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Dando continuidade em nossa sessão sobre a Lore do Wow, a escolha dessa semana não poderia ter sido mais providencial, já que esta personagem esteve muito em voga nas noticías por esses dias, devido à revelação da capa do novo romance da Blizzard –  “Jaina Proudmoore: Tides of War”.

Novos jogadores devem conhecê-la apenas da instancia “Fim dos Tempos” (End Time), outros mais antigos ou aqueles da Aliança que curtem fazer missões com certeza já deram sua passadinha por Theramore, local onde Ela é a governante. Alguns lutaram ao seu lado nas três últimas instâncias de Icecrown. E agora com a chegada de Pandaria, mais coisas envolverão nossa cara Jaina.

Tentaremos aqui mostrar um pouco o passado dessa personagem que tem uma historia tão bacana. Uma frase que pode definir essa personagem é:

“Primeiro o dever. Depois o pesar. Sentir pena de você mesmo? Nunca.”

Acompanhando a historia de Jaina, vocês entenderão um pouco o motivo dessa frase ser tão verdadeira.

Filha caçula do Grand Admiral Daelin Proudmoore, governante do reino marítimo de Kul Tiras, Jaina era a única garota na família e por causa disso tinha muito com o que lidar e estava determinada a não gastar seu tempo junto das demais damas da corte.

Ela era o oposto de uma criança típica. O luto em sua vida começou cedo, com a morte do seu irmão mais velho Derek, que fora morto por Orcs durante a segunda guerra.

Ainda jovem, a pequena, começou a demonstrar uma grande aptidão com as artes mágicas e com a idade de onze anos foi enviada para Dalaran, onde iria estudar junto dos magos de Kirin Tor.

A caminho de Dalaran, primeiramente foi enviada a Lordaeron, para conhecer os costumes da corte e realeza, algo que ela buscava evitar e foi nessa parada que conheceu um jovem garoto apenas um ano mais velho que ela, e era tão fora de decoro para sua posição e deveras travesso que Jaina não pode deixar de ficar fascinada. O garoto não era ninguém menos que o jovem filho do Rei TerenasArthas Menethil.

Arthas também ficou fascinado pela visitante e se ofereceu para escoltá-la até a cidade de Dalaran. No caminho, junto de alguns guardas e damas de companhia, fizeram uma pausa na viagem e acamparam perto de Hillsbrad. Quando todos adormeceram, Arthas acordou Jaina e a convidou para uma breve aventura, que involuntariamente foi algo que ajudou a estimulá-la nas suas motivações no futuro.

Em Hillsbrad ficava o local de aprisionamento que havia sido construído para manter os Orcs restantes da segunda guerra. Por conta da sua curiosidade e vontade de testar a jovem Jaina, Arthas quis se esgueirar até os acampamentos e dar uma olhada de perto nos tais monstros “Orcs”. Ela de inicio protestou, mas ela se lembrou da morte de seu irmão mais velho. Caiu em um silencio diante da insistência do rapaz, e quando ele estava prestes a desistir, ela concordou em ir com ele, para encarar os assassinos do seu irmão cara a cara.

Entretanto, o que Jaina encontrou naquele grupo de Orcs, não foi um bando de assassinos e sim um grupo de criaturas tristes e aprisionadas. Homens, mulheres e até mesmo crianças. Todos abatidos e letárgicos desde a sua derrota contra as forças Aliança. E ao invés de ficar zangada com eles pela morte do seu irmão, ela encontrou-se inexplicavelmente triste.

“Oh” Jaina sussurrou ao lado dele. “Eles parecem tão… tristes”

“Tristes? Jaina, esses brutos destruíram VentoBravo. Eles querem levar a humanidade a extinção. Eles mataram seu irmão, pela Luz. Não gaste nenhuma pena com eles.”

“No entanto, de alguma forma eu ainda acho que não deveria haver crianças aqui”. Jaina continuou

O que se passava pela mente daquela menina de onze anos era algo novo, embora fosse considerada heresia sob o olhar dos demais. Ela não apenas viu um bando de Orcs tristes, ao contrario dos outros, ela os viu com olhos humanitários. Eles não eram brutos, talvez eles nem tivessem sido aqueles selvagens que tanto se falava. Eles eram apenas pessoas, verdes e estranhas, mas ainda pessoas com famílias e crianças e com todo o tipo de tristeza que qualquer ser humano como ela também tinha. Um estranho pensamento sobre algo vindo da segunda guerra, mas não para a jovem Proudmoore.

