinto nenhum remorso. Nenhuma dó. Nenhuma vergonha.
E dentro do fundo de seu coração, veio outro sussurro, mas não de Gélido Lamento: Mentiroso.”
– Arthas: Rise of the Lich King
HEY!
Voltei, galera, desculpa a demora… Não vou enrolar com introduções, e reservarei meus comentários para as considerações finais – e alguns no meio do texto, confesso que não me contive. ^^
Chegando agora? Então fique a vontade, aconselho ler as outras partes antes:
- Arthas Menethil – Parte 1
- Arthas Menethil – Parte 2
- Arthas Menethil – Parte 3
- Arthas Menethil – Parte 4
Todos os trechos dos livros são de tradução livre, pois não há uma versão em português (por enquanto) do livro Arthas: Rise of the Lich King, escrito originalmente por Christie Golden e publicado em 2009.
Tem bastante coisa pra falar, então bora lá!
Ao mestre, sem carinho
Arthas havia trazido seu amado cavalo de volta do mundo dos mortos com a ajuda da magia necromântica de seu novo e misterioso mestre, o Lich Rei.
O demônio que viera lhe encontrar, Tichondrius, apontou para Gélido Lamento [Frostmourne]. A espada havia sido forjada por sua raça, há muito tempo, e o Lich Rei havia lhe dado o poder de roubar almas. A primeira alma a ser roubada por Gélido Lamento fora a de Arthas. Isso explicava porque ele a sentia como uma extensão de si mesmo. Por um momento, ele ponderou se seu sacrifício havia servido seu propósito, se ele havia saído em busca de algo e havia conseguido, se seu povo estava salvo… Mas agora importava?
Sua próxima tarefa era recuperar os restos mortais do necromante que ele e Jaina haviam matado em Andorhal – Kel’thuzad. Arthas logo pensou na ironia. O primeiro oponente a crusar o caminho de Arthas fora um companheiro de Ordem, Gavinrad. O paladino desprezou Arthas e tudo o que ele significava para a Ordem, para Uther. As palavras de Gavinrad o machucaram, mas como o sentimento que o chamara de mentiroso, elas foram suprimidas. Ele assassinou Gavinrad e sentiu quando Gélido Lamento rasgava a alma de seu irmão paladino, devorando-a. O corpo de Gavinrad caiu sem vida no chão e Arthas pôde chegar ao corpo apodrecido de Kel’thuzad.
“Te disse que minha morte significava pouca coisa.”
O fantasma de Kel’thuzad se comunicava com ele. Arthas podia ouvi-lo e vê-lo. E logo descobriu qual seria seu próximo destino: os restos de Kel’thuzad não conseguiriam resistir a viagem à Quel’thalas, onde usariam as energias da Fonte do Sol para trazer o necromante de volta à sua pós-vida. Eles precisariam de uma urna.
Tichondrius enviou Arthas atrás de uma procissão que carregava uma urna. O grupo do funeral não era grande e lá estava Uther. Ao vê-lo, Uther manteve sua expressão impassível, Arthas podia ver que era era mais dura do que ele lembrava… e seus olhos brilhavam com uma fúria por justiça. Antigo mestre e pupilo trocaram provocações. Uther disse que ele só respondia à Luz e mencionou que um dia Arthas a servira também.
” – Seu pai governou estas terras por cinquenta anos, e você colocou tudo ao chão em alguns dias. Mas causar destruição é fácil, não é?”
O cavaleiro da morte decidiu que este ele não iria poupar, nem que ele implorasse. Especialmente se ele implorasse. Havia muita coisa entre os dois, muita história. Arthas não sabia o que a urna continha, até Uther lhe dizer. Pasmo, o filho de Terenas conectou os pontos… O demônio havia mandado tomar aquela urna específica como um teste. Lutar contra seu mestre e blasfemar contra seu pai. Um teste deveras cruel, no fundo Arthas sentia que não queria aquilo, aquilo lhe dava náuseas… de qualquer forma, ele o faria.
Gélido Lamento [Frostmourne] estava em sua mão, pronta para a batalha. Arthas mirou seu mentor e viu nos olhos de Uther um sentimento que ainda o machucou mais por dentro. Uther tinha lágrimas nos olhos, pensando no menino que ele ajudou a criar, ensinou a lutar, que ele protegeu. Quando Arthas era mais jovem, egoísta e inconsequente, Uther diria que ele estava falhando como toda criança falha, que ele cresceria e entenderia como ser um homem justo e honrado. Até em Stratholme, Uther acreditou que Arthas veria seu erro mais tarde.
