Eu sei que o World of WarCraft é todo sobre uma nova geração de heróis que está surgindo em Azeroth. Nós desempenhamos este papel: os noobs que começam no nível 1, com escudo de madeira e calça rasgada, e chegam até o nível máximo, quando pegam suas armaduras brilhantes para enfrentar elementais loucos, dragões sedentos de poder ou qualquer que seja a entidade que quer destruir o mundo da vez.
Eu entendo isso tudo, o jogador como personagem, imersão no conteúdo, etc. Mas qualquer herói tem uma inspiração, eu garanto que Celebrindal se inspira em Malfurion e Tyrande para continuar lutando. Os Paladinos também tem em Uther e Tirion uma fonte de força. Certo?
É por isso que fico pasma com a maneira que a Blizzard encaixa estes heróis na história do jogo. Por exemplo, Muradin Bronzebeard. Nós lutamos com ele em WarCraft III, achávamos que ele tivesse morrido, ficamos felizes com o reencontro dos irmãos Bronzebeard ao fim daquela quest chain em Storm Peaks – On Brann’s Trail. Quando ele recupera a memória, ele deixa claro que vai atrás de Arthas, e que nós nos reencontraríamos novamente. Naquela época Icecrown Citadel ainda não havia sido aberta, então ficou aquela expectativa do reencontro com Muradin, lutando lado a lado em Icecrown.Corte para alguns meses depois.
Muradin nos encontra na porta de Icecrown e diz que vai usar o Skybreaker para subir a Spire, enquanto nós temos que passar por Lord Marrowgar e Lady Deathwhisper (que deve ser a chefe mais chata de qualquer raid, ela não CALA a BOCA). Beleza, vá lá, alguém tem que fazer o trabalho sujo de matar os asseclas do Arthas. Embarcamos no Skybreaker e temos uma batalha épica, a minha favorita em ICC, contra o Orgrim’s Hammer. Eu adoro pular para o outro Gunship. E ali, Muradin e Saurfang participam da luta. Lindo.
Quando chegamos ao Saurfang Jr., Muradin tira uma onda (“Um Orc sozinho contra o poder da Aliança?”), avança para cima dele para ser imediatamente imobilizado, ficando fora da batalha.
Mas hein?
Corta para o Frozen Throne. Mesma situação, Tirion na frente do Arthas, faz um discurso demorado do tipo “vamos te dar uma morte rápida e misericordiosa, bla bla bla, renda-se agora”. Arthas desce do trono, Tirion avança e… é congelado, ficando fora da batalha.
De novo: mas hein?
Na minha opinião, seria muito mais divertido e épico se Tirion estivesse junto na luta, ou se Muradin também estivesse lá em cima e usasse seu machado em alguns momentos. Não é impossível, em Culling of Stratholme lutamos com o Arthas no gauntlet do final. Não sei se a Blizzard quer mesmo que apenas os jogadores fiquem com a glória, mas estas situações me parecem diminuir um pouco a figura dos heróis que fomos levados a admirar. Nem o Rei ajuda, fica lá na porta, parado. Sei que ele dá o buff, mas assim é fácil, né? Não sei como é a história pelo lado da Horda, se alguém puder contar aí nos comentários, agradeço.
Fico até preocupada para o Cataclysm, quando Malfurion estará de volta. Depois de tanto tempo sem sua presença no jogo, vai ser muito caído se ele se limitar a ficar na porta de Sulfuron Keep dando palavras de coragem para os jogadores.
De qualquer maneira, a pergunta que não quer calar é: não seria mais fácil bombardear o Frozen Throne usando as Gunships?