Assim era ela, e foi durante toda sua vida. De onde vieram tais coisas, ninguém sabe. Seu pai nutria um profundo ódio pela Horda, por conta da morte do seu filho mais velho. E o resto da sua família também, mas Jaina seguiu em uma direção totalmente diferente.

Após um começo confuso com os Kirin Tor, Jaina logo começou a chamar atenção de todos. Eventualmente ela se tornou aprendiz do Arquimago Antonidas, líder dos Kirin Tor. Ela continuou seus estudos, sempre focada – às vezes quase obsessivamente – por muitos anos.

Dada a sua origem real, Jaina eventualmente teve contato com diversas figuras de grande importância, como o príncipe Kael’thas Sunstrider, que ficou bastante encantado pela jovem aprendiz das artes mágicas, porém Jaina não deu a menor atenção aos seus gracejos.

Claro, sua natureza estudiosa ia até certo ponto. Sob tudo isso, ainda residia uma menina que vez ou outra saia da sua rotina de estudos e buscava aventuras na calada da noite ou brincar de atirar bolas de neve.

E foi essa garota que ficou gravada na mente do príncipe Arthas. Quando ele oficialmente entrou para a ordem da Mão prateada, Jaina estava lá para parabenizá-lo. E quando ele veio a Dalaran para aprender mais sobre a história do seu reino e se tornar um governante, ela estava sempre presente, toda radiante, sorrisos e cheia de sentimentos românticos pelo príncipe.

Era inevitável que isso não daria certo. A natureza séria de Jaina a levaria a aceitar um futuro ao lado de Arthas, e isso incluiria casamento, família e eventualmente ser uma rainha. Entretanto, ele não havia considerado isso, simplesmente estava vivendo o momento.

Ele a amava muito, mas diante da enormidade do que estaria por vir, um futuro com uma esposa, reino, filhos, Arthas acabou cedendo e implorou perdão a Jaina, pois não estava pronto para isso.

“Esta tudo bem, Arthas. Eu entendo”

Ele deu um passo para trás, com as mãos nos ombros dela, olhando em seus olhos. “Entende?”

Ela riu um pouco.

“Honestamente? Não. Mas esta tudo bem. De qualquer forma, eventualmente será. Eu sei disso.”

Os anos passaram e os Orcs conseguiram se libertar dos campos em Hillsbrad, liderados pelo novo chefe de guerra, Thrall. Jaina viu aquilo com certo desapego, certa do que havia acontecido em Durnholde fora terrível, mas a memória daqueles campos, anos antes, ainda a assombravam. Então, não era algo ruim eles terem sido libertados no fim das contas.

Nessa época um misterioso profeta surge e tem uma conversa com o Arquimago Antonidas. Jaina acaba escutando tal conversa na qual o profeta insiste que os Kirin Tor e o restante de Lordearon deveriam fugir para Kalimdor. Antonidas dispensa o profeta com seus avisos e descobre que Jaina havia escutado a conversa. Ele então a informa de que existe uma nova ameaça que os Kirin Tor deveriam se preocupar antes: Uma nova praga estava começando a se espalhar por Lordearon, e o Arquimago suspeitava de suas origens mágicas. Ele envia Jaina para investigar.

Arthas novamente aparece e se junta a ela nessa investigação. Depois de algum tempo eles descobrem a origem da praga. Carregamentos de grão vindos de Andorhal foram infectados com ela, e isso estava causando a doença do povo. Os dois partiram da cidade e encontraram o homem responsável pelos carregamentos. Um ex-membro dos Kirin Tor, chamado Kel´Thuzad, que havia desaparecido após fazer experimentos com necromância. Enfurecido por ser tarde demais para deter o ultimo carregamento de partir, Arthas mata Kel´Thuzad.

Foi nessa época que Jaina começou a ficar em duvida sobre o príncipe. Nas semanas seguintes, ela passaria a observar o homem que amava começar a ruir. E não havia nada que pudesse fazer para trazer de volta aquele rapaz impetuoso de sua juventude. Arthas continuava seu caminho firme em direção a vingança e ela só podia observar e guardar esperanças de que ele visse o que estava fazendo.