A ultima promessa de Uther à Terenas era de que seus restos mortais seriam tratados com honra. O paladino mais velho estava feliz que seu amigo e monarca estava morto. Ele não estava lá para ver o que Arthas se tornou, o que ele estava disposto a fazer por seu novo mestre. Arthas ouviu, e com ódio ele percebeu que sim, machucou.
Eles lutaram. Movimentos rápidos em uma batalha intensa. Uther tinha uma expressão calma e teve vantagem durante toda a luta. Um golpe acertou Arthas no peito de forma que apenas a sua armadura foi o que lhe protegeu da morte certa. A espada Gélido Lamento [Frostmounre] voou de sua mão, para longe de seu alcance. A Luz estava ganhando. Aquela força que ele havia traído, que ele havia renegado, estava usando aquele homem – Uther, o Arauto da Luz – para trazer justiça para ele. Ao olhar dentro dos olhos iluminados de Uther ele chegou à conclusão de que ele estava errado. Ele esteve terrivelmente errado em abandonar a Luz e o caminho que ela trilhava.
Ele iria morrer.
Em uma fração de segundo, Gélido Lamento estava em sua mão. Ele não sabia como, não entendia, e não importava na verdade. A voz sussurrava em sua cabeça:
“Toda Luz tem sua Sombra – todo dia tem sua noite – e até a vela que brilha mais forte pode ser apagada.“
Quando Uther levantou o martelo para dar o golpe de misericórdia, Arthas desviou. Uther era grande, forte, e o martelo de duas mãos que ele empunhava, apesar de forte e abençoado, era lento. O estilo de luta de Uther era lento. Gélido Lamento, por outro lado, conseguia quase lutar sozinha. Arthas agiu com velocidade e logo eles estavam duelando novamente em pé.
Os ataques da lâmina rúnica eram contínuos e eventualmente Uther caiu de joelhos. O sangue escorria pelo seu braço. A ultima fala de Uther é motivo para muitas pessoas que discutem em fóruns de Lore afirmarem que existe um inferno na religião da Luz: “Eu espero sinceramente que haja um lugar especial esperando por você no inferno, Arthas.”
Após atravessar o coração de seu mentor com a espada rúnica, o cavaleiro da morte se deteve alguns instantes antes de se direcionar à urna onde as cinzas de seu pai descansavam. Ao liberar os restos mortais de seu pai pelo ar, Arthas pôde ver as cinzas voando com o vento para cima dele, como se chovessem sobre o cavaleiro da morte. Elas fizeram seus olhos arder, entraram pela sua garganta. Ele secretamente começou a entrar em pânico e se forçou a acalmar. Em poucos estantes era como se ele não sentisse nada, o sentimento trancafiado tão dentro de si que ele mesmo não sabia se tinha algo ali.
Ele retornou à sua tarefa e ordenou que Kel’thuzad fosse colocado na urna. Ele montou Invincible. Quel’thalas não estava longe.
Em busca da Nascente do Sol
A viagem entre Lordaeron e as terras élficas de Quel’thalas tomou 6 dias, e durante este período Arthas reunia sombras das almas e corpos reanimados que caíram pela praga. Seu exército estava a meia viagem de Lua Prata quando ele avistou os novos aliados enviados pelo Lich Rei para auxiliá-lo.
Com nojo, Arthas observou seus aliados aracnídeos conforme Ke’lthuzad lhe informava sobre os mesmos. Então o plano era usar essas aranhas mortas-vivas para combater os elfos de Quel’thalas.
Seu exército conseguiu capturar um prisioneiro, um Elfo Superior, sacerdote. O sacerdote deu algumas informações sem querer, no meio da tortura. Outro elfo, diferentemente do sacerdote, deu informações. Um elfo que estava traindo seu povo de livre e espontânea vontade, em troca de poder e terras prometidas pelo Lich Rei. Ao observá-lo, o antigo príncipe de Lordaeron pensava como ele tivera um reino para proteger, servos que o amavam e que o seguiriam lealmente, que ele passara um tempo para aprender seus nomes, conversar com suas famílias… ele tivera um povo que ele amava… uma vez. Decerto os líderes dos elfos também amavam seu povo e sua terra. E ainda assim este elfo os traiu.
