X

Imaginem as duas situações:

SITUAÇÃO1:

Hora da raid, você em total concentração, ouvindo os guildmates no ventrilo e fugindo dos troços pretos da luta do Theralion e Valiona. Eis que o telefone começa a tocar, interrompendo o momento de meditação wowzística.

O trim trim do telefone é seguido do grito da mãe, em algum outro cômodo da casa:

– “Atende aeeee”.

Daí, você tem a opção de levantar da cadeira, tirar o fone, acabar morrendo na luta – ou deixar outros morrerem ou deixar o telefone pra lá e tentar argumentar depois.

– “Desculpa mãe, não podia levantar aquela hora”
-“Puxa, custava parar por 2 minutos??”
-“Não dá pra dar pause mãe”
-“Que má vontade hein?”

SITUAÇÃO 2

Durante a mesma raid, o mesmo telefone toca, e adivinha? É pra você.
Do outro lado, namorado(a)/esposa/amigo/whatever querendo conversar sobre como foi seu dia. Você avisa que está jogando e mediante insistência, tenta conciliar as duas coisas, a raid e a conversa, as void zones e o assunto. Quando em um determinado momento, o papo fica assim:

-“Amor, hoje na saída do trabalho, tinha um pipoqueiro vendendo couve. Atravessei a rua e fui atacado por um polvo gigante.”
-“Aham…”
-“E então decidi ser voluntário no Iraque, para lutar pela paz mundial”
-“Tudo bem”
-“Você não tá prestando atenção no que eu tô falando…

Por que será que é tão difícil, para quem não joga, tentar entender que não é um jogo de video-game que pode ser pausado, e que por trás de cada bonequinho existe alguém e que são 25/10 pessoas dependendo umas das outras em tempo real?