Esse é um dos momentos que podemos acompanhar in-game, pois nessa parte é dada a chegada deles na antiga Stratholme, destino da ultima leva de grãos infectados. Lá Arthas ordena que os soldados entrem na cidade com ele e matem as pessoas que estão lá antes que elas sejam transformadas em zumbis sem mente, escravos da praga.

Jaina e Uther vão contra isso. E aqui vemos um dos momentos de maior decisão de Jaina, onde ela faz a escolha daquilo que é certo em razão dos seus sentimentos por Arthas.  Mesmo depois isso, Arthas ainda vem em seu encontro e a chama para ir junto com ele para Northend, e ela se recusa.

Alguns dias depois, Jaina estava caminhando pelas ruas de Stratholme, a cidade toda destruída, com corpos de homens, mulheres e crianças que Arthas e a tropa que ele comandava assassinaram. Nesse lugar caótico, aquele estranho profeta apareceu para ela e deu o seu aviso. “Fuja. Junte aqueles que você possa salvar e leve para Kalimdor.”. Ao contrario de Terenas, Antonidas e mesmo Arthas, que escolheram ignorar as palavras do profeta, ela se recusou a tomar aquilo daquela forma e escolheu seguir o aviso. Escolhendo seguir para Kalimdor e abandonar Arthas a sua própria sorte, ela tinha um dever com o seu povo e essa escolha era para o bem de todos.

Jaina, junto com os Kul Tiras, viajaram para seu novo destino, Kalimdor, deixando para trás Arthas, o Flagelo e todas as lembranças da antiga Lordearon. Ao chegar à costa ela descobriu que os Orcs haviam se refugiado lá e decido fazer daquele o seu novo lar. Não contentes com a invasão das suas terras por aqueles que os haviam mantido prisioneiros por tantos anos, os Orcs logo se engajaram em uma furiosa batalha, mostrando para a arquimaga toda aquela selvageria que ela ouvira falar na sua infância.

Suas forças fizeram frente às tropas de Grom Hellscream e a luta não fora nada boa para os humanos. Recusando-se a desistir, Jaina retirou o seu povo para um local onde seria mais fácil de defenderem-se, Stonetalon Peak. Lá sentiu uma forte presença em algum ponto das montanhas e após ser derrotada ao defender o local, ela e um pequeno grupo seguiram para investigar aquela fonte de poder.

A surpresa foi descobrir que aquela energia vinha do chefe de guerra, Thrall, da suposta “nova” Horda. E foi nesse momento que novamente o profeta surgiu e falou que eles deveriam unir forças contra aquilo que estava por vir, a Legião Flamejante.

Foi então nesse encontro que Jaina descobriu que seus instintos de muitos anos atrás não estavam errados, apesar de tudo o líder dos Orcs era uma honrada e respeitável criatura.

Relutante, Jaina aliou-se as forças de Thrall e entregou a ele uma “Soul Gem” que foi usada para capturar a essência de Grom, assim que a invasão de Kalimdor começou. E assim,  ela ajudou a expurgar a maldição demoníaca que tomara conta de Grom.

Depois de uma visão de Thrall, as forças humanas e Orcs encontraram os lideres dos misteriosos Elfos Noturnos, Malfurion e Tyrande. O profeta então finalmente revelou-se como sendo Medivh, filho da mulher que Jaina havia idolatrado desde pequena.

Medivh implorou aos humanos, Orcs e elfos noturnos para unirem forças contra a legião flamejante. Como ela poderia recusar? Fazer isso seria ir contra tudo que ela havia lutado.

Juntos, eles enfrentaram aquele perigo representado por Archimonde. Aqui novamente podemos acompanhar essa campanha na raid da Batalha de Mount Hyjal, onde você luta ao lado dos três grupos. Humanos, Horda e elfos noturnos.

Lady Jaina na Batalha de Mount Hyjal

Após a batalha de Mount Hyjal, Jaina juntou o restante do seu povo e o levou para a costa leste de Kalimdor, onde fundaram Theramore. Infelizmente, antes que pudesse ter a paz para o seu povo, ela teria que lidar com problemas do passado primeiro. A paz que ela havia conseguido com os Orcs de Durotar estava ameaçada quando um grupo de Orcs foi tragicamente atacado por forças humanas.