Traiu por promessas vazias de poder e de terra… Mortais podiam ser corrompidos, comprados, usados… Arthas olhou para trás e contemplou seu exército – seus novos súditos. Diferente dos anteriores, eles não possuíam vontade própria, eles não o trairiam, eles não sabiam nada além de obedecer suas ordens e caprichos. De fato muito superiores.
Arthas estava montado em seu cavalo cadavérico quando ouviu um grito diante dele.
“Você não é bem vindo aqui”, era a voz da General Patrulheira Sylvana Correventos [Sylvanas Windrunner]. Ela reparara no animal e nos necromantes que seguiam Arthas. Ela o mandou voltar de onde veio. Ele sorriu e rebateu que ela que deveria voltar, pos a própria morte havia chegado às terras de Quel’thalas. Os olhos azuis de Sylvana se estreitaram em ódio.
“Faça seu pior.” – Sylvanas Windrunner
A patrulheira é conhecida por uma infalível mira e excepcional habilidade com o arco e flecha. Ela e seu grupo atiram contra o exército de Arthas. A flecha de Sylvana vai certeiramente de encontro ao seu alvo, só que um flash azul obstrui seu caminho. A flecha cai no chão repartida em duas partes, e Gélido Lamento está empunhada pelo cavaleiro da morte. Ele sorriu e comandou seu exército atacar contingente de defesa de Sylvana.
Ela observa com terror conforme a horda de mortos vivos se movimentava uniformemente, como um enxame de insetos. Os arqueiros de Quel’thalas já tinham suas ordens: atirar nos vivos primeiro e depois queimar os mortos-vivos com flechas em chamas. Mas eles não estavam preparados para isso.
Por mais que atirassem, por mais que os mortos-vivos caíssem, eles se reerguiam e atacavam. Sylvana viu seus companheiros sendo devorados, e Arthas apenas sorriu dizendo que tentou avisá-la, e que ainda assim ela lhe dava mais recrutas. Pasma, enojada e furiosa, a elfa mal havia percebido que Arthas não estava apenas revivendo seus mortos, mas estava usando-os como munição para catapultas. Horrorizada, ela ordena uma retirada. O Flagelo derruba o primeiro portão.
“Você passou desse portão, açougueiro, mas você não irá passar do segundo. O portão interno de Luaprata só pode ser aberto com uma chave especial, e ela nunca será sua!” – Sylvana Correventos [Sylvanas Windrunner]
O primeiro portão élfico havia caído e Arthas agora avançava com seu exército de monstros sem vontade própria – e Kel’thuzad. Enquanto destruía tudo em seu caminho, Arthas fazia comentários sarcásticos sobre a força dos elfos e de seus portões. Ele até aponta como é divertido ver os elfos fugirem.
“Você acha que estou fugindo de você? Aparentemente você nunca enfrentou elfos antes.” – Sylvana Correventos [Sylvanas Windrunner]
Arthas observa Sylvana jogar algo na ponte e ela explodir, ato que atrasaria consideravelmente sua tropa de mortos-vivos. Aborrecido, Arthas fica irritado, falando para si mesmo que a informação do traidor, cujo o nome era Dar’Khan Drathir, deveria ter tornado sua tarefa muito mais fácil, mas aquela patrulheira já estava dando nos nervos.
Será que Arthas sabia da chave? – Sylvana se pergunta enquanto se afasta da ponte destruída.
A Chave das Três Luas era um item mágico que foi dividido em três partes guardadas separadamente em lugares bem seguros, escondidos por Quel’thalas. Cada templo havia sido construído sobre intersecções das linhas dos meridianos [Ley lines], similares a própria Nascente do Sol. As linhas meridionais de Azeroth funcionavam como veias do planeta, só que ao invés de sangue, elas carregam energia arcana. Dar’khan havia revelado que os pedaços da chave estavam nas cidades de An’telas, An’daroth e An’owyn. Tudo o que o campeão do Lich Rei deveria fazer era chegar nesses lugares, matar todo mundo e pegar as pedras. (GG, Quel’thalas.)
Mas não, aqueles ‘elfinhos excessivamente bonitinhos’ estavam dando trabalho pra ele. Arthas cavalgava Invincible enquanto imaginava como uma raça que parecia tão frágil poderia lutar contra seu exército. Demorou, mas eles conseguiram atravessar o rio – Arthas ordenou que seus servos construíssem sua própria ponte… uma de carne apodrecida, para que suas catapultas e máquinas de guerra pudessem passar.
