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Hoje apresentamos uma nova colunista no WoWGirl, que vai fazer um ‘tour’ por Azeroth, contando pra gente as histórias sobre suas viagens e experiências pelo mundo – e fazendo um convite: saia de Orgrimmar/Ventobravo!

Olá! Pra quem não me conhece, meu nome é Raissa embora alguns me conheçam como Neshka e o apelido “Neshcau” já tenha atingido a vida real.

Sempre fui apaixonada por jogos mas a minha “carreira” em MMOs começou tardiamente. Depois de passar por outros títulos do gênero, cheguei à Blizzard em meados de junho de 2009 – lembro que o Festival do Fogo do Solstício estava acontecendo – e não parei mais.

Raidei muito pouco aquele ano, meu foco era PVP adoidado. Com o tempo fui incorporando novos estilos de jogo e deixando a matança de lado: entre conquistas, montarias, mascotes, e caça a itens/monstros raros simplesmente não tinha mais o “sanguenozói” suficiente!

No entanto, algumas coisas permaneceram constantes a despeito do jogo ou do que eu fazia online: minha atenção a pequenos detalhes “inúteis”, meu gosto por brincar no Google, e meu impulso quase incontrolável de responder perguntas.

Vou tentar juntar isso tudo numa coisa só, vamos ver no que vai dar!

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Ah, como eu odeio Orgrimmar. Não, não, não é bem assim… eu até gosto da cidade. É movimentada e é um terreno fértil pra vários tipos de malandr- comércio. Tem produtos de todo canto – mesmo sem um porto decente – e a Bebri Cortacacho faz um trabalho fantástico, recomendo mesmo uma passadinha pelo salão. Diga que a Violetta enviou você, e quem sabe até role um descontinho!

O problema desse lugar é essa terra vermelha que suja tudo; essa poeira chata que acaba se misturando à graxa e causando mais explosões do que o necessário. Sabe o quanto já é caro aumentar a minha perícia em engenharia!? Essa poeirada causa um prejuízo danado, e eu não tenho mais um quaquilhão de paçoquinhas pra gastar por aí!

Quer saber o nome de uma cidade boa? Quer mesmo? Pois então aí vai: Kezan!

Sabe, se eu beber Jaka’Cola de olhos fechados entre baldes de graxa no galpão do Kall Valemil enquanto ele brinca de soldar coisas, até dá pra sentir o cheirinho da minha antiga casa lá perto das minas onde eu criticava escravos trolls construtivamente.

Ué, tá me olhando assim por quê? O choque que eu dava neles era um estalinho de nada, um sustinho só! A produção de Jaka’Cola não podia parar de jeito nenhum, por dois motivos principais: é uma fonte super-hiper-mega importante de criatividade goblínica; e uma baixa na produção ia transformar meu couro em tapete novo pra sala de estar do Gallywix.

Voltando ao assunto, Kezan é que era cidade de verdade. Cassinos, túneis, bancos…! Qualquer hora era hora e qualquer lugar era lugar para uma extorsão, assalto ou qualquer outra atividadezinha cotidiana. Tudo bem que as ruas eram um pouco estreitas e às vezes era difícil manobrar o meu carango (já destruí flamingos decorativos do jardim de muita gente, viu) e mas quem se importa com isso quando você tem acesso aos mais sofisticados tipos de Balangandã Brilhoso ou Óculos Maneiros?

A vida em Kezan não era fácil – puxar tapetes e falsificar acidentes pra receber o dinheiro do seguro é bem cansativo –  mas dar um rolé com os mano e jogar um pouco de futebomba ajudava a relaxar. Um goblin que nunca foi a um jogo dos Bucaneiros de Borraquilha contra os Flamingos não conhece a emoção sublime de encontrar pedaços de robô pela cidade depois de uma partida explosiva!

A minha influência entre os tolos cidadãos de Kezan só crescia! Eu ia até dar um jeito de trazer um Mestre de Estábulo e um Vendedor de Venenos pra cidade, porque por incrível que pareça não tínhamos esses serviços por lá. Uma estalagem na beira da praia, também seria uma boa ideia, acho que não iriam se importar muito com uma manchinhas de óleo de nada. Minha fiel assistente Espoleta Chaveforte e meu não-tão-fiel namorado Léo Pardo me ajudaram a organizar uma festa pra convencer a todos que eu seria a melhor escolha pra próxima Princesa Mercadora.

Claro que felicidade de goblin só dura até a próxima combustão, e aí meus planos foram pelo ralo quando a minha festa foi interrompida por uns piratas meio doidões que provavelmente estavam a mando do Gallywix. É óbvio que ele temia a minha rápida e rasteira ascensão ao poder. Talvez a aparição de um dragão enorme e uma erupção vulcânica básica tenham tido uma parcelazinha de culpa na perda dos meus lacai- colaboradores, minha mansãozona legal com piscina e todas as paçoquinhas que estavam tão lindamente guardadas no Banco.

Gallywix foi mais esperto que eu, e cobrou os olhos – e os rins, fígado… – de qualquer um que quisesse se salvar. Ele tinha um iate lindão, como é que eu ia competir!? Só sei que não tinha grana o suficiente pra pagar a minha salvação!

No maior estilo filme de ação-espionagem-drama-tensão-e-suspense Goblin Theft Auto, me infiltrei bem discretamente na mansão do Gallywix e roubei tudo que tinha de valioso por lá – inclusive a Goblin Lisa.

A ideia é que o tal Príncipe Mercador fosse um pouco mais burro do que já aparentava e não notasse que entre as minhas economias de uma vida estivessem pertences valiosos dele. Trapaça nada, eu que não ia afundar com a ilha!

Se deu certo? Bom, eu ainda tô aqui pra contar a história. Tendo que me virar tentando fazer grana com engenharia na casa de leilão, é verdade, e sem os meus fiéis escrav- colaboradores ou minha fama e poder anterior. Tô aqui pra contar a história, mesmo que tenha que upar tudo de novo!

Dizem que não há mais nada lá em Kezan e é impossível voltar. Eu nem duvido muito, sabe, ainda mais depois do combo dragão-vulcão… mas assim que construir uma Máquina Voadora e descobrir como carregar combustível suficiente, vou tentar passear pela Voragem e ver se sobrou alguma coisa de Jakamita por lá. Só de pensar nos lucros meus olhos brilham!