Questionada por Rexxar sobre tais acontecimentos, Jaina negou qualquer conhecimento e concordou em investigar o que estava havendo. Após investigar e retornar para casa, ela descobriu a identidade dos humanos que atacaram. Seu pai viria fazer uma visita e não estava contente com as atuais companhias que Jaina havia escolhido para ter ao seu lado. Quando ele chegou a Theramore, encontrou Jaina acompanhada por Rexxar, o meio-Orc; Rokhan, o Troll e um Pandaren chamado Chen Stormsnout. Ele exigiu que eles fossem presos, mas Jaina tentou convencê-lo do contrario.

Muito parecido com a opinião de Arthas anos antes, Jaina descobre que palavras também não irão mudar a opinião do seu pai. Ela se vê diante de uma terrível decisão. Deixar que seu pai continuasse a massacrar seus aliados, ou deixar que seus aliados cuidassem dele?

Uma escolha poderia salvar o seu pai, mas levá-los há anos em guerras sangrentas. A outra seria a perda do seu pai, mas anos de paz provisória e compreensão. Uma era uma escolha boa para ela, outra era uma escolha para o seu povo.

Jaina escolheu pelo seu povo. Permitindo a entrada da Horda em Theramore e mesmo Thrall tentando convencer Dealin Proudmoore que a Horda de Kalimdor não era a mesma que eles haviam enfrentado anos antes, ele se recusou a escutar. No decorrer da batalha, Dealin acabou sendo morto por Rexxar. O Bem maior prevaleceu sobre qualquer interesse pessoal que Jaina tivesse.

Os próximos três anos foram gastos na tentativa de manter essa paz instável entre humanos e Orcs. Thrall e Jaina pareciam ser os únicos interessados em manter tal situação. As tensões entre as raças pareciam aumentar a cada momento e tudo leva a crer que maquinações demoníacas estavam em andamento pelo clã Burning Blade. No meio desses conflitos, Jaina encontrou uma mulher de aparência familiar em uma pequena área de Mulgore. Era Magna Aegwynn, seu ídolo e apesar de presumivelmente ter sido dita como morta parecia estar bem viva.

Jaina passou uma grande parte de sua juventude lendo contos sobre Aegwynn, um dos maiores Guardiões de Azeroth. E Isso havia marcado a arquimaga profundamente, pois Aegwynn era uma mulher de grande poder como Guardiã, maior que muitos homens, anteriormente.

Após os eventos que culminaram nesse desgaste do tratado de paz, Jaina, agora com Aegwynn a seu lado, tenta conseguir um encontro entre os lideres Thrall e Varian.

 

Jaina e Aegwynn

 Infelizmente tal encontro nunca aconteceu, pois Varian acabou desaparecendo a caminho. Nessa parte os jogadores mais antigos da aliança talvez se lembrem da sequência de missões “Missing diplomat”.

Esses episódios são seguidos pela queda da Onyxia em seu “reinado” temporário sobre VentoBravo. Varian, que havia passado um período com amnésia como gladiador, teve sua memória restaurada com a ajuda de Jaina. Em seguida, ela tenta arranjar novo encontro entre os lideres. Novamente isso acaba sendo interrompido por um ataque da meia Orc, Garona. (Entretanto, os detalhes dessa história ficam para um próximo post.)

Seguido a isso, temos a ameaça que vem do norte na forma do Lich Rei (the winter is coming!) que esta despertando. Isso acaba atingindo Jaina justamente no seu ponto mais fraco: Arthas.

Com a notícia da morte de Bolvar Fordragon, Jaina parte para Orgrimmar, para encontrar Thrall e saber exatamente dos acontecimentos em Northend. Lá ela fica sabendo que Undercity foi tomada por um demônio que ajudou a propagar a praga responsável pela tragédia no Wratghgate. O Warchief afirma que não quer entrar em uma guerra sem sentido com a Aliança e que eles devem cuidar dos traidores.

Essa é mais uma parte que infelizmente foi retirada do jogo, mas quem teve oportunidade de participar da retomada de Undercity, teve o prazer de lutar ao lado de Jaina e Varian. Após a tomada, Jaina impede um massacre entre os dois exércitos e teleporta todos os soldados da Aliança para fora de lá.

Desde então Jaina pouco tem aparecido. Entretanto, mudanças estão a caminho. Theramore será de alguma forma destruída pela loucura de Garrosh. Onde ficará Jaina nisso tudo? Continuará ela tão contraria a luta mesmo depois de sua terra ser devastada?