Arthas sentiu uma sensação estranha que não conseguia explicar, algo lá no fundo de sua mente. Irritado, ele ignorou o sentimento e atravessou o rio. Invincible pulou na água sem hesitar e a memória do tombo fatal de seu magnífico animal veio a mente. O frio, a estrada escorregadia. Por um milésimo de instante, ele não conseguiu respirar.
Arthas novamente ignorou o sentimento e estava de volta ao seu ‘normal’. Não, ele não era mais aquela criança fraca que teve de sacrificar o amigo, não era mais assombrado pela culpa e vergonha (engraçado que agora que ele matou o pai ele não tá sentindo vergonha e nem culpa, e o cavalo… nossa, esse cavalo… … ok, parei, parei… voltando! :D) Invincible não era mais uma criatura viva e ele não cairia, ele não teria que passar por isso de novo. Eles eram tão poderosos agora, eram fortes. Não havia mais aquela desaprovação silenciosa de seu pai, nem repreendimentos de Uther, e nem os olhares duvidosos e preocupados de Jaina, aquela querida e familiar expressão dela que – Não!
Ele balançou a cabeça. Não, ela já teve a chance dela de seguir esse caminho com ele, ela negou isso a ele. Ela disse que nunca o negaria e ainda assim ela se recusou a seguir com ele. Tudo bem, ele não devia nada a ela. Apenas o Lich Rei mandava nele agora. A elfa, ela o deixara irritado, o fizera pensar nessas asneiras, o fez questionar os motivos e o caminho que ele escolheu. Ele se acalmou. Ele veio para Quel’thalas com um propósito… Não eram as respostas cruas dela ou sua força ridícula de elfos fofinhos que se colocaria em seu caminho.
“Avante.”, o cavaleiro da morte disse.
Considerações Finais
Podemos ver que por um lado Arthas é frio, cruel e não possui nenhum escrúpulo para agradar seus mestres – e seu ego. Porém ele possui uma coisa dentro dele que constantemente faz ele se sentir mal – se sentir mal por fazer o que ele está fazendo, por dar as costas aos vivos, por desonrar sua família e seu reino, que o lembra de seus medos e felicidades da vida que ele deixou pra trás. Mentalmente instável, ele remói bastante as coisas que ele julga que se colocaram entre seus objetivos e vai tentando se convencer de uma coisa atrás da outra. Ele SABE que ele tá fazendo caquinha, ele tem plena consciência de tudo o que ele tá fazendo – menos de que ele é o cara mais manipulado ever… huehue – e ele vai justificando pra ele mesmo tudo isso que faz ele se sentir mal consigo mesmo. Seja o cavalo, seja o pai, seja o mentor, seja a ex, seja a general parada-dura…
Lembremos que estamos na parte “The Dark Lady”, revivendo algumas campanhas do Warcraft III, com alguns detalhes que apenas o livro Arthas, Rise of the Lich King podem disponibilizar para você. Por mais que eu detalhe aqui ou ali e faça uma análise rápida – mais um resumão – do que tá acontecendo, é legal se você pode ler o livro, a sensação é bem diferente.
Por hora só temos o livro em inglês, mas quem sabe traduzem, né? 😀
Bom, espero que tenha valido a espera.
Me desculpem por ter tomado um tempo fora de escala para publicar a parte 5. Comprometimento eu tenho e me cobro a cada dia que passa do prazo. Vida pessoal e profissional se ajeitando, último ano de faculdade, TCC. Espero que entendam. 🙂
Eu também tenho participado de uns projetos com o Ed do Tilt Entretenimento, fazendo as vozes femininas pros vídeos deles – PLZ SUPPORT :D~ – Como sou novata em dublagem não sejam muito duros comigo, ok? (Aperte 1, aperte 9 e confirme! :D) Quem não conhece o canal do youtube, visite:
http://www.youtube.com/user/TiltEntretenimento
O WoWGirl também lança uns vídeos informativos, as meninas dão muito duro pra fazer as coisas mais legais! Dê um joinha lá no face e no youtube e ajude nosso trabalho a ser reconhecido! <3
http://www.youtube.com/user/TVWoWGirl
Que a Luz guie e proteja todos vocês. Menos você Renegado gente boa que não merece ser queimado pela Luz e talz…
Como diriam meus amigos elfos: Shorel’aran! Até breve! =)
Fontes utilizadas para a elaboração deste artigo:
Warcraft III – por Blizzard Entertainment
World of Warcraft – por Blizzard Entertainment
Arthas: Rise of the Lich King – por Christie Golden